segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Baixio de Irecê

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O Projeto Baixio de Irecê com área irrigável estimada de 59.375 ha, compreende estudos e projetos, aquisição de terras, infraestrutura básica de uso comum e medidas de proteção ambiental. Inclui ainda administração fundiária, organização de produtores, apoio em administração, operação, manutenção, assistência técnica e capacitação de técnicos e agricultores na fase de operação inicial.
O acesso à área do projeto dá-se principalmente através da Rodovia BA-052, que liga Xique-Xique a Feira de Santana, interligando-se então à malha viária nacional.
Localizado na região do vale no médio São Francisco, entre os municípios de Itaguaçu da Bahia e Xique-Xique o Baixio de Irecê tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento da região semiárida através da agricultura irrigada, dentro da sustentabilidade ambiental, incorporando 59.375 ha ao processo produtivo, elevando a produção e a produtividade das safras agrícolas, gerando renda, aumento da oferta de alimentos e propiciando a abertura de empregos diretos e indiretos
PROJETO

O Projeto corresponde a uma área total irrigável de 58.659 hectares divididos em lotes para produtores, com construção em nove etapas, na região do sub-médio São Francisco.
O custo para a implantação do projeto é de 1300 milhões de reais.
Com estes recursos disponíveis, estará concluída toda a Primeira Etapa (4.723,10 hectares) quando serão disponibilizados 117 lotes agrícolas para os pequenos, médios e grandes produtores.

PRINCIPAIS CULTURAS

Frutas: Abacaxi, banana, coco, goiaba, limão, mamão, melancia, melão, maracujá tangerina e uva;
Legumes e Verduras: Abóbora,cebola, pimentão e tomate;
Grãos: Café, feijão e milho.

PÓLO AGRO ENERGÉTICO
Será montado um pólo agro energético com produção de oleaginosas tais como: Cana-de-Açúcar, Pinhão Manso, Dendê; Soja, Girassol e Mamona.

USO DAS TERRAS
Uso da Área (ha)
Área Irrigável 4.723,10
Áreas Inaptas para Irrigação 1.792,70
Áreas para Infraestrutura 333,30
Área de Reserva Legal 3.345,20
Sistemas de irrigação preconizados: Aspersão Convencional e Localizada, Sulcos de infiltração, gotejamento e microaspersão


OPORTUNIDADE DE INVESTIMENTO

O Projeto prevê sistema de produção baseado:
Ovinocaprinocultura associado as outras atividades complementares tais como:
Apicultura; Fruticultura; Avicultura.

BENEFÍCIOS

Geração de 180 mil empregos diretos e indiretos com a conclusão do projeto que ainda está em fase de construção.Quando concluído beneficiarão 240 mil pessoas, conforme estimativas do Ministério da Integração Nacional.

GERAÇÃO DE EMPREGO DIRETO

Agricultura: 24.375 empregos;
Produção Agrícola: 3.321 empregos nas atividades de apoio;
Produção Perímetro: 382 empregos nas atividades de apoio;
Centro de Serviços: 6.709 empregos.

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

Instalação de viveiro de mudas para produção de 10.000 unidades de espécies nativas da caatinga: Aroeira; Angico; Ipê; Catingueira; Umburana de Cheiro.
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, visando a recuperação dos locais utilizados para retirada de material mineral para construção do Canal Principal.
Palestra com os trabalhadores sobre Preservação da Flora e Fauna Local e conscientização Ambiental.


Estágio atual:

A etapa 1, com cerca de 4.723 ha, está com as obras civis concluídas. As adutoras e estações de bombeamento de pressurização encontram-se em fase de montagem. Esta etapa destina-se a pequenos e médios produtores.
O canal CP-0 está concluído até o km 13. Do km 13 ao km 27, as obras estão em fase de conclusão, e do km 27 ao km 42, as obras estão em implantação. Este canal é responsável pelo abastecimento das etapas 1 e 2 que estão em implantação.
A etapa 2 com área estimada de 5.288 ha será abastecida pelo canal CP-0 no trecho em fase de conclusão. Essa etapa será destinada a lotes empresariais e está com as adutoras em fase de aquisição e montagem.
A Estação de Bombeamento Principal teve sua primeira fase de implantação das obras civis concluídas, assim como a montagem dos equipamentos elétricos e mecânicos. A segunda fase de implantação ainda deverá ser objeto de estudos a serem executados.
A etapa 3, com aproximadamente 4.843 ha, deverá ser a próxima etapa a ser implantada
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domingo, 29 de novembro de 2015

O marginal e o soldado

O bairro de São Miguel Paulista é um bairro operário localizado na zona Leste de São Paulo por onde passa os trilhos da Central do Brasil. O bairro é divido em vários aglomerados de casas aos quais se dá o nome de Vila. Depois de residir por pouco tempo no bairro da Penha, fui morar na Vila Camargo. A Vila era vizinha daVila Jacuí, Vila Xingu e Vila Cruzeiro. Em todas elas havia um campo de futebol e um time representando a vila. Tínhamos o União Camargo F.C no qual joguei como zagueiro um bom tempo.
A Central do Brasil, linha férrea que tinha início no bairro do Brás e terminava em Mogi das Cruzes, era onde pegávamos a ferrovia que nos levava ao trabalho. É chamada de linha Variante em contraponto à linha Tronco. A partir de São Miguel, a linha Variante servia aos bairros de Ermelino Matarazzo , Engenheiro Goulart, Engenheiro Trindade, Penha, Quinta Parada, Quarta Parada e Brás. Era a linha demarcatória entre a Vila Xingu e Vila Camargo. O Rio Tietê também ficava do outro lado. Mais ao longe podia se ver aviões pousando e decolando no aeroporto de Cumbica, naquela época um simples campo de pouso.
A molecada era violenta e quem residisse na Vila Camargo não se arriscava a passar pela Vila Xingu e vice versa, a não ser para participar de alguma partida de futebol previamente combinada. Também havia um armistício quando se ia nadar e pescar no tio Tietê.
Uma garota da Vila Xingu ficar de namoro com um garoto da Vila Camargo era impensável, a  menos que a paixão fosse tão forte que suportasse uma surra de deixar o sujeito meio morto. Um soldado namorar a irmã do chefe da gang era algo tão fora de cogitação que caso acontecesse era morte certa para um dos lados. Mas foi o que aconteceu comigo então soldado da Polícia Militar de São Paulo, quando namorei a irmã de João Catarino, o chefão da gang de todas as Vilas ao redor.
Nadando e pescando no mesmo rio, jogando nossas partidas de futebol ora lá, ora cá, correndo atrás de balão na época de São João, jogando pião e gude, frequentando a mesma escola, éramos todos amigosdesde a infância. Depois que surgiu o União Camargo F.C. passamos a ser companheiros de equipe. De modo que eu estava relativamente tranquilo. E depois eu já tinha me mudado para o bairro do Bom Retiro no centro São Paulo, mas sempre aparecia na Vila Camargo para rever os amigos e me encontrar com a namoradinha.
Meu avô, chamado de Véi Mestre viera da Bahia junto com toda a família e fora morar na Vila Camargo. Meus pais foram residir no bairro da Penha e como meu avô queria reunir toda a família num só lugar, um dia chegou com um caminhão de mudança e nos levou para morar na Vila. Na ocasião morava conosco um primo recém chegado da Bahia onde, depois de casar-se com um garota na cidade de Santos, fora tentar a sorte em sua terra natal. Chamava-se Filemon e sua esposa era quase adolescente apesar de já terem vários filhos. Lá na Bahia a sorte não o ajudara e tivera de voltar para São Paulo onde fora acolhido por meus pais. Na Vila cada um alugou uma casa, onde posteriormente foram adquiridas por compra.
Filemon tinha uma filha de nome Sônia que andava sempre em casa. Passamos a brincar juntos mas como já tínhamos passado da idade infantil, as brincadeiras evoluíram para jogos libidinosos. De repente fomos surpreendidos por uma paixão ardente que logo chamou a atenção de todos. Por exigência de seus pais passamos a namorar a sério e em casa. Entre voltas e reviravoltasacabamos por firmar um compromisso de casamento. E como meu salário era insuficiente para pensar em constituir família, fiz concurso para a Policia Militar de São Paulo sendo admitido.
Nem bem vestira a farda meu noivado com Sonia terminou. Continuei na corporação e fui trabalhar no Presidio Tiradentes localizado no bairro do Bom Retiro, bem perto de casa. Para me vingar de Sonia eu arranjara uma namorada que morava entre a Vila Camargo e Vila Xingu e essa namorada era irmã de João Catarino. Mas ele ainda não sabia do caso, pois andava sumido sem que ninguém soubesse do seu paradeiro.
De repente ali na muralha onde tirava plantão ouvi uma voz vinda de uma das celas rés ao chão onde ficavam os presos comuns chamando meu nome e não atinei quem poderia ser. Quando localizei o detento que me chamava fez-se a surpresa:era João Catarino. Entabulamos uma conversa e depois que me contou sua desdita, me pediu cigarros. Disse que não fumava, mas que ia providenciar para ele. Assim que tive folga no plantão (tirávamos turnos de três horas) fui a rua e comprei dois maços de cigarros e assim que retornei ao local de trabalho chamei-o e perguntei como poderia entrega-los a ele. Ele esticou uma camisa para fora das grades da cela e disse para eu jogar os maços que ele apararia naquele cesto improvisado. Joguei mas a pontaria não deu certo e os maços de cigarros foram ao chão. Ele disse que não me preocupasse que pois iria tomar providencias.
Fui cumprir o meu plantão e algum tempo depois ao retornar ao meu local de trabalho o carcereiro tinha pego os maços de cigarros a pedido de João Catarino, mas recusava-se a entregar esperando que eu confirmasse a história. Assim que me dei conta do que estava ocorrendo disse ao carcereiro que entregasse os maços de cigarros. Ele ponderou que aquilo violava as regras do presídio e que seu quisesse levar alguma coisa aos presos que fosse na portaria e pedisse autorização. Eu disse que desconhecia as regras mas que fizesse uma exceção pois da próxima vez faria as coisas conforme o protocolo. Meio constrangido pela autoridade com que eu pedia, ele entregou os cigarros para João Catarino que me agradeceu muito contente e fui completar o meu plantão.
Lá na Vila Camargo a conversa era de que assim que João Catarino saísse da cadeia iria fazer um acerto de contas comigo e não ia ser nada bom para a minha saúde. E o acerto se materializou num dia em que eu estava batendo papo com a turma num barzinho. Para surpresa de todos, ele me abraçou e depois disse para todos que quando estava na pior lá na cadeia eu fui o único cara que o socorreu. Disse mais, que soubera que eu estava namorando a irmã dele e que pudesse continuar o namoro sem problema. E arrematou com ênfase que eu era amigo dele, sempre fora, e que se alguém quisesse criar algum problema comigo iria ter de ser ver com ele.

E assim adquiri duas imunidades: uma como soldado e outra como protegido de João Catarino. 

Porque não me ufano do meu país

Existe algo no Brasil hoje do qual possamos nos orgulhar? Damos uma olhada nas redes sociais e lá podemos constatar que não existe quase nada de bom neste país devastado pela corrupção. Aquilo que devia nos orgulhar, é justamente o que sofre mais ataques. Basta citar Pelé, considerado o atleta do século XX, tão glorificado no exterior e tão enxovalhado na pátria tupiniquim. A TV líder de audiência, também respeitada no exterior recebendo todo ano prêmios internacionais, como o International Grammy Awards pela qualidade de seus programas (novela Império e Doce Mamãe), é xingada e acusada de todo tipo de manipulação. Temos também a Veja, terceira maior revista do mundo em circulação, premiada internacionalmente pela excelência de suas reportagens, e que também é atacada e perseguida ferozmente pelo governo federal e seus acólitos.
A repórter do jornal O Estado de São Paulo, Vanessa Bárbara é correspondente do The New York Times, o influente jornal norte americano. Ela fez uma reportagem para esse jornal, onde, segundo ela, assistiu toda a programação da TV Globo (TV aberta, bem entendido) para fazer uma avaliação. Ficou claro que seu propósito era desmistificar a qualidade da programação da TV carioca. Os outros canais foram deixados de lado, possivelmente por não terem uma programação que sustentasse uma crítica benevolente (se a Globo é ruim, imagine o resto). E ela desceu a ripa, como se diz no jargão popular. Nada escapou do seu teclado ferino. O New York Times publicou a reportagem, dando aos americanos, a convicção de que nada de aproveitável é veiculado na emissora líder de audiência no Brasil. E foram endossados nessa certeza por aquela turma a qual denominamos de militância. E não só a militância, como também os idiotas úteis que se julgam portadores de virtudes morais e intelectuais superiores. É uma gente que gosta de arrotar grandeza, postando críticas no facebook, não de autoria própria, mas por aqueles fabricantes de memes que vão dando o tom do aboio para convocar a manada. Firmemente convictos do complexo de vira lata jamais erradicado, esqueceram de Vanessa Bárbara, autora da reportagem, e bradaram felizes nas redes sociais: New York Times acusa a Globo de manipulação.
Como se fossemos um bando de idiotas sem opinião própria e sem critérios de avaliação. O mais curioso de tudo, é que essa gente não perde uma oportunidade para atacar “os valores americanos”, seja lá o que é isso. Opinião de americano não tem valor nenhum. A menos que enxovalhe a quem consideramos nosso inimigo.
Certamente essa gente ainda não teve conhecimento de uma reportagem de Larry Rhoter, publicada no mesmo New York Times, a qual demonstra a dificuldade de Lula em controlar a bebida. Na ocasião Lula quis expulsar Larry Rhoter do Brasil. Xingaram muito o jornalista e o jornal. Agora elogiam porque ataca a Globo. Como levar a sério essa gente?