quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Prefeituras estão demitindo médicos para… contratar os do “Mais Médicos”!

O “Mais Médicos” de Dilma Rousseff começa a se mostrar a cruza malsucedida da vaca com o jumento. O híbrido nem dá leite nem puxa carroça. Mal começou, e o resultado vai saindo pelo avesso. A Folha publica reportagem na edição de hoje demonstrando que, em muitos municípios, em vez de aumento de médicos, está havendo substituição. Os que já estão contratados estão sendo demitidos para receber os profissionais ligados ao programa federal. Leiam trechos:
Alívio nas contas:
Para aliviar as contas dos municípios, médicos contratados por diferentes prefeituras no país serão trocados por profissionais do Mais Médicos, programa do governo Dilma Rousseff (PT) para levar estrangeiros e brasileiros para atendimento de saúde no interior e nas periferias. Na prática, a medida anunciada à Folha por prefeitos e secretários de saúde pode ameaçar a principal bandeira do plano: a redução da carência de médicos nesses lugares.
A reportagem identificou 11 cidades, de quatro Estados, que pretendem fazer demissões para receber as equipes do governo federal. Segundo as prefeituras, essa substituição significa economia, já que a bolsa de R$ 10 mil do Mais Médicos é totalmente custeada pela União.
(…)
As cidades que já falam em trocar suas equipes estão no Amazonas (Coari, Lábrea e Anamã), na Bahia (Sapeaçu, Jeremoabo, Nova Soure e Santa Bárbara), no Ceará (Barbalha, Cascavel, Canindé) e em Pernambuco (Camaragibe).
(…)
“Dar lugar para um cubano”
Hoje, em Murici, povoado de Sapeaçu (município a 150 km de Salvador), será o último dia de trabalho da médica mineira Junice Moreira, 47, no posto de saúde da família. “Eu estava de plantão na quarta-feira da semana passada quando me ligaram. Disseram que eu tinha que dar lugar a um cubano”, afirma.
O aviso da demissão partiu da Coofsaúde –cooperativa que faz o pagamento dos médicos que trabalham no município, por meio de contrato com a prefeitura. A Coofsaúde confirma a saída de Junice e também que, em seu lugar, entrará um profissional do programa federal Mais Médicos. A Prefeitura de Murici nega que o substituto de Junice será um médico cubano.
(…)
“Se possível, trocar todos”
Em Barbalha (a 564 km de Fortaleza), dois médicos contratados pela prefeitura serão demitidos para dar lugar a outros dois do Mais Médicos. É uma das quatro cidades do Ceará que confirmaram que farão a substituição. “Eles só serão dispensados quando os novos se apresentarem, para poder fazer a permuta”, afirmou a secretária-adjunta de Saúde do município, Desirée de Sá Barreto.
(…)
Dos 42 médicos que atuam na atenção básica do município, metade, segundo a Secretaria de Saúde, não é concursada. A ideia é substituí-los gradativamente pelos contratados pelo ministério. “Se fosse possível, botaríamos todos [pelo] Mais Médicos, porque não teríamos o custo do salário mensal dos profissionais.”
(…)

Deputado-presidiário – A lista dos faltosos revela como atuaram os partidos: PT lidera na quantidade; PP, na proporção; PSD está no topo, ao lado do PSB, do presidenciável Eduardo Campos; dois tucanos graúdos se ausentaram

Esse troço deu um trabalho danado, mas vale a pena ver o resultado. Neste post, há a lista dos deputados que faltaram à sessão que decidiu o destino do deputado Natan Donadon (sem partido-RO). Agrupei os valentes por bancada. Sim, há pessoas que estão doentes, como José Genoino e Romário. Mas é claro que essa não é a regra. Em números absolutos, o PT lidera a lista dos faltosos, com 21 deputados, seguido pelo PMDB, com 15. O PP vem em seguida, com 14. O PSD, logo atrás, com 12. Como o que define o resultado é o número absoluto de parlamentares, então se pode dizer que o PT é quem mais colaborou com a estratégia. Mas há uma outra leitura possível, bastante relevante: considerar o número de faltosos segundo o tamanho da bancada. Aí, a ordem é esta. Leiam. Volto em seguida.
Partidos com até 10 deputados
PP (14) – 35,9% dos 39 deputados
PSD (11) – 26,6% dos 45 deputados
PSB (6) – 24% dos 25 deputados
PT (21) – 23,9% dos 88 deputados
DEM (6) – 22,2% dos 27 deputados
PR (8) – 21% dos 38 deputados
PCdoB-BA (2) – 15,4% dos 13 deputados
PMDB (15) – 18,5% dos 81 deputados
PPS (2) – 18,2% dos 11 deputados
PSDB (6) – 12,2% dos 49 deputados
PSC (2) – 12,5% dos 16 deputados
PDT (3) – 11,5% dos 26 deputados
PTB (2) – 11,1 % dos 18 deputados
PV (1) – 10% dos 10 deputados
PRB (1) – 10% dos 10 deputados
Partidos com menos de 10 deputados
Sem partido – (1)
PMN (1) – 33,3% dos 3 deputados
PTdoB (1) – 33,33% de 3 deputados
Retomo
Vejam ali. O PP de Paulo Maluf (SP) é mesmo imbatível. Quase 36% da bancada deixou de votar. Em segundo lugar, olhem lá, aparece o PSD, comandado por Gilberto Kassab. Também não surpreende ninguém. Chamo a atenção para o fato de que o PSB, do presidenciável Eduardo Campos, está percentualmente à frente do PT.
O PSDB anunciou que vai recorrer ao STF para tentar reverter o resultado absurdo. Faz bem, mas que se note: 6 deputados do partido se ausentaram da votação, incluindo Marcos Pestana (MG) e Sérgio Guerra (PE), que hoje compõem a linha de frente da pré-campanha de Aécio à Presidência e são dois tucanos graúdos.
A lista segue abaixo. Vocês verão que, entre os ausentes, está Gabriel Chalita (PMDB-SP), que se tornou notório por dar palestras sobre ética — deve ter escrito um monte de livros a respeito. Faz sentido. O ex-procurador-geral da República Roberto Gurgel enviou ao STF um pedido de abertura de inquérito para investigá-lo. O inquérito pretende apurar denúncia feita pelo analista de sistemas Roberto Leandro Grobman, que trabalhou durante anos com o grupo educacional COC e diz ter sido indicado para se aproximar de Chalita para prospectar negócios para o grupo.
Segue a lista.
PT-PR (21) – 23,9% dos 88 deputados
Angelo Vanhoni (PT-PR) – (61) 3215-5672 – dep.angelovanhoni@camara.leg.br
Anselmo de Jesus (PT-RO) – (61) 3215-5948 – dep.anselmodejesus@camara.leg.br
Artur Bruno (PT-CE) – (61) 3215-5467 – dep.arturbruno@camara.leg.br
Beto Faro (PT-PA) – (61) 3215-5723 – dep.betofaro@camara.leg.br
Biffi (PT-MS) – (61) 3215-5260 – dep.biffi@camara.leg.br
Bohn Gass (PT-RS) – (61) 32155269 – dep.bohngass@camara.leg.br
Iriny Lopes (PT-ES) – (61) 3215-5469 – dep.irinylopes@camara.leg.br
João Paulo Cunha (PT-SP) – (61) 3215-5965 – dep.joaopaulocunha@camara.leg.br
José Genoino (PT-SP) – (61) 3215-5967 – dep.josegenoino@camara.leg.br
Josias Gomes (PT-BA) – (61) 3215-5642 – dep.josiasgomes@camara.leg.br
Luiz Alberto (PT-BA) – (61) 3215-5954 – dep.luizalberto@camara.leg.br
Marcon (PT-RS) – (61) 3215-5569 – dep.marcon@camara.leg.br
Marina Santanna (PT-GO) – (61) 3215-5279 – dep.marinasantanna@camara.leg.br
Miguel Corrêa (PT-MG) – (61) 3215-5627 – dep.miguelcorrea@camara.leg.br
Weliton Prado (PT-MG) – (61) 3215-5862 – dep.welitonprado@camara.leg.br
Vicentinho (PT-SP) – (61) 3215-5740 – dep.vicentinho@camara.leg.br
Odair Cunha (PT-MG) – (61) 3215-5556 – dep.odaircunha@camara.leg.br
Pedro Eugênio (PT-PE) – (61) 3215-5902 – dep.pedroeugenio@camara.leg.br
Pedro Uczai (PT-SC) – (61) 3215-5229 – dep.pedrouczai@camara.leg.br
Rogério Carvalho (PT-SE) – (61) 3215-5641 – dep.rogeriocarvalho@camara.leg.br
Ronaldo Zulke (PT-RS) – (61) 3215-5858 – dep.ronaldozulke@camara.leg.br
PMDB (15) – 18,5% dos 81 deputados
Alceu Moreira (PMDB-RS) – (61) 3215-5445 – dep.alceumoreira@camara.leg.br
André Zacharow (PMDB-PR) – (61) 3215-5238 – dep.andrezacharow@camara.leg.br
Arthur Oliveira Maia (PMDB-BA) – (61) 3215-5537 – dep.arthuroliveiramaia@camara.leg.br
Asdrubal Bentes (PMDB-PA) – (61) 3215-5410 – dep.asdrubalbentes@camara.leg.br
Carlos Bezerra (PMDB-MT) – (61) 3215-5815 – dep.carlosbezerra@camara.leg.br
Darcísio Perondi (PMDB-RS) – (61) 3215-5518 – dep.darcisioperondi@camara.leg.br
Eliseu Padilha (PMDB-RS) – (61) 3215-5222 – dep.eliseupadilha@camara.leg.br
Gabriel Chalita (PMDB-SP) – (61) 3215-5817 – dep.gabrielchalita@camara.leg.br
Genecias Noronha (PMDB-CE) – (61) 3215-5244 – dep.geneciasnoronha@camara.leg.br
José Priante (PMDB-PA) – (61) 3215-5752 – dep.josepriante@camara.leg.br
Júnior Coimbra (PMDB-TO) – (61) 3215-5274 – dep.juniorcoimbra@camara.leg.br
Leonardo Quintão (PMDB-MG) – (61) 3215-5914 – dep.leonardoquintao@camara.leg.br
Mário Feitoza (PMDB-CE) – (61) 3215-5371 – dep.mariofeitoza@camara.leg.br
Newton Cardoso (PMDB-MG) – (61) 3215-5932 – dep.newtoncardoso@camara.leg.br
Renan Filho (PMDB-AL) – (61) 3215-5907 – dep.renanfilho@camara.leg.br
PP (14) – 35,9% dos 39 deputados
Afonso Hamm (PP-RS) – (61) 3215-5604 – dep.afonsohamm@camara.leg.br
Beto Mansur (PP-SP) – (61) 3215-5616 – dep.betomansur@camara.leg.br
Carlos Magno (PP-RO) – (61) 3215-5213 – dep.carlosmagno@camara.leg.br
Guilherme Mussi (PP-SP) – (61) 3215-5712 – dep.guilhermemussi@camara.leg.br
José Linhares (PP-CE) – (61) 3215-5860 – dep.joselinhares@camara.leg.br
José Otávio Germano (PP-RS) – (61) 3215-5424 – dep.joseotaviogermano@camara.leg.br
Luiz Fernando Faria (PP-MG) – (61) 3215-5339 – dep.luizfernandofaria@camara.leg.br
Waldir Maranhão (PP-MA) – (61) 3215-5541 – dep.waldirmaranhao@camara.leg.br
Vilson Covatti (PP-RS) – (61) 3215-5228 – dep.vilsoncovatti@camara.leg.br
Toninho Pinheiro (PP-MG) – (61) 3215-5584 – dep.toninhopinheiro@camara.leg.br
Paulo Maluf (PP-SP) – (61) 3215-5512 – dep.paulomaluf@camara.leg.br
Pedro Henry (PP-MT) – (61) 3215-5829 – dep.pedrohenry@camara.leg.br
Renato Molling (PP-RS) – (61) 3215-5337 – dep.renatomolling@camara.leg.br
Renzo Braz (PP-MG) – (61) 3215-5373 – dep.renzobraz@camara.leg.br
PSD (12) – 26,6% dos 45 deputados
Dr. Luiz Fernando (PSD-AM) – (61) 3215-5520 – dep.dr.luizfernando@camara.leg.br
Edson Pimenta (PSD-BA) – (61) 3215-5403 – dep.edsonpimenta@camara.leg.br
Eduardo Sciarra (PSD-PR) – (61) 3215-5433 – dep.eduardosciarra@camara.leg.br
Eliene Lima (PSD-MT) – (61) 3215-5837 – dep.elienelima@camara.leg.br
Fernando Torres (PSD-BA) – (61) 3215-5462 – dep.fernandotorres@camara.leg.br
Heuler Cruvinel (PSD-GO) – (61) 3215-5275 – dep.heulercruvinel@camara.leg.br
Homero Pereira (PSD-MT) – (61) 3215-5960 – dep.homeropereira@camara.leg.br
João Lyra (PSD-AL) – (61) 3215-5720 – dep.joaolyra@camara.leg.br
José Carlos Araújo (PSD-BA) – (61) 3215-5246 – dep.josecarlosaraujo@camara.leg.br
Manoel Salviano (PSD-CE) – (61) 3215-5506 – dep.manoelsalviano@camara.leg.br
Marcos Montes (PSD-MG) – (61) 3215-5334 – dep.marcosmontes@camara.leg.br
Sérgio Brito (PSD-BA) – (61) 3215-5638 – dep.sergiobrito@camara.leg.br
PR (8) – 21% dos 38 deputados
Bernardo Santana de Vasconcellos (PR-MG) – (61) 3215-5854 – dep.bernardosantanadevasconcellos@camara.leg.br
Inocêncio Oliveira (PR-PE) – (61) 32155963 – dep.inocenciooliveira@camara.leg.br
Laercio Oliveira (PR-SE) – (61) 3215-5629 – dep.laerciooliveira@camara.leg.br
Manuel Rosa Neca (PR-RJ) – (61) 3215-5341 – dep.manuelrosaneca@camara.leg.br
Zoinho (PR-RJ) – (61) 3215-5619 – dep.zoinho@camara.leg.br
Zé Vieira (PR-MA) – (61) 3215-5405 – dep.zevieira@camara.leg.br
Vicente Arruda (PR-CE) – (61) 3215-5603 – dep.vicentearruda@camara.leg.br
Valdemar Costa Neto (PR-SP) – (61) 3215-5542 – dep.valdemarcostaneto@camara.leg.br
PSB (6) – 24% dos 25 deputados
Abelardo Camarinha (PSB-SP) – (61) 3215-5609 – dep.abelardocamarinha@camara.leg.br
Alexandre Roso (PSB-RS) – (61) 3215-5742 – dep.alexandreroso@camara.leg.br
Antonio Balhmann (PSB-CE) – (61) 3215-5522 – dep.antoniobalhmann@camara.leg.br
Beto Albuquerque (PSB-RS) – (61) 3215-5338 – dep.betoalbuquerque@camara.leg.br
Sandra Rosado (PSB-RN) – (61) 3215-5650 – dep.sandrarosado@camara.leg.br
Paulo Foletto (PSB-ES) – (61) 3215-5839 – dep.paulofoletto@camara.leg.br
DEM (6) – 22,2% dos 27 deputados
Abelardo Lupion (DEM-PR) – (61) 3215-5515 – dep.abelardolupion@camara.leg.br
Betinho Rosado (DEM-RN) – (61) 3215-5840 – dep.betinhorosado@camara.leg.br
Claudio Cajado (DEM-BA) – (61) 3215-5630 – dep.claudiocajado@camara.leg.br
Eli Correa Filho (DEM-SP) – (61) 3215-5519 – dep.elicorreafilho@camara.leg.br
Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) – (61) 3215-5538 – dep.jorgetadeumudalen@camara.leg.br
Lira Maia (DEM-PA) – (61) 3215-5516 – dep.liramaia@camara.leg.br
PSDB (6) – 12,2% dos 49 deputados
Carlos Roberto (PSDB-SP) – (61) 3215-5568 – dep.carlosroberto@camara.leg.br
Marco Tebaldi (PSDB-SC) – (61) 3215-5483 – dep.marcotebaldi@camara.leg.br
Marcus Pestana (PSDB-MG) – (61) 3215-5715 – dep.marcuspestana@camara.leg.br
Vanderlei Macris (PSDB-SP) – (61) 3215-5348 – dep.vanderleimacris@camara.leg.br
Sérgio Guerra (PSDB-PE) – (61) 3215-5754 – dep.sergioguerra@camara.leg.br
Pinto Itamaraty (PSDB-MA) – (61) 3215-5933 – dep.pintoitamaraty@camara.leg.br
PDT (3) – 11,5% dos 26 deputados
Enio Bacci (PDT-RS) – (61) 3215-5930 – dep.eniobacci@camara.leg.br
Giovani Cherini (PDT-RS) – (61) 32155468 – dep.giovanicherini@camara.leg.br
Giovanni Queiroz (PDT-PA) – (61) 3215-5618 – dep.giovanniqueiroz@camara.leg.br
PCdoB-BA (2) – 15,4% dos 13 deputados
Alice Portugal (PCdoB-BA) – (61) 3215-5420 – dep.aliceportugal@camara.leg.br
Jandira Feghali (PCdoB-RJ) – (61) 3215-5622 – dep.jandirafeghali@camara.leg.br
PPS (2) – 18,2% dos 11 deputados
Almeida Lima (PPS-SE) – (61) 3215-5726 – dep.almeidalima@camara.leg.br
Arnaldo Jardim (PPS-SP) – (61) 3215-5245 – dep.arnaldojardim@camara.leg.br
PTB (2) – 11,1 % dos 18 deputados
Jovair Arantes (PTB-GO) – (61) 3215-5504 – dep.jovairarantes@camara.leg.br
Sabino Castelo Branco (PTB-AM) – (61) 3215-5911 – dep.sabinocastelobranco@camara.leg.br
PSC (2) – 12,5% dos 16 deputados
Nelson Padovani (PSC-PR) – (61) 3215-5513 – dep.nelsonpadovani@camara.leg.br
Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) – (61) 3215-5254 – dep.pastormarcofeliciano@camara.leg.br
PV (1) – 10% dos 10 deputados
Eurico Júnior (PV-RJ) – (61) 3215-5375 – dep.euricojunior@camara.leg.br
PMN (1) – 33,3% dos 3 deputados
Jaqueline Roriz (PMN-DF) – (61) 3215-5408 – dep.jaquelineroriz@camara.leg.br
PRB (1) – 10% dos 10 deputados
Vilalba (PRB-PE) – (61) 3215-5915 – dep.vilalba@camara.leg.br
PTdoB (1) – 33,33% de 3 deputados
Rosinha da Adefal (PTdoB-AL) – (61) 3215-5230 – dep.rosinhadaadefal@camara.leg.br
Sem partido (1)
Romário (sem partido-RJ) – (61) 3215-5411 – dep.romario@camara.leg.br

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O Araguaia e a caixa de foguetes sem os foguetes

Nós seres humanos adotamos padrões de comportamento que nos foram impostos ou aprendidos e que nos dão uma confortável convivência em sociedade. Até a pouco tempo um gay era visto com uma aberração e hoje até jogador de futebol, área predominantemente machista, anda dando “selinho” em outro homem. Houve até um coroa casado e pai de três filhos, que apareceu na TV travestido de mulher dizendo que tinha assumido sua verdadeira personalidade. A esposa e filhos assistiram aquele papel ridículo, para dizer o mínimo, muito constrangidos.

Mas tudo isso é considerado como coisa normal hoje em dia. O que não é normal é usar uma caixa de foguetes como cesta de pães. Explico. O Campeonato de Futebol do Araguaia teve início no domingo dia 18 de agosto. Antes, como é de praxe, foi oferecido um café da manhã para os participantes e para o pessoal ligado ao esporte. Devo dizer que o último café da manhã oferecido no ano passado no qual Laurinho comandava o Araguaia, foi composto de vários sucos, chocolate quente, bolos de maracujá, chocolate e limão, avoador, bolachas, refrigerantes, café, presunto, queijo, enfim foi uma fartura. Esse ano o evento foi bem pobrezinho: três tipos de pães e sem queijo e presunto; dois tipos de bolos de farinha de trigo sem cobertura e pão de queijo frio; chocolate de caixinha e quase frio e o suco era de maracujá do mato e mais alguns refrigerantes. Diante desse cardápio fraquinho a turma não deu muita bola para os comestíveis e então, vendo que ia sobrar muito pão e bolo procurei dar um reforço no meu café da noite (era domingo e a empregada não trabalha nesse dia) levando alguns para casa. É bom que se diga que isso é prática corriqueira em outras festas quando algumas mulheres enchem suas bolsas com os salgadinhos e doces e ninguém fala nada. E depoisl sou ou não sou o presidente da Associação Carente dos Bocas Vazias?

O fato é que procurei um saco plástico e não encontrei, nem outro recipiente para acomodar as mercadorias. Os únicos que haviam ali eram as caixas de foguetes já vazias. Nem pensei duas vezes; enchi uma e tratei de guardar num local para pegar depois. Meus amigos, nem lhes conto! Foi a maior resenha. Não se falou de outra coisa durante a semana. Nem o selinho do Emerson Sheik, jogador do Corinthians, num companheiro mereceu tanta atenção. Os resenheiros das rádios locais tiraram o maior barato com minha cara. Até o prefeito foi informado do ocorrido enquanto desfilava pelas ruas em direção ao Araguaia. E quando chego lá o que encontro? Duas bandejas cheias com os pães. Ninguém deu trela. Muitos pensaram que foram os pães que eu peguei e que deviam estar com gosto de pólvora, daí a rejeição. A salvação foi umas crianças que apareceram por lá vendendo picolé que aceitaram nosso convite a deram fim nos pães. O negócio da turma era carne com farinha.

Todos nós amantes das manhãs de domingo no Araguaia ficamos muito satisfeitos tal a quantidade de gente que apareceu na abertura do campeonato; o estádio ficou lotado. Também apareceram uns ferozes bocas vazias para mim desconhecidos e já estou tomando as providências para cadastrar todo mundo. Beliscada no tira gosto de Jarionei só com o aval da Associação se não os filiados vão começar a chiar. Precisamos acabar com essa folga. Vereador apareceu e de monte mas ninguém se arriscou a chegar perto da barraca com medo do assédio dos bocas vazias e outras bocas não tão vazias. Ah, sim, Zé Ribeiro apareceu por lá mas todo mundo já o conhece e sabe que daquele mato não sai coelho. Pela Frango tentou tomar uma gelada escondido ao lado da barraca mas não teve jeito, a turma logo o identificou e ele teve de deixar algumas cachaças pagas.

E para fechar com chave de ouro essa crônica, devo dizer que já conseguimos um patrocínio permanente da vereadora Rose Araújo que através de seu esposo Magal nos comunicou que vai colaborar com o tira gosto oferecido na barraca do Jarionei. Inclusive Magal já nos informou que vai fazer reportagens ao vivo no Araguaia para a Brilhante FM a exemplo do que fez no Raimundão. De modo que agora teremos um canal direto para nossas reivindicações. Reivindicações referentes à barraca do Jarionei, bem entendido.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Em 1999, Justiça considerou ilegal trabalho dos cubanos — que, note-se, não haviam chegado ao Brasil como escravos

As alimárias relinchantes e zurrantes que vieram aqui escoicear a sua sabedoria cascosa, cavalgadas por pilantras que são hoje tão petistas quanto antipetistas eram antes, deveriam saber que destino tiveram aqueles médicos cubanos de 1999 — que não vieram então ao Brasil, é bom notar, na condição de escravos. Não se tratava do comércio de carne humana. Reproduzo texto que foi publicado à época na página do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás. Volto em seguida.
*
A justiça de Tocantins proibiu o trabalho de médicos cubanos no Estado. No último dia 12, o juiz federal Marcelo Albernaz concedeu liminar ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Tocatins (CRM-TO) proibindo que os profissionais estrangeiros atuassem no Estado. Na sentença o juiz comparou o trabalho dos cubanos a curandeirismo. O vice-presidente do Conselho de Medicina, Frederico Melo, justificou a posição da entidade, alegando que os médicos cubanos não conhecem a realidade sanitária do Estado, não dominam a língua portuguesa nem provaram que são médicos. A decisão da justiça atinge 96 profissionais que estão no Brasil – alguns desde 1997 – participando do Programa de Saúde na Família (PSF), projeto dos governos estadual e federal. Os médicos trabalhavam sem registro no CRM-TO, que constatou também a existência de uma lista fictícia do corpo clínico de um Hospital de Araguaína, onde havia médicos cubanos com número de CRM inexistente no Estado. A Procuradoria do Trabalho do Tocantins, em entrevista ao CRM-TO, observou que se há médicos com falsificação de CRM atuando em hospitais do Governo Municipal ou Estadual há crime de falsidade do profissional e do administrador do hospital e ainda há improbidade administrativa do servidor público responsável pela manutenção do profissional irregular em atividade. Irritado, com a decisão da justiça do Tocatins,o presidente de Cuba, Fidel Castro, determinou que os médicos impedidos de trabalhar retornassem ao País imediatamente. O retorno deve acontecer nesta sexta-feira (15). Os médicos trabalhavam em 48 cidades do Estado desde 1997, quando foi firmado um acordo de cooperação entre os governos de Tocantins e de Cuba. A Secretaria de Saúde do Estado diz que eles foram contratados para atuar no PSF, pois na época não havia médicos brasileiros interessados em trabalhar no interior. Uma situação que, de acordo com a secretaria, persiste. O convênio Brasil-Cuba, que permitiu a entrada dos médicos cubanos no Tocantins, segundo com a Procuradoria do Trabalho do Estado, apresenta falhas desde o início. Inclusive uma falha constitucional que é a falta de autorização pelo Congresso Nacional. As 42 cidades do Estado, onde atuavam os médicos cubanos, começarão a receber novos profissionais para atuar no PSF. O Estado teria contratado 20 médicos para atuar nos Hospitais de Referência prejudicados, como informou a Secretaria de Saúde do Estado. (Fontes: Agência Estado, Rede Globo, Jornal do Tocantins, CRM-TO).
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Voltei
1: Todas as razões que havia antes para considerar ilegal o trabalho dos cubanos remanescem.
2: Há circunstâncias adicionais, gravíssimas, que reforçam essa ilegalidade, como a exploração do trabalho análogo à escravidão;
3: Se é verdade, e é, que havia falta de médicos em 1999, depois, então, de 11 anos de governo petista, a situação, como resultado da política aplicada pela companheirada, piorou muito.
4: Há blogs às pencas para acatar relinchos e zurros. As alimárias que vão escoicear por lá. Eles recebem para isso. É serviço regiamente pago por estatais e administrações petistas. Eles estão fazendo campanha eleitoral. Eu estou defendendo as leis.

Ah, agora entendi de onde vem a onda dessa gente mixuruca. Ou: VEJA e os cubanos numa reportagem de 1999

Em 1999, a VEJA publicou uma reportagem sobre a vinda de médicos cubanos para o Brasil. O gancho foi a chegada de doutores para uma cidade de Tocantins. Ao todo, informa o texto, havia no país, naquele ano, 166 profissionais vindos da ilha.
O texto de VEJA segue reproduzido abaixo. Segundo se entende ali, eram as cidades que estavam trazendo os médicos. Ainda que fosse o Ministério da Saúde, tentarei saber nesta terça, tudo indica que o contrato era feito com os próprios profissionais, não com o governo de Cuba. Leiam o texto. Volto em seguida.
 
Voltei
Muito bem! O jornalismo de aluguel, que já começou a fazer a campanha eleitoral de Alexandre Padilha — sempre com o patrocínio de estatais e de gestões petistas (dinheiro público na veia; é gente viciada nisso) —, mobilizando uma tropa de idiotas que trabalham de graça, deu início a uma campanha: “Ah, a VEJA elogiou os médicos em 1999 e agora critica”. E, claro, açula a petralhada contra mim.
Vamos ver.
1: Em 1999 ou agora, não se trata de ser “contra médicos cubanos”. Isso nunca esteve em debate. O que se critica é o regime de contratação; é o fato de Cuba ficar com a maior parte do desembolso; é o fato de os médicos receberem, mesmo no Brasil, um salário miserável — mas ainda muito superior àquilo que se paga na ilha do pesadelo, em 1999 e agora.
2: A reportagem de 1999 já deixava claro que havia, sim, uma questão legal: a falta do Revalida, problema que permanece. E indaga por que os médicos, que estão reclamando da presença dos cubanos, não vão para o interior.
3: Em nenhum momento há evidência, que agora abunda, de um contrato de trabalho que é, por qualquer razão que se queira, análogo à escravidão. Como se nota acima, marido e mulher chegaram para trabalhar.
4: Há, sabemos, casos de médicos cubanos que vieram e se estabeleceram no Brasil, regularizando depois a sua situação.
5: É certo que há médicos competentes em Cuba. Entre os 4 mil que chegarão, muitos podem ser excelentes profissionais. Essa é uma falsa questão, proposta por vagabundos e propagada por tolos. Cubanos e quantos quiserem vir trabalhar no Brasil são bem-vindos. MAS QUE VENHAM COMO CIDADÃOS LIVRES.
6: Para encerrar: ainda que eu divergisse da VEJA de 1999, isso não seria problema nenhum, nem para a VEJA nem para mim. Essa corja que se dedica a esse tipo de fofoca está acostumada a defender trabalho escravo. Por isso imagina que estou obrigado a pensar a tudo o que pensa a VEJA, ontem ou hoje. Mas não estou. As coisas que escrevo aqui são a MINHA OPINIÃO, não a da revista. Não se pode atribuir à revista, nunca!, o que é opinião minha. Ainda agora, mesmo que a VEJA considerasse a vinda dos cubanos a salvação da saúde no Brasil, jamais me seria imposto que escrevesse a mesma coisa — nesse tema ou em qualquer outro. Sei que escravos de uma ideologia e penas que alugam a sua opinião a um partido político — ou a vários, como é o caso de larápios profissionais — não conseguem entender que possa haver jornalistas que escrevem apenas o que querem e o que pensam.
Mas que se note: a única coisa em comum entre 1999 e 2013 é a nacionalidade dos médicos. Calculem aí a inflação acumulada nos últimos 13 anos para saber quanto estariam ganhando hoje os cubanos que recebiam R$ 2 mil em 1999.
Para arrematar mesmo: alguns fanáticos do lulo-petismo de hoje eram antipetistas delirantes há 13 anos. À diferença dos cubanos, estes não trabalham por ideologia. Eles gostam mesmo é de dinheiro. Vejam que coisa: meu blog traz lá no alto a marca “VEJA”, e eu escrevo o que quero. As páginas deles não trazem o logo do PT, mas só escrevem o que quer o partido. Se o PSDB chegasse à Presidência, não duvidem: eles virariam tucanos. Se a negociação fosse bem-sucedida, é claro! São tão independentes quanto um táxi. Eu tenho conseguido a glória de apanhar nos sites do PT, do PSDB, da Rede, do PCdoB… Isso não quer dizer que eu esteja certo, é evidente. Quer dizer apenas que o meu partido tem um único filiado — e, às vezes, ele me dá um certo trabalho… 
Por Reinaldo Azevedo

domingo, 25 de agosto de 2013

ESCÂNDALO BILIONÁRIO – Deputado do PT, amigo de Lula, pergunta a conselheiro da Anatel quanto ele cobra para resolver uma pendência da Oi com o estado que chega a R$ 10 bilhões. O nome disso? Propina!

O petista Vicente Cândido: ele atua como lobista da Oi e ainda pergunta a conselheiro da Anatel: “Honorários?”. Trata-se de um gigante moral!

Eles são quem são. E isso não tem cura. Reportagem de Rodrigo Rangel na VEJA desta semana traz à luz um escândalo de dimensões bilionárias. Há muito tempo, como se sabe, os petistas abandonaram o patamar dos milhões. Isso era para gente amadora; para corruptos que corriam o risco de ser pegos e ser enforcados pela opinião pública. Os companheiros são mais espertos. Praticam com maestria o que antes diziam condenar e ainda mandam enforcar. A síntese da história é a seguinte: Vicente Cândido, deputado federal (PT-SP), um figurão do partido, embora não seja muito conhecido, chamou a seu gabinete um conselheiro da Anatel de nome Marcelo Bechara. O deputado está interessado em livrar a cara da Oi, empresa que tem como sócios amigos do Luiz Inácio Apedeuta da Silva — o mais intimo é Sérgio Andrade. A empresa deve ao estado brasileiro nada menos de R$ 10 bilhões em multas — embora  o valor de mercado da companhia seja de R$ 8 bilhões. O parlamentar quis saber como Bechara podia ajudar a Oi e sugeriu falar em nome de Lula. A conversa, a esta altura, já tinha ultrapassado o limite do aceitável. Mas ele foi mais longe. Num papelucho, escreveu a seguinte palavra, acompanhada de um ponto de interrogação, e exibiu ao conselheiro: “Honorários?”.
Isso mesmo. Vocês entenderam direito. Um deputado do PT, atuando a favor dos interesses de uma empresa privada que tem como sócios amigos pessoais de Lula, abordou um conselheiro da Anatel e indagou quanto ele cobrava para dar um jeitinho. Atenção! BECHARA CONFIRMA QUE ISSO ACONTECEU. Mas ainda é de menos. O PRÓPRIO VICENTE CÂNDIDO ADMITE TER ESCRITO A PALAVRINHA. Mas se sai com uma desculpa esfarrapada. “Eu queria saber se ele tinha honorários.” Sim, vocês entenderam direito: um deputado do PT ofereceu propina a um conselheiro da Anatel.
Houve ainda um segundo encontro. Aí o buliçoso petista entregou a Bechara as pretensões da Oi,  com o timbre da Jereissati Participações (de Carlos Jereissati), uma das acionistas da companhia. Lá está o que quer a empresa, de que o petista virou um negociador: redução de 80% daquela dívida de R$ 10 bilhões e mudança urgente na regra que obriga uma telefônica a manter 4 telefones públicos por mil habitantes na área em que opera. Antes de falar com Bechara, naquele mesmo dia, Vicente Cândido havia se encontrado com Lula. Leiam trecho da reportagem. Volto em seguida.
*
No fim de 2008, uma canetada do então presidente Lula permitiu a compra da Brasil Telecom pela Oi, uma das mais complexas e questionadas transações do mercado brasileiro nos últimos tempos. A assinatura aposta por Lula no decreto que abriu caminho para o negócio foi justificada com um argumento repleto de ufanismo: era preciso criar um gigante nacional no setor de telecomunicações para competir em condições de igualdade com as concorrentes internacionais. A operação bilionária foi cercada de polêmica por outras razões. Primeiro, porque a Oi fechou o negócio graças a um generoso financiamento público. Além disso, a empresa tinha e tem entre seus controladores o empresário Sérgio Andrade, amigo do peito de Lula desde os tempos em que o petista era um eterno candidato a presidente. E a mesma Oi, três anos antes, investira 5 milhões de reais na Gamecorp, uma empresa até então desconhecida pertencente a um dos filhos do presidente. À parte as polêmicas, a supertele nacional não decolou como planejado e o discurso nacionalista logo caiu por terra — e com a ajuda do próprio petista, que meses antes de deixar o Planalto criou as condições para que a Portugal Telecom comprasse uma parte da companhia.
Com o passar do tempo, porém, a Oi perdeu valor de mercado, viu aumentar suas dívidas em proporções cavalares e hoje enfrenta sérias dificuldades para investir, o que para uma empresa do ramo de telecomunicações é quase como uma sentença de morte. O destino da companhia é motivo de preocupação para o governo e para o ex-presidente Lula. Em especial, pela possibilidade de o insucesso da empresa causar danos políticos às portas de uma campanha presidencial em que o PT pretende estender sua permanência no poder. Como explicar a ruína de um megaprojeto liderado pela maior estrela do partido e bancado em grande medida com dinheiro dos cofres públicos? Uma tarefa difícil, certamente. É legítimo que haja um esforço para ajudar uma empresa nacional. É legítimo que esse esforço também envolva agentes políticos. O que não é legítimo é a solução do problema passar por lobbies obscuros, negociatas entre partidos e até uma criminosa proposta de pagamento de propina a um servidor público em troca de uma ajuda à empresa — episódio que aconteceu no início do mês nas dependências do Congresso Nacional, em Brasília, envolvendo o deputado federal Vicente Cândido, do PT de São Paulo, e o conselheiro Marcelo Bechara, da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Indicado para o cargo pelo PMDB, em 6 de agosto Marcelo Bechara foi ao gabinete do deputado depois de receber um telefonema do parlamentar convidando-o para uma visita. Entre uma conversa e outra, Cândido engrenou o assunto principal: a cobrança de multas bilionárias aplicadas à Oi pela agência. Advogado por formação, Bechara é conhecido por sua capacidade de formatar soluções jurídicas para questões aparentemente insolúveis. Ele fora o relator de uma proposta que pode dar um alívio e tanto ao combalido caixa da empresa e que será debatida em breve no conselho diretor da Anatel. A proposta regulamenta a cobrança de multas aplicadas às companhias telefônicas. As da Oi, atualmente, somam mais de 10 bilhões de reais — uma cifra astronômica em todos os aspectos, ainda mais se comparada ao valor de mercado da companhia, estimado em menos de 8 bilhões de reais

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Brasileiro é otário? – parte 9

E então, prezado leitor, preparado para praticar mais esportes e cuidar da saúde? Espero que sim, mas com moderação. Não vá se tornar um daqueles “talibikers” raivosos, que pensam que são moralmente superiores aos reles mortais pois amam suas bikes e detestam carros poluentes.
Feita a ressalva, o Ministério do Cidadão Otário adverte: comprar bicicleta no Brasil faz mal à saúde! Isso mesmo: pedalar é bom para o coração e tudo mais, mas cuidado com o próprio coração na hora da fatura do cartão de crédito. Que susto!
Nossa série “Brasileiro é otário?” de hoje vai comparar o preço de uma mountain bike. Há várias opções, e tem até Caloi vendida na Amazon por preço menor que o nosso, sendo que a empresa é – ou era até semana passada – nacional. Agora a canadense Dorel comprou o controle.
Não entendo do assunto, pedi consultoria a um amigo triatleta. Mas ele sugeriu marcas muito caras, profissionais, e aí interessa só aos viciados. Para falar à maioria dos leitores, selecionei uma bicicleta mais simples, a Jeep Renegade aro 26. Vejamos:
Na Amazon:

No Submarino:

Não se assuste! Ou melhor: assuste-se! É isso mesmo! A bicicleta sai por pouco mais de US$ 200 lá, e aqui vai a quase R$ 2 mil! Ou seja: aproximadamente R$ 500 nos Estados Unidos, e R$ 1.756 no Brasil, já com desconto. Ou ainda: aqui custa 3,5 vezes mais caro! Sempre recordando que lá o cidadão médio é quatro vezes mais rico.
Pronto, agora o leitor pode começar a pedalar. Mas tem que pedalar muito mais para pagar pelo “brinquedo”. O maior desafio não será a montanha com as trilhas, e sim a montanha de impostos que o governo cobra!
 

Reynaldo-BH: Os doutores de Fidel não são bem-vindos ao nosso país

REYNALDO ROCHA
 
Poucos atos ofendem mais a dignidade humana que o de enganar, mentir e fazer de quem ouve uma marionete na certeza da inação e do esquecimento.
Hoje somos todos marionetes nos cordéis ou em mãos de artistas mambembes.
O governo conseguiu o que queria. Usou da mentira e de afirmações que não se sustentam nem por um dia para arquitetar e dar continuidade a uma entrega da saúde no Brasil em mãos de cubanos. Os mesmos que erraram no diagnóstico e tratamento de Hugo Chávez.

Onde a medicina massificada abriu mão da competência em nome de uma propaganda ridícula baseada em número de médicos mal formados.
Alexandre Padilha ─ o ex-médico que envergonha a classe a que um dia pertenceu ─ informou ao país que o plano de importação de médicos cubanos estava sepultado. O foco estava voltado para os europeus.
Como de se prever, estes não vieram. Sabem o que os espera.
E, de repente, de modo quase surpreendente (a se crer no anunciado cancelamento), estamos com 4 mil doutores de Fidel em nosso país. Não são bem vindos. Entre eles, enquadram-se brasileiros formados em Cuba a partir de seleção por “critérios ideológicos”, idealistas que querem ─ antes da diagnose ─ propagandear as delícias do regime cubano, bolivariano ou lulopetista e, por fim, médicos que se submetem a receber R$ 2 mil de um total de R$ 10 mil pagos ao governo de Cuba como forma de sobrevivência, além de terem as famílias impedidas de sair da ilha do Coma Andante.
Que país disporia de 4 mil médicos, de modo imediato , para serem deslocados? Seriam os melhores os que atendem em Havana? Deixariam seus pacientes desamparados ou com outro profissional? Ou a lógica diz que são o restolho do restolho, os que sequer trabalham na própria Cuba dos Castro?
Precisam dispor de seus salários para o governo? Aceitam ─ por quê? ─ receber um percentual ridículo pelo trabalho pago? Quem os escolheu? Porque não serão submetidos ao Revalida?
Desembarcarão no Brasil com gaze, esparadrapo, estetoscópio, equipamentos de exames básicos, equipamentos de eletro cardiograma, macas, leitos e sabão para lavar as mãos, que faltam aos médicos brasileiros?
Trarão ambulâncias equipadas com desfibriladores? Enfermeiros formados que não confundam soro com cortisona? Nada disso foi levado em conta. Se antes o lulopetismo roubava, deixava roubar e mentia, hoje concorda com mortes mais que previsíveis. Não haverá NENHUMA melhoria! Podem cobrar! Não existe mágica. Medicina não é curandeirismo. É ciência. E para tanto, precisa dos meios para poder existir.
O que importa são os quase meio bilhão de reais por ano a serem enviados ao governo de Cuba! E a propaganda. Agora, sem nenhuma reclamação dos médicos que NÃO irão atender, mas são proibidos de se manifestarem. Eles são EMPREGADOS do governo cubano, não do brasileiro. São pagos pelo GOVERNO DE CUBA. Dependem do humor dos comandantes que trocou soldados por médicos. Mesmo na Venezuela este sistema de trabalho escravo não deu certo. A população ─ mesmo falando a mesma língua, que não é o caso ─ evitava os cubanos por considera-los despreparados. Tanto é que os 4 mil que desembarcam com as bençãos de Dilma et caterva estavam, antes, na Venezuela. Até lá o contrato não foi renovado.
A saída por cá? Em um ano teremos o desastre e a explicação oficial: “tentamos, mas não deu certo”.
Não é estranho que em ano eleitoral estes valores astronômicos sejam enviados a Cuba? Retornarão? Ou alguém esqueceu dos dólares enviados em caixas de whisky para a campanha de Lula? Do tal “padre” cubano que dizia a todos estar financiando a campanha do Imperador de Garanhuns? Em um cenário de maior atenção INTERNA para financiamentos de campanha, que tal ter financiamento externo? É delírio ou os fatos indicam isso?
A saúde do povo? Dane-se, parecem dizer. Se o cidadão morre por falta de médico, nada altera. Agora morrerão por falta de competência. Fica tudo do mesmo tamanho.
Só acho que há uma conspiração mundial (aí incluído Estados Unidos, Europa, México e até América Latina!) que quer ver o governo Lula, digo Dilma, naufragar!
Afinal, houve claramente um boicote desta classe gananciosa de médicos que, NO MUNDO TODO (à exceção de Cuba!), à generosa oferta de Padilha e Dilma: receberem pelo pouco trabalho ─ basta emitir atestados de óbito.
A culpa é dos médicos!

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Após 31 dias, manifestantes deixam Câmara de Salvador

Cerca de 30 militantes do Movimento Passe Livre permanecem acampados do lado de fora do prédio público, no centro da capital baiana

Movimento Passe Livre ocupa Câmara de Salvador
Manifestação, que durou 31 dias, reivindicava a redução nas tarifas de ônibus (Biel Fagundes/ag.BAPress/Folhapress)

Após 31 dias de invasão, integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) deixaram o prédio da Câmara Municipal de Salvador, no centro da capital baiana. O edifício foi tomado no dia 22 de julho por um grupo de 22 pessoas. Nesta quarta-feira, os últimos dois manifestantes saíram do local. Na mesma hora, do outro lado da rua, militantes do MPL atiravam ovos na sede da prefeitura.
Duas das principais reivindicações dos manifestantes – marcar uma audiência com o prefeito Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM) e reduzir o preço da tarifa de ônibus – não foram atendidas. Na capital baiana, não houve reajuste nos preços da passagem neste ano. 
Apesar disso, o MPL avaliou o protesto como positivo. Alguns de seus pleitos foram atendidos pelo governo, como a adoção do bilhete único na cidade, válido no período de duas horas. O movimento também informou que o protesto continuará do lado de fora do prédio público, onde 30 manifestantes permanecem acampados. 
Nos 31 dias em que estiveram dentro da Câmara, não houve intervenção da polícia nem da segurança do local.
(Com Estadão Conteúdo)

‘Quatro palpites sobre um bate-boca’, um artigo de Roberto Damatta

Publicado no Globo desta quarta-feira
 
Quando menino, minha avô Emerentina me solicitou um palpite para o jogo do bicho, uma atividade que ela praticava com a mesma religiosidade com que fazia as suas orações matinais. Pensei num filme de Tarzan e chutei: elefante! O elefante deu na cabeça e dela recebi um dinheiro que virou bombons de chocolate.
São 25 bichos, conforme determinou o cânone do Barão de Drummond, o inventor disso que Gilberto Freyre dizia ser um “brasileirismo”. Algo genuinamente brasileiro, ao lado da feijoada, das almas do outro mundo, do samba, da corrupção oficial, do suposto orgasmo das prostitutas e do “rouba mas faz”. Quanta inocência existe entre nós. É de enternecer.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Alguém tinha alguma dúvida? Dirceu pede que STF considere tese de Lewandowski para corrupção

Por Laryssa Borges

Na noite desta segunda-feira, sem alarde, a defesa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que os ministros da corte amenizem a pena pelo crime de corrupção cometido no esquema do mensalão. A defesa do petista argumenta, em um memorial de sete páginas, que a trama criminosa teria ocorrido entre 2002 e 2003. Na prática, os advogados colocaram no papel a tese sustentada no plenário na semana passada pelo ministro Ricardo Lewandowski, que foi repelida com virulência pelo presidente do STF, Joaquim Barbosa.
A constatação de que a tese de Lewandowski pouco tinha de inocente foi revelada pelo site de VEJA na última sexta-feira. Após o bate-boca com Barbosa, que por pouco não terminou em pancadaria na antessala do plenário, advogados que acompanham o julgamento e dois ministros identificaram na reação desmedida do presidente do STF uma tentativa de impedir que Lewandowski reabrisse a discussão sobre a aplicação de uma legislação mais branda para os crimes de corrupção. Ou seja, Lewandowski teria aproveitado um recurso apresentado pelo ex-deputado Carlos “Bispo” Rodrigues para preparar terreno em benefício do trio petista José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Nesta segunda, os advogados de Dirceu comprovaram que Barbosa – pelo menos no mérito – estava certo.
No documento apresentado, o advogado do petista, José Luís de Oliveira Lima, pede textualmente que os ministros do STF considerem o “debate estabelecido na sessão plenária de 15 de agosto”. O evento a que se refere a defesa é justamente a exposição de Lewandowski em benefício do PT. Para Dirceu, o plenário do STF deve aceitar a argumentação do antigo revisor e acatar a tese de que corruptos e corruptores articularam todo o esquema criminoso do mensalão em 2002 e no início de 2003.
O marco temporal pode ser crucial na definição do tamanho das penas de parte dos mensaleiros condenados por corrupção. É que os réus questionam o fato de terem sido condenados por corrupção ativa e passiva com base na Lei 10.763, de 2003, que prevê penas de dois a doze anos para os crimes. Se conseguirem convencer os ministros de que os acordos para repasse de propina ocorreram em 2002 ou até antes de novembro de 2003, acreditam que podem ser beneficiados porque neste período estava em vigor uma legislação mais branda para crimes de corrupção, com penas de um a oito anos de reclusão.
Para tentar alterar o entendimento de que o mensalão foi gestado e consolidado sob a vigência de uma legislação mais leve, a defesa de Dirceu se apega ao acordo que o PT celebrou com o então presidente do PTB, José Carlos Martinez. Como o dirigente partidário morreu em outubro de 2003, as negociatas, na versão da defesa, só podem ter ocorrido antes de novembro daquele ano, quando a lei mais gravosa passou a produzir efeitos.
“O acórdão condenatório afastou a alegação dos réus de que o dinheiro recebido pelo PTB era fruto de acordos eleitorais municipais [de 2004]. Essa alegação foi tida como inverossímil. Prevaleceu o entendimento de que os repasses foram acertados nas reuniões ocorridas na Casa Civil e quitados como retribuição do apoio político prestado nas votações das reformas. Tudo no ano de 2003”, diz a defesa do ex-ministro José Dirceu.
A tese, no entanto, é capenga. Apesar de o STF ter concluído que o esquema de corrupção foi planejado logo após a vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, os ministros da mais alta corte do país concluíram também que em casos de crime continuado, como os sucessivos atos de corrupção praticados por Dirceu, deve ser aplicada a lei mais dura contra o criminoso.
A despeito de os magistrados terem atestado que o delito de corrupção é formal e se consuma instantaneamente com a simples solicitação ou promessa da vantagem, independentemente do efetivo recebimento do benefício, o plenário considerou que deve ser aplicado no caso do mensalão a súmula 711 do STF. O texto estabelece que aplica-se a lei mais severa se a participação criminosa se estendeu no tempo e se uma parte dos crimes ocorreu na vigência desta lei mais grave.
A próxima sessão do STF para analisar os recursos do mensalão está marcada para esta quarta-feira.
Por Reinaldo Azevedo

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Brasileiro é otário?

domingo, 18 de agosto de 2013

TCU vai julgar falhas em obras do metrô de Salvador

NELSON BARROS NETO
DE SALVADOR

O metrô de Salvador -uma obra que se arrasta há 13 anos e já consumiu R$ 1 bilhão- está na mira do TCU (Tribunal de Contas da União) por indícios de superfaturamento e falhas na construção.
Investigada por formação de cartel no setor de ferrovias em São Paulo e Distrito Federal, a Siemens integra o consórcio responsável pela obra, ao lado da Camargo Corrêa e da Andrade Gutierrez.
Em auditoria concluída no final de 2012, o TCU apontou a existência de um superfaturamento de R$ 166 milhões na obra (R$ 400 milhões, em valores corrigidos).
O tribunal agora aguarda as defesas do consórcio, da CTS (Companhia de Transporte de Salvador) e da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) para levar o caso a julgamento, que pode condenar dirigentes ao ressarcimento do suposto prejuízo. Todas as empresas e os órgãos citados negam a existência de irregularidades.
Iniciada em 1999, a obra da linha 1 do metrô já tem 20 aditivos contratuais e é alvo de duas ações movidas pelo Ministério Público Federal, que aponta fraude na licitação e formação de cartel.
A obra foi incorporada ao PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) do governo federal em 2007, na gestão do presidente Lula. Em abril deste ano a Prefeitura de Salvador, no governo de ACM Neto (DEM), transferiu a administração ao governo do Estado, de Jaques Wagner (PT) por meio de um acordo.
O TCU, contudo, recomendou ao governo do Estado que não aceite essa transferência por concluir que existem falhas na construção.
O monitoramento mais recente do órgão apontou infiltrações, um trecho inacabado, divergências entre execução física e a financeira e problemas de garantia.
E enquanto a linha 1 está prometida para sair até a Copa, embora ainda envolta em problemas, o governo da Bahia abrirá na próxima semana a licitação da linha 2, com modelo de PPP (parceria público-privada) e investimento previsto de R$ 4 bilhões.
OUTRO LADO
O consórcio Metrosal negou, em nota, que tenha havido sobrepreço ou pagamentos irregulares na obra do metrô de Salvador.
O consórcio disse ter vencido a licitação com o menor preço e que tudo foi executado de acordo com o projeto e "atestado pelo cliente".
Afirmou ainda que "que todos os questionamentos serão esclarecidos aos órgãos fiscalizadores".
A CTS disse que os apontamentos do TCU se referem a "falhas antigas". "Em algum momento isso vai se resolver", disse Carlos Martins, presidente da companhia. A CBTU não se manifestou.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Líder do PMDB baiano faz propaganda de possíveis adversários de Dilma em 2014

NELSON BARROS NETO
DE SALVADOR


Ministro do governo Lula, o vice-presidente da Caixa, Geddel Vieira Lima, gravou quatro inserções comerciais para o rádio e a TV na Bahia que exaltam o governo de possíveis adversários da presidente Dilma Rousseff em 2014 e criaram saia justa nas relações entre o PT e seu PMDB, aliados no plano nacional.
Nas peças, para atacar o governador petista Jaques Wagner, Geddel exalta feitos do governo de Minas Gerais, comandado pelo hoje senador Aécio Neves (PSDB) entre 2003 e 2010, e Pernambuco, governado por Eduardo Campos (PSB). Também aparece com destaque o governo do Paraná, também sob gestão tucana, de Beto Richa.
Geddel lidera o PMDB baiano e é pré-candidato ao governo estadual, cargo para o qual já concorreu em 2010, quando rompeu com Wagner, perdeu a eleição e passou a fazer oposição localmente.
São quatro as propagandas, cada uma com 30 segundos.

"Enquanto os alunos da rede estadual da Bahia sofrem com escolas maltratadas, greve de professores e evasão escolar, Minas Gerais implantou a melhor escola pública do país", diz o ministro da Integração Nacional de Luiz Inácio Lula da Silva entre 2007 e 2010.
O discurso segue o mesmo estilo ao tratar da saúde, comparada à do Paraná do tucano Beto Richa, assim como os temas da segurança e da indústria, em que Pernambuco é usado como referência.
Nestes momentos, surgem música de fundo, imagens com tons fortes e em câmera lenta, em contraposição às cenas da Bahia, que não têm fundo musical e nas quais as imagens surgem com tons mais "apagados".
Procurado pela Folha, Geddel diz que todos podem ver a publicidade da maneira que entenderem. "É um direito de cada um. Não estou preocupado com interpretações de políticos. Eu quero é que o povo veja aquilo lá".
O objetivo, segundo ele, é mostrar que outros Estados conseguem resolver problemas que considera graves na Bahia. "Só isso", afirma.
Questionado sobre a ausência de casos do PMDB, Geddel se esquiva: "O Rio de Janeiro é um governo a que, nesse momento, não estou querendo me comparar". Após os protestos de junho, o governador fluminense, Sérgio Cabral, obteve o menor índice de aprovação em seis anos e meio de sua gestão, de acordo com o Datafolha: 25%.
O partido ainda comanda Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia.
Para o presidente do PT baiano, Jonas Paulo, o foco de Geddel deveria ser os Estados de sua sigla, "que não são nenhum exemplo a ser seguido". "Acho que ele continua funcionando como um auxiliar da oposição demo-tucana ao governo federal, do qual ele participa", diz.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Lula, o censor!

Publicado no Blog do Noblat

RICARDO NOBLAT
Por que Lula repete com tanta insistência que o PT não precisa da opinião de “formadores de opinião” para saber como se comportar com decência?
Opção A: Porque a opinião dos “formadores de opinião” rejeitada por ele costuma ser contrária ao modo de o PT se comportar. Se fosse favorável, ele não reclamaria; Opção B: Porque detesta “formadores de opinião” em geral e alguns em particular. Beneficia-se da opinião daqueles que o reverenciam, mas nem desses gosta muito; Opção C: Porque a crítica aos “formadores de opinião” lhe garante largo espaço nos meios de comunicação. Isso massageia seu ego e atrai a solidariedade dos petistas; Opção D: Nenhuma das opiniões acima; Opção E: Todas as opiniões acima.
(Não responda sem antes refletir um pouco. Lula é um cara complexo. Salvo a turma de sua época de sindicalista, poucos o conhecem de fato. Por esperto, espertíssimo, engana correligionários e adversários com facilidade. Com frequência não diz o que pensa, mas o que seus interlocutores querem ouvir. E depois faz o que quer. Em resumo: é um político nato à moda antiga. Mais para samurais do que para ninjas.)
De volta ao questionário. Cravou uma das opções?
A certa a meu ver: a opção E (Todas as opiniões acima).
Lula trata o PT como um filho. Por sinal, vive comparando o PT a um filho desde a época do estouro do escândalo do mensalão. Disse algo assim: “Qual o pai que pode saber o tempo todo o que seus filhos estão fazendo?”
Com isso quis se declarar inocente.
Entre ser entrevistado ao vivo pelo Jornal Nacional no dia seguinte à sua eleição em 2002 e começar a apanhar quando Roberto Jefferson denunciou o suborno de deputados, foi um pulo. Ali acabou a lua de mel de Lula com a imprensa.
Saiu de cena o ex-sindicalista que passou a perna em todo mundo e alcançou a presidência da República. Entrou o ex-sindicalista que se dizia perseguido pelas elites – embora elas jamais tenham lucrado tanto quanto no governo dele, embora ele as tenha paparicado sempre que pode, embora elas, hoje, torçam por sua volta ao poder.
O fato de não ter estudado porque não quis e de ter sucedido alguém que nunca parou de estudar alimentou em Lula um certo desprezo por aqueles que sabem pensar e expressar o que pensam.
Como se acha bem-sucedido – e de fato o é – imagina-se merecedor de todos os elogios possíveis e um injustiçado quando eles escasseiam. Ou quando são superados pelas censuras.
Disse um dia (cito de memória): “Gosto de publicidade. De notícias, não”.
Existe publicidade positiva e negativa. É da primeira que naturalmente ele gosta. Sobre a notícia ele não exerce controle. Exerce sobre a publicidade desde que pague a conta. Ou que tenha quem pague.
Talvez tenha sido o primeiro político dos tempos interessantes que vivemos a intuir que tratar mal a imprensa lhe renderia generoso e gratuito espaço na… imprensa. E assim procede até aqui.
Seus admiradores mais simplórios apreciam a disposição com que ele destrata jornalistas, formadores de opinião e os mais poderosos conglomerados de comunicação. Lula lhes fornece argumentos para justificar todos os passos do PT. E eles se sentem aptos a travar discussões com seus desafetos.
Não é bacana?
Augusto Nunes

‘Nas franjas do Black Bloc’

Publicado no Globo desta quinta-feira

DEMÉTRIO MAGNOLI
“Muitos dos jovens que estão usando essa estratégia da violência nas manifestações vieram das periferias brasileiras. Eles já são vítimas da violência cotidiana por parte do Estado e por isso os protestos violentos passam a fazer sentido para eles.” Rafael Alcadipani Silveira, autor do diagnóstico que equivale a uma celebração do vandalismo, não é um músico punk, mas um docente da FGV-SP. O seu (preconceituoso) raciocínio associa “violência” a “periferia” — como se esse sujeito abstrato (a “periferia”) fosse portador de uma substância inescapável (a “violência”). Por meio do conhecido expediente de atribuir a um sujeito abstrato (a “periferia”) as ideias, as vontades e os impulsos dele mesmo, Silveira oculta os sujeitos concretos que produzem um “sentido” para “protestos violentos”. Tais sujeitos nada têm a ver com a “periferia”: são acadêmicos-ativistas engajados na reativação de um projeto político que arruinou as vidas de uma geração de jovens na Alemanha e na Itália.
No DNA humano estão inscritas as “pegadas” da evolução dos seres vivos. Nas obras de arte, encontram-se os sinais de uma extensa cadeia de influências que as interligam à história da arte. Similarmente, pode-se identificar nos textos políticos uma genealogia doutrinária, que se manifesta em modelos argumentativos típicos e expressões estereotipadas. O professor da FGV menciona a “violência cotidiana por parte do Estado”. Nas páginas eletrônicas dos Black Blocs, pipoca a expressão “Estado policial”. Bruno Torturra, o Mídia Ninja ligado a Marina Silva, definiu os Black Blocs como “uma estética” e defendeu a “ação direta”, desde que “dirigida aos bancos”. Pablo Ortellado, filósofo e ativista, elogiou a “ação simbólica” de destruição de uma agência bancária que, interpretada “na interface da política com a arte”, simularia a ruína do capitalismo. Eu já li essas coisas — e sei onde.
Tudo isso foi escrito na década de 1970, pelos intelectuais italianos que lideraram os grupos autonomistas Potere Operaio, Lotta Continua e Autonomia Operaia. Eles mencionavam as qualidades exemplares da “ação direta” e a eficiência da “violência simbólica”. Toni Negri pregava a violência como ferramenta para defender os “espaços” criados pelas “ações de massa” e exaltava o “efeito terrível que qualquer comportamento subversivo, mesmo se isolado, causa sobre o sistema”. Avançando um largo passo, Franco Piperno clamava pela “combinação” da “potência geométrica da Via Fani” (referência ao sequestro de Aldo Moro pelas Brigadas Vermelhas, em Roma, no 16 de março de 1978) “com a maravilhosa beleza do 12 de março” (alusão ao assassinato de um policial, em Turim, pelo grupo extremista Prima Linea, em 1977).
Depois do assassinato de Moro, Negri e Piperno foram processados e injustamente condenados a cumprir sentenças de prisão, que acabaram sendo revertidas. Intelectuais, de modo geral, não sujam as próprias mãos. Os líderes autonomistas não integravam as Brigadas Vermelhas ou a Prima Linea — e, portanto, não deram as ordens que resultaram em atos de terror. Eles apenas ensinaram a seus jovens seguidores, alguns dos quais viriam a militar nas organizações terroristas, que a violência é necessária, eficaz e bela. A responsabilidade deles não era criminal, mas política e moral, algo que jamais tiveram a decência de reconhecer.
Onde fica a fronteira entre a violência “simbólica” e a violência “real”? Na noite de 2 de abril de 1968 bombas incendiárias caseiras explodiram em duas lojas de departamentos de Frankfurt, que já estavam fechadas. A ação pioneira do grupo Baader-Meinhof, inscrita “na interface da política com a arte”, foi cuidadosamente planejada para não matar ninguém. Era a violência “só contra coisas”, não “contra pessoas”, na frase de Ortellado para justificar as ações dos Black Blocs. O primeiro cadáver do Baader-Meinhof, um guarda penitenciário, surgiu na operação de resgate de Andreas Baader, em maio de 1970. Depois, vieram outros cadáveres, de chefes de polícia, juízes, promotores ou empresários. Tais personalidade seriam “símbolos” do “sistema” — isto é, segundo uma interpretação possível, “coisas”, não “pessoas”.
A tragédia alemã precedeu a tragédia italiana, mas não a evitou. No “Outono Alemão” de 1977, um jovem radical desiludido escreveu uma carta amarga, irônica, indagando sobre os critérios para decidir quem tinha mais responsabilidade pela opressão capitalista — e, portanto, deveria ser selecionado como alvo. “Por que essa política de personalidades? Não poderíamos sequestrar junto uma cozinheira? Não deveríamos pôr um foco maior nas cozinheiras?” Os nossos alegres teóricos dos Black Blocs aplaudem o incêndio “simbólico” de uma agência bancária, mas ainda não se pronunciaram sobre o valor artístico da vandalização de edifícios empresariais, shopping-centers, delegacias, palácios de governo ou residências. Por que esse “foco” nos bancos?
Eugênio Bucci — ele também! — usou a palavrinha “estética” quando escreveu sobre a suposta novidade do “esporte radical e teatral de jogar coquetel molotov contra os escudos da tropa fardada”. Não existe, porém, novidade. Ortellado publicou um artigo sobre as fontes da “tática” dos Black Blocs, evidenciando suas conexões com os movimentos autonomistas de “ação direta” na Alemanha e Itália dos anos 1970 e 1980, cujos destacamentos de choque servem de modelo aos nossos encapuzados. Ele não diz com clareza, mas as teses políticas que reativam o culto da manifestação violenta originam-se precisamente de alguns dos acadêmicos-ativistas daquele tempo, hoje repaginados como mestres grisalhos do movimento antiglobalização.
Os Black Blocs anunciam um “badernaço nacional” para o 7 de setembro. Mas o “badernaço” intelectual começou antes, na forma dessas piscadelas cúmplices para idiotas vestidos de preto que rebobinam um desastroso filme antigo