quarta-feira, 31 de agosto de 2011
O repentista Bob Dylan
Toda criação poética é uma oscilação contínua entre o racional e o intuitivo, entre decisões planejadas e coisas que parecem cair do céu. “Toda”, no caso, é um exagero, porque se há milhões de poetas há milhões de poéticas; mas essa regra, que vale para mim, deve valer pra mais gente. Lembrem aquela famosa cena de Sociedade dos Poetas Mortos, em que um dos alunos de Robin Williams diz ser incapaz de escrever versos. Ele manda o garoto ficar de pé e fechar os olhos, manda-o girar sobre si mesmo e ficar dizendo o que lhe vem na cabeça, até que o garoto, que era o mais travado da turma, começa a balbuciar coisas e acaba gritando uns versos bem aceitáveis. Ele larga o garoto e diz no seu ouvido: “Nunca se esqueça disto”.
Boa parte das instituições federais de ensino está em greve há quase três meses. E ninguém dá a menor bola. Greve contra petistas é coisa de reacionários!
Querem enfiar Haddad goela abaixo do eleitor. O esquema é profissional!
Quem aí sabia que mais de 50% dos campi das universidades federais e das escolas técnicas federais estão em greve desde, atenção!!!, 6 de junho??? Quase ninguém.
É isto aí: quando se trata de uma greve contra os companheiros, os manifestantes estão condenados a uma espécie de solidão noticiosa. Enquanto a turma ficava lá reivindicando Deus sabe o quê, Fernando Haddad era lançado pela “imprensa progressista” e também pelos “progressistas” infiltrados no jornalismo sério, candidato à Prefeitura de São Paulo. Metade das federais paradas, e o Gugu-Dadá do leninismo estava recebendo Marilena Chauí em sua casa, com ampla cobertura. Marxilena, naturalmente, é favorável a greves na USP — vocês sabem, ela é contra tucanos perversos, mas deve achar que paralisação nas federais é coisa de sabotadores reacionários. É, Lênin, a grande inspiração moral de Haddad, passaria fogo nos contra-revolucionários, né?
Olhem, eu nem sei quais são as reivindicações de alunos e professores. Não costumo ser babá desses movimentos. Podem ser justas, podem ser injustas. Isso, para o meu post, é irrelevante. Este texto não trata de movimento sindical, mas de jornalismo. O que me pergunto é por que o assunto não é pauta de ninguém.
O absurdo é tal que Dilma e Haddad anunciaram a criação de quatro novas universidades federais há duas semanas — que, segundo dados oficiais, custarão o equivalente a dois exames do Enem (!!!) —, e não se disse uma vírgula sobre as greves. Nada vezes nada! Imaginem se a USP estivesse parada há quase três meses!!! Haveria o risco de a ministra Maria do Rosário, dos Direitos Humanos, ir ao campus para saber como estavam sendo tratadas as pobres vítimas do PSDB… Isso deveria envergonhar alguns pauteiros. Mas é provável que se orgulhem da tarefa cumprida.
Os vivos e os palhaços
Então a Câmara votou contra a cassação do mandato da proba deputada Jaqueline Roriz?! Assim fica difícil desligar e relaxar nas férias...
A tal Jaqueline foi filmada em 2006 quando recebia milhares de reais em dinheiro vivo de Durval Barbosa, que, antes de ficar famoso como delator do mensalão do DEM, era secretário de Estado no Distrito Federal, que foi governado quatro vezes por... Joaquim Roriz. Vem a ser pai da então deputada distrital, hoje deputada federal.
Resumindo a operação: a filhota recebia grana do governo do papai! Não é fantástico? E tudo isso documentado, inquestionável, irrespondível, porque, se fita gravadanão é prova, o que mais poderia ser?
A famiglia Roriz é realmente um prodígio. O pai renunciou ao Senado e à candidatura ao quinto mandato no governo do DF depois do primeiro sopro de denúncia (antes que chegasse o vendaval). A mãe aceitou o papel patético de ser candidata ao governo no lugar do marido. Uma filha, Jaqueline, resiste à cassação na Câmara dos Deputados. A outra é deputada distrital - e sonha alto.
Mas o foco da votação desta Terça-feira é outro: os próprios deputados. Cá pra nós, só há uma explicação para eles salvarem a pele de Jaqueline Roriz: estavam salvando preventivamente a deles próprios. A maior parte deles pode ser a Jaqueline de amanhã. E, se é para salvar um, que salvem-se todos.
Eles são vivos. Nós somos os palhaços.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Últimas Pérolas do ENEM
“O piloto que atravessa a barreira do som nem percebe, porque não escuta mais nada” *
“O povo coreano tem tanta energia, que virou nuclear” *
“Cada vez mais as pessoas querem conhecer sua família através da árvore ginecológica” *
“A leitura permite ao homem tornar-se míope” *
“A pérola é a fecundação do esprematozoide de uma concha, com uma pedra... de acordo com o tamanho da pedra fica o tamanha da pérola” *
“Apóstrofes são os 12 homenzinhos que comeram com Jesus e que Michelangelo bateu a foto” *
“Quilograma é quando, após medir, uma grama pesa um quilo” *
“Hoje Em dia, a taxa de corrupção cresce 80%, a taxa de honestidade cai 20% e a taxa de incredulidade aumenta 100%. E ninguém faz nada” *
Celso Arnaldo radiografa Dilma: ‘Estamos diante de uma pessoa dramaticamente incapaz de dar forma a uma única ideia’
CELSO ARNALDO ARAÚJO
Da Roma antiga, que ela não saberia localizar no mapa ou na História, a São José do Rio Preto, onde há poucos dias chamou as crianças de um conjunto habitacional de “esses pequenininhos brasileiros, esses brasileirinhos e essas brasileirinhas”, as palavras desordenadas vão saindo aos solavancos, num diapasão de agonia, escoltadas pateticamente por gestos bruscos, mímicas de esforço e esgares atônitos, como se estivessem sendo trazidas a fórceps de um arquivo morto que há anos não é consultado e onde o material de pesquisa está todo embaralhado.
Pessoas têm ou não o dom da palavra – e não tê-lo não desmerece nem os políticos, que vivem sob permanente demérito. Um Jânio, um Lacerda, um Covas, mesmo um Arthur Virgílio só ocorrem raramente — geralmente há apenas um único grande tribuno em cada legislatura ou em cada governo. Mas até os maus oradores têm lampejos: um chiste de cordel, uma tirada vulgar mas sagaz, um pensamento isolado que soa genuino e original, uma admissão autodepreciativa mas comovente. Com Dilma isso nunca acontece.
Se apenas não possuísse o dom da palavra, a presidente Dilma estaria plenamente absolvida. Teria certamente seus bons momentos, como todos têm. Mas ela nunca teve nenhum, pelo menos em público. Nunca lhe ouvi uma frase inteligente, um raciocínio límpido, um jogo de palavras com sentido lógico e algum requinte metafórico, um recurso dialético, um cacoete de estadista, um pensamento superior sobre o Brasil e suas mazelas.
Ao se expressar sobre virtualmente qualquer assunto, dos estádios de futebol aos mamógrafos, passando por todos os grandes temas nacionais, ela se mostra sempre muito abaixo da linha da pobreza de expressão. Ao que tudo indica, não apenas uma pobreza vernacular, gramatical, sintática, lógica, metafórica, criativa – mas, possivelmente, a do pensamento insuficiente que precede a má palavra.
Dúvidas ainda? O discurso da presidente Dilma, na entrega de unidades do Parque Residencial Esperança, em São José do Rio Preto, é um resumo da obra. Vá ao vídeo, disponível nesta coluna, e aperte play num momento a esmo – das primeiras palavras, a 43min30s (“Bom dia, boa tarde”), às ultimas, à 1h50s (“Um abraço a todos e a todas”). Da saudação à despedida, qualquer agrupamento de palavras pinçado da fala oca e disforme impediria uma pessoa, mesmo que ungida por José Sarney, a exercer um cargo de quinto escalão no governo. Numa empresa de porte médio, tal pessoa não resistiria 30 segundos à frente do encarregado do RH. Um trecho desse discurso ou de qualquer entrevista de Dilma reproduzido numa prova de redação habilitaria o candidato a figurar nas folclóricas antologias de “pérolas do ENEM” que circulam pela internet.
Mas essa Dilma, cuja capacidade de presidir um país é posta em xeque por nós sempre que abre a boca, é tão clandestina quanto a Estela dos anos de chumbo. Hoje ainda repercutindo um resto de glória pela falsa cruzada de limpeza ética, a grande mídia releva ou não enxerga o despreparo generalizado dessa outra Dilma – aqui e ali, noticia um lapsus linguae num discurso, um Agnelo Queiroz que se torna Agnelo Rossi (mix referencial-freudiano de um cardeal com um ladrão), uma Itapira que vira Itupeva. Mas duvido que qualquer um de nossos maiores articulistas políticos, como Fernando de Barros e Silva, Dora Kramer e Eliane Cantanhêde, tenha se dado ao trabalho de ouvir com atenção, sem a cabeça do copidesque, um único dos 500 vídeos com falas de Dilma disponíveis no site do Planalto e nesta coluna.
Se a ouvissem como se deve ouvir um presidente da República — uma pessoa que, sempre que fala, se dirige à História –, talvez não mais sobrevivesse aquela Dilma de Ilíada gerada pelos subterrâneos da Casa Civil: a gerente de múltiplas e modernas competências, com uma biblioteca na cabeça, onde também está instalada uma planilha sobre-humana com números, cálculos e projeções de todos os programas do governo Lula, do qual se fez passar gostosamente, por quase oito anos, como sua principal CEO.
Ouça-se um discurso ou uma coletiva, conclua-se sem esforço ou má vontade: estamos diante de uma pessoa dramaticamente incapaz de dar forma a uma só ideia, se as tem, e dona de uma incultura geral inusitada para sua faixa de educação formal – um fenômeno complexo e instigante.
Quando se processou nela a aquisição de linguagem, houve uma ruptura traumática? Se leu tudo o que apregoa ter lido, por que não assimilou nada? Por que não consegue sequer reproduzir, sem erros grosseiros, máximas, ditados e aforismos que já fazem parte da psique popular? E por que não aperfeiçoa o discurso com a repetição de pensamentos obsessivos? (Há quase dois anos, em eventos ligados ao Minha Casa Minha Vida, ela tenta elucubrar o conceito, de resto completamente dispensável, por óbvio, de que é bom ter casa própria – e quem ouvir o grotesco discurso de São José do Rio Preto desta semana irá preferir continuar pagando aluguel ou morar de favor. A bola da vez são “os 190 milhões de brasileiros”, a cada dia, coitados, envolvidos em pensamentos mais toscos).
Não contando a fase de campanha, já dura oito meses, ininterruptos sequer por uma frase de três palavras, a mais constrangedora exposição pública via oral de um presidente da República. O fato de o blog do Planalto reproduzir as falas presidenciais sem nenhum retoque, e nenhum pudor, é apenas a negação da língua como metáfora.
Ao ver a foto do trio sinistro de personagens do jantar do Palácio Jaburu, tão magnificamente descrito por Augusto Nunes, a conclusão só pode ser: uma imagem vale mais do que mil palavras, mesmo que péssimas
domingo, 28 de agosto de 2011
Política não é para corações frágeis
São poucos os que conseguem fugir do lugar comum de esculhambar os políticos, atribuindo a eles todos os males que afligem uma nação. O mundo está cheio de heróis impolutos, carregando em seus fraternos corações, virtudes inenarráveis onde não há espaço para a malvadez, o ódio e a mesquinhez da vida cotidiana. São anjos terrenos e se o povo lhes der chance elegendo-os para algum mandato, vão mostrar como se faz política com ética e honestidade.
Bob Dylan, o maior artista pop do século XX, tendo sua música A like a rolling stone, sido considerada a maior música pop de todos os tempos, leu um livro de Clausewitz (pesquisem no Google) chegando a seguinte conclusão:
“O livro de Clausewitz parecia ultrapassado, mas havia muito de real nele, e pode-se entender muito da vida convencional e das pressões do ambiente ao lê-lo. Quando afirma que a política tomou o lugar da moralidade e que a política é força bruta, ele não está brincando. Você tem que acreditar. Você faz exatamente como mandam, seja você quem for. Submeta-se, ou você está morto. Não me venham com nada de lero-lero sobre esperança ou disparates sobre integridade. Não me venham com aquela onda de que Deus está conosco, ou de que Deus nos ampara. Vamos direto ao ponto. Não existe nenhuma ordem moral. Pode esquecer. Moralidade não tem nada em comum com política. Não está ali para transgredir. Também não é questão de alto ou baixo nível. É assim que o mundo é, e nada vai mudá-lo. É um mundo maluco e complicado, e você tem que olhar direto no olho dele”.
Prestem atenção nessas palavras: “Não existe nenhuma ordem moral. Pode esquecer. Moralidade não tem nada em comum com política. Não está ali para transgredir. Também não é questão de alto ou baixo nível. É assim que o mundo é, e nada vai mudá-lo”. É isso.
Política é força bruta e não tem nada a ver com moralidade. O ser humano é um animal que só faz as coisas em interesse próprio. Enquanto alguns que estão fora do poder, ficam lá choramingando e amaldiçoando a má gestão deste ou daquele político a qual faz oposição, outros que estão usufruindo as benesses do poder, consideram que estão vivendo no melhor dos mundos.
Há poucos dias, um amigo disse que votará sempre em Lula porque ele criou o Prouni e sua irmã foi beneficiada, entrando numa faculdade, onde após formar-se, entrou no mercado de trabalho e hoje recebe um excelente salário. Tal consideração tem alguma coisa a ver com moralidade? E esse exemplo se multiplica em todas as classes sociais. Todo político sabe que os eleitores só o procuram por algum interesse em vista. Ninguém lhe cobra ética, honestidade, integridade e outras virtudes as quais o próprio indivíduo não as tem. Política é a ciência de como manipular os eleitores. Maquiavel já deu as coordenadas há muitos séculos atrás, e todas ainda tem validade, porque os seres humanos são iguais em essência.
O eleitor não se importa com ditadura, democracia, desonestidade, ladroagem o que quer que seja, desde que seus interesses estejam sendo atendidos. Vejam a penca de políticos que hoje envergonham o país e vejam como os petistas e esquerdistas reagem ao vê-los denunciados. Notem o ódio visceral que devotam a revista Veja e ao Jornal Nacional. Eles não estão interessados em apurar os fatos, não estão incomodados com as lambanças que sua corrente política anda aprontando. Quem está à esquerda só olha o que o lado direito está fazendo de errado e vice-versa. O jogo é bruto e não há nenhuma moralidade envolvida na disputa. Então só há duas atitudes a tomar: escolher um dos lados ou ignorar. Sempre lembrando que você só pode ignorar a política quando atingiu um patamar altíssimo, seja de riqueza, seja de sabedoria, tornando-se aquilo que todos almejam, um homem absolutamente livre e independente.
sábado, 27 de agosto de 2011
Em defesa da piriguete, essa incompreendida
Como diria comadre Simone de Beauvoir, não se nasce piriguete, torna-se piriguete.
O termo não consta do Aurélio e muito menos do Aulete.
Mal-falada e ainda não dicionarizada, piriguete ou periguete vem a ser uma mulher como qualquer outra.
Minto. Vem a ser aquele que mete medo nas ditas sérias ou chiques, finas, etc, "seguras", "modernas", "independentes".
A piriguete é uma ameaça real à ordem burguesa e à moral estabelecida.
Mesmo considerando que toda mulher, nem que seja por alguns segundos, pode exercer o piriguetismo a qualquer hora. Por mais que metida, por mais que diga "SOY RYCAAAA!", por mais que acredite no caô e no fla-flu entre civilizãção X barbárie.
Os romances de Balzac, mesmo os que se passam nas melhores famílias francesas, estão cheio delas. Piriguetè, coquete, linda. Assim como a crônica recente da música dita brega, tudo la mesme choise.
É aquela velha história preconceituosa no último: o nosso sexo é erótico; o dos outros é pornográfico.
A piriguete é a sem estilo, a vulgar, a nova classe C da putaria e da margem.
A piriguete está para o drama geral da vida como a Maria Chuteira para o futebol. O boleiro se revigora nos braços da citada Soccer Mary e, na hora de comemorar o título, só agradece à legítima esposa.
O piriguetismo é a vanguarda de fato do avanço histórico das mulheres. Vai à luta, faz a primavera mais revolucionária. Seja na Líbia de Kadafi ou entre os estudantes chilenos –me gusta los estudiantes en la calle!
A piriguete é tudo que a Valerie Solanas sonhou para a sua vida. Yes, quando publicou “Scum Manifesto –uma proposta para a destruição do sexo masculino” (Conrad editora).
A piriguete tem uma graça, como diz meu amigo Coppola, a camisa pólo azul mais elegante do planeta!
A piriguete é o tipo da mulher que não foi estragada pelos filmes do Bergman.
Não faz fé no processo de sedução burguesa esta nobre menina. Sabe das coisas. Com caras & bocas, mas sem frases filosóficas.
A piriguete avançou nos costumes, nos sexuais essencialmente, sem carecer da escravidão do parque industrial ou dos pescoções de sextas-feiras das redações –para puxar um pouco para o nuestro pequeno mundo jornalístico.
Piriguetismo é revolução permanente à Mao Tsé-Tung. É a nova China do comportamento universal, se liga.
Só a piriguete salva o mundo da quebradeira moral e do caretismo sem nenhum caráter.
Escrito por Xico Sá
Bahia conquista 18 parques eólicos em leilão
A Bahia, ao lado do Rio Grande do Sul, foi o destaque no leilão de energia eólica encerrado no dia 18 pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) do Governo Federal. dos 8 empreendimentos leiloados, 18 serão instalados na Bahia, somando 414,4 MW.
“Com os resultados, a Bahia consolida sua vocação para a energia renovável, chegando a 52 projetos eólicos em instalação ou previstos no estado. Quando estiverem funcionando, vão acrescentar cerca de 1.414,4 mil MW à rede elétrica. Além da garantia do suprimento de energia através de uma fonte limpa, a Bahia ganha investimentos importantes no interior, onde justamente o Governo quer investir mais em industrialização e gerar novos empregos”, diz o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia.
Entre os motivos que têm levado a energia eólica a se tornar mais barata no Brasil está a chegada dos fabricantes de equipamentos no país. “A Bahia tem contribuído bastante com a vinda de empresas para integrar a cadeia produtiva de eólica. Estamos em uma fase de produção de equipamentos em escala no Brasil, o que permite a redução dos custos operacionais”, afirmou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética – EPE, Maurício Tolmasquim.
Empresas vencedoras
A Renova Energia terá nove parques, que somam 212,8MW em potência. A Enel Green Power (EGP) foi responsável pela venda de 52,8 MW, divididos em dois empreendimentos, também em solo baiano. No leilão de reserva, a alemã MAN B &W Energia venceu com sete projetos baianos de energia eólica, em um total de 148 MW/h, o deságio médio do leilão foi de 28.4%. no total, 55 usinas de geração de energia a partir da força dos ventos negociaram produção a preços abaixo dos R$ 100 MW/h, entre elas, os três vencedores da Bahia. O destaque foi para o Rio Grande do Sul com 624,4 MW, distribuídos em 26 usinas.
Além dos parques de geração de energia espalhados pelo sertão, a Bahia começa a organizar um parque industrial voltado para a produção de equipamentos de energia eólica. Em julho, a Gamesa foi inaugurada no Polo Industrial de Camaçari, dando inicio à produção de turbinas eólicas. A espanhola investiu R$ 50 milhões na unidade baiana.
Até o final do ano, a previsão é de que a francesa Alstom inaugure sua fábrica com investimentos de R$ 50 milhões e capacidade instalada de 300 MW/ano. Em 2012, será a vez da implantação da Torres Eólicas do Brasil – Torrebrás, que vai construir as torres gigantes para os aerogeradores. A empresa vai investir R$ 21 milhões.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
A doença da educação brasileira é ideológica. E seu nome é “petismo”
No post das 16h13, há um retrato do ensino no Brasil, revelado pela Prova ABC. É uma vergonha! Digam o que disserem, acreditem: não chegamos a isso por falta de verba. Dada a realidade do país, o Brasil gasta bastante com a educação. Não dispomos é de mecanismos eficazes para avaliar a qualidade do trabalho feito nas escolas e intervir para corrigir as deficiências.
Sempre que o debate é colocado, tudo termina na ladainha sindical de sempre: se os professores fossem mais bem pagos, tudo seria diferente. Essa é uma das falácias mais influentes no setor. Seria estúpido afirmar que salários maiores fariam mal aos alunos — e, com efeito, há realidades dramáticas em certas áreas do país. A verdade insofismável, no entanto, é que o aumento da remuneração poderia fazer bem aos professores sem mudar uma vírgula na qualidade de ensino.
Há um coquetel de problemas que resulta nesse desastre. Embora tenham naturezas distintas, têm algo em comum: desprezam o aluno, que deixou de ser o centro da preocupação das escolas — em especial, dos educadores. Vamos ver. Os estados e municípios, pouco importa o salário que paguem, não dispõem de mecanismos para promover os competentes e punir os incompetentes.
O estado de São Paulo, na gestão Serra, instituiu um sistema de promoção salarial por mérito. A escola melhorou, provaram os exames. Os petista-cutistas da Apeoesp foram às ruas protestar. Chegaram a queimar livros didáticos em praça pública, os fascistas! Neste momento, a Apeoesp tenta negociar com a Secretaria da Educação o fim do modelo. Os valentes não querem saber de mérito. Eles gostam é do demérito que iguala todos por baixo. Os alunos que se danem! No Brasil inteiro, a educação é refém da militância política, especialmente a petista — quando não está entregue a radicais à esquerda do PT.
Embora as escolas privadas não sejam lá grande coisa, já demonstraram alguns outros indicadores, a Prova ABC evidencia que o desempenho dos estudantes dessas instituições é muito superior ao das escolas públicas. A razão é simples: a cobrança é maior.
O ensino — também em boa parte das escolas privadas, note-se — está corroído por uma doença ideológica. Boa parte dos “educadores” acredita que sua função não é ensinar português, matemática e ciências, mas princípios de cidadania, com o objetivo de formar “indivíduos conscientes”. Alunos seriam pessoas “oprimidas”, que precisam passar por um processo de “libertação”. O mal que a paulo-freirização fez à escola levará gerações para ser superado. Todos os mitos ideológicos que Paulo Freire criou com seu método de alfabetização de adultos foram transferidos para a educação de crianças e jovens. O resultado é devastador. Escrevo sobre esse assunto há anos. Era um dos temas recorrentes da revista e site Primeira Leitura.
À pedagogia “libertadora” de Paulo Freire se juntou, mais recentemente, a turma da “pedagogia do amor”, de que Gabriel Chalita é um dos formuladores. Em vez de educar, o professor liberta; em vez de educar, o professor ama. Se toda essa conversa mole der errado, há o risco até de a escola ensinar alguma coisa. O fato é que o cruzamento de Freire com Chalita resulta em ignorância propositiva e amorosa.
Enquanto objetivos claros não forem estabelecidos e enquanto as várias esferas do estado não dispuserem de instrumentos de intervenção para exigir qualidade, podem esquecer. A reação bucéfala às medidas modernizadoras implementadas pelo governo Serra, em São Paulo, demonstra que a raiz do problema é, sim, ideológica. O sindicato dos professores foi usado como mero instrumento da luta política. De dia, a presidente da entidade, a notória Bebel, fazia passeata; à noite, encontrava-se com Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência, e era tratada como heroína.
E uma última questão por ora: deixem um pouco o sociologismo fora disso. Essa conversa de que é impossível ensinar alunos com fome, vindos de lares desestruturados etc. não cola mais. A fome é exceção no Brasil. A imensa maioria das famílias pobres é mais organizada e hierarquizada do que as de classe média e média-alta — o tal “povo” é bastante conservador nessas coisas. Desorganizado e desestruturado, no que concerne à educação, é o estado brasileiro.
Um blog independente
Olhem para o lado esquerdo e direito deste blog. Há alguma propaganda ou patrocínio de algum comércio local? Nenhum! Só a propaganda do Ad Sense, serviço oferecido pelo Google para que nós blogueiros possamos ganhar algum dinheiro. Isso nos confere independência para dizer como as coisas realmente são. Principalmente para mostrar a verdadeira face do PT e seu chefe Lula, coisa rara de se ver na imprensa e internet. Não precisamos encher o blog com desastres de veículos com cadáveres expostos, nem noticiar assaltos, assassinatos e a prisão de algum perigoso elemento nocivo a sociedade. Nosso blog visa esclarecer os fatos a qual a imensa maioria da população não tem acesso, seja por manipulação da imprensa ou do petismo que tomou conta dos sites e blogs que circulam pela internet. Daí nossa preferência por Reinaldo Azevedo, o colunista mais acessado da internet e o mais atacado por conta de sua visão realista sobre o Brasil atual. Não adianta chiar nem miar. Vocês olham para baixo e nós olhamos para cima. Depois comparamos.
Enfim é um blog limpo e feito para quem tem um pouco de isenção e no qual aqueles que gostam de opinar e de fabricar metáforas passam ao largo. Talvez considerem que a falta de comentários vai esvaziar o blog tendo como consequência, a minha desistência em levá-lo à frente. Vã esperança.
Há uma história sobre Elie Weisel, premio Nobel da Paz, que em visita a uma localidade, começou a dizer a verdade numa tentativa de alertar a população. Alguém lembrou-lhe que ele não iria mudar ninguém. Ao que ele respondeu.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Código Florestal - Os “amigos da natureza” ocupam hoje o lugar que já foi dos comunistas no panteão da mentira! Ou: O sertanejo universitário da dupla Marina & Zequinha
Os ecologistas roubaram o lugar, no Ocidente, que já coube aos comunistas como referência da verdade. De fato, os politicamente corretos o fizeram; mas quem lidera o processo são mesmo os naturebas. Explico-me. Enquanto durou o comunismo, boa parte dos temas políticos era seqüestrada pelos intelectuais de esquerda. Mentiam à vontade, e ninguém se encarregava de verificar se o que afirmavam procedia ou não. Afinal, eles queriam um mundo melhor. Como é que vamos duvidar de quem só luta pelo nosso bem? Já os partidários da economia de mercado, bem, estes eram os ogros da civilização. O comunismo, como tal, acabou. A esquerda foi se dividindo em causas menores, parciais, perdendo aquele sentido de universalidade que julgava ter. O inimigo deixou de ser “o capital”. Ao contrário: ele foi convidado a se aliar — e se aliou — a algumas das novas causas. O discurso mudou, mas não a pretensão de monopolistas do bem.
Por que isso? Ex-ministros do Meio Ambiente participaram, nesta quarta, de uma audiência no Senado, conforme vocês lerão abaixo. Eu estou entre aqueles que acreditam que a defesa da natureza dispensa a mentira. Por que não se pode ser um ecologista falando só a verdade? Bem, assim como o defunto comunismo precisava do horizonte escatológicos (ou se mudava o mundo ou viria a barbárie), os verdes também precisam acenar com o fim dos tempos. É claro que seria uma luta mais honesta, ainda que amalucada, se não estivessem também eles atrelados a interesses econômicos, não é mesmo? Eu até hoje não entendi, por exemplo, por que o setor financeiro — os bancos — consegue ser mais “verde” do que os outros. Ou melhor: eu entendi. Afinal, eles processam expectativas, não matéria-prima, não é mesmo? Negociam crises, não commodities. Há hoje uma contradição interessante entre a “esquerda” que vive da especulação e a “direita” que vive do trabalho.
Mas sigamos. Leiam o que informa o Estadão Online. Volto em seguida para demonstrar como a mentira supostamente benigna impregna o debate sobre o Código Florestal. A reportagem segue em vermelho. Interrompo com intervenções em azul.
Ex-ministros criticam texto do Código Florestal
Por Venilson Ferreira:
Quatro ex-ministros do Meio Ambiente que participaram hoje como convidados de audiência conjunta das comissões de Agricultura, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia do Senado criticaram o texto do projeto de lei sobre o Código Florestal aprovado em maio deste ano pela Câmara dos Deputados. Na opinião do ex-ministro Carlos Minc, trata-se muito mais de uma lei sobre o uso da terra, que visa a solucionar o problema do passivo ambiental dos produtores rurais.
A íntegra do texto proposto por Aldo Rebelo está aqui. Carlos Minc, o que não me estranha, está contando o oposto da verdade. Está entre aqueles que se aproveitam da pouca disposição das pessoas para ler documentos — e isso inclui, infelizmente, os jornalistas — para fazer um mero juízo de valor sobre o texto, ignorando o que vai lá escrito. Trata-se, sim, de uma lei que cuida da preservação ambiental — e de modo extremamente detalhado e detalhista. Mas não é tudo o que se pode dizer sobre o buliçoso ex-ministro.
Quatro ex-ministros do Meio Ambiente que participaram hoje como convidados de audiência conjunta das comissões de Agricultura, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia do Senado criticaram o texto do projeto de lei sobre o Código Florestal aprovado em maio deste ano pela Câmara dos Deputados. Na opinião do ex-ministro Carlos Minc, trata-se muito mais de uma lei sobre o uso da terra, que visa a solucionar o problema do passivo ambiental dos produtores rurais.
A íntegra do texto proposto por Aldo Rebelo está aqui. Carlos Minc, o que não me estranha, está contando o oposto da verdade. Está entre aqueles que se aproveitam da pouca disposição das pessoas para ler documentos — e isso inclui, infelizmente, os jornalistas — para fazer um mero juízo de valor sobre o texto, ignorando o que vai lá escrito. Trata-se, sim, de uma lei que cuida da preservação ambiental — e de modo extremamente detalhado e detalhista. Mas não é tudo o que se pode dizer sobre o buliçoso ex-ministro.
Ainda que o novo Código Florestal fosse mesmo uma “lei sobre uso da terra”, para “solucionar” (sic) o “passivo ambiental dos produtores rurais”, não haveria nada de errado nisso. Entendo que o objetivo último do Código Florestal sejam as pessoas, não é mesmo?, que ainda são o bem mais precioso da natureza. Ou Minc discorda que pessoas também sejam bichos? Por que queremos preservar as florestas? Para a felicidade e o regalo do Anhangá, do Curupira e da Cuca? Mais ainda: por que Minc trata produtores rurais como adversários da natureza, da civilização ou do bem? Produzir comida seria alguma atividade criminosa? Crime é plantar maconha, meu senhor — sem querer ser bruto com um homem que usa coletes tão animados, claro…
A ex-ministra Marina Silva afirmou que confia na capacidade dos senadores de rever os pontos polêmicos da proposta aprovada na Câmara, “pois o debate foi prejudicado porque um setor teve maior proeminência”. Ela disse que os ambientalistas fizeram várias concessões durante as negociações. A ex-ministra disse que chegou a propor a consolidação das áreas de topos de morro com culturas perenes de caule lenhoso, mas os ruralistas queriam incluir também pecuária, eucalipto e outras práticas agrícolas.
Ruralistas uma ova! Eis aí. Esta senhora ganhou a condição de fonte da verdade. E ninguém presta atenção ao que ela diz. Chama-se de “ruralistas” no debate os grandes produtores, que não estão nem aí com essa historia de área de preservação permanente, topo de morro, encostas etc porque, com raras exceções, têm sua situação regularizada. Caso se proíba qualquer atividade nesses terrenos, os únicos prejudicados serão os pequenos proprietários, que cuidam de culturas mais do que centenárias. Quanto às concessões dos ambientalistas, Marina quase me leva à gargalhada. São os “ambientalistas” da Vila Madalena e do Leblon fazendo “concessões” a sitiantes de mãos calejadas do interior de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, de São Paulo… É ridículo! Fizeram “concessões”, é? Representando quem e quais interesses? Quanto à sua confiança nos senadores… Será que ela confia mesmo? Eu a vejo no momento tentando liderar o que chama de “movimento da sociedade”, por cima, ou por baixo, de partidos, instituições, Poderes… Não deve confiar tanto assim.
Ruralistas uma ova! Eis aí. Esta senhora ganhou a condição de fonte da verdade. E ninguém presta atenção ao que ela diz. Chama-se de “ruralistas” no debate os grandes produtores, que não estão nem aí com essa historia de área de preservação permanente, topo de morro, encostas etc porque, com raras exceções, têm sua situação regularizada. Caso se proíba qualquer atividade nesses terrenos, os únicos prejudicados serão os pequenos proprietários, que cuidam de culturas mais do que centenárias. Quanto às concessões dos ambientalistas, Marina quase me leva à gargalhada. São os “ambientalistas” da Vila Madalena e do Leblon fazendo “concessões” a sitiantes de mãos calejadas do interior de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, de São Paulo… É ridículo! Fizeram “concessões”, é? Representando quem e quais interesses? Quanto à sua confiança nos senadores… Será que ela confia mesmo? Eu a vejo no momento tentando liderar o que chama de “movimento da sociedade”, por cima, ou por baixo, de partidos, instituições, Poderes… Não deve confiar tanto assim.
Marina Silva afirmou que a emenda 164, que concede aos Estados o direito de legislar sobre áreas de preservação ambiental, “é um veneno que está diluído em todo texto”. A ex-ministra diz que, da forma como a lei foi elaborada, há possibilidade de serem criados 27 códigos florestais estaduais, nos quais os governadores poderão revogar punições ou amenizar as exigências sobre a recomposição, o que irá gerar “uma guerra fiscal” e abrirá caminho para novos desmatamentos.
Vênia máxima, trata-se apenas de uma mentira. Ou de um punhado delas. A Emenda 164 (íntegra aqui) NÃO CONCEDE aos estados o direito de legislar sobre áreas de preservação ambiental coisa nenhuma! Na prática, concede-lhes o direito de adaptar o texto geral às circunstâncias locais, sempre em parceria com o governo federal. Basta ler o Caput da nova redação do Artigo 8º, dada pea emenda 164, combinado com o Parágrafo 3º para perceber que o arbítrio sugerido por Marina é falso como nota de R$ 3. Ah, mas nós aprendemos que uma menina acreana que se alfabetiza aos 16 anos e passa a defender, depois, a floresta, jamais diria uma inverdade, não é mesmo? Fica até parecendo que ex-pobre adquire no berço o direito de mentir.
Vênia máxima, trata-se apenas de uma mentira. Ou de um punhado delas. A Emenda 164 (íntegra aqui) NÃO CONCEDE aos estados o direito de legislar sobre áreas de preservação ambiental coisa nenhuma! Na prática, concede-lhes o direito de adaptar o texto geral às circunstâncias locais, sempre em parceria com o governo federal. Basta ler o Caput da nova redação do Artigo 8º, dada pea emenda 164, combinado com o Parágrafo 3º para perceber que o arbítrio sugerido por Marina é falso como nota de R$ 3. Ah, mas nós aprendemos que uma menina acreana que se alfabetiza aos 16 anos e passa a defender, depois, a floresta, jamais diria uma inverdade, não é mesmo? Fica até parecendo que ex-pobre adquire no berço o direito de mentir.
Na sua explanação, o ex-ministro José Sarney Filho listou os principais tópicos do texto aprovado pela Câmara. Na opinião do deputado, que coordena a Frente Parlamentar Ambientalista, “o texto aprovado espelha, acima de tudo, a decisão política de consolidar, de tornar regulares, variados tipos de ocupações que tenham ocorrido em desacordo com a lei florestal, notadamente nas áreas rurais”.
Ai, ai… Esse é o Zequinha? A propósito: aquela ilha do papai Sarney só produz literatura ruim, ou se planta alguma coisa por lá? A última contribuição indireta deste senhor à República foi um aliado seu no Maranhão, também do PV, a defender que Sarney pai tem o direito de usar um helicóptero da PM para fins particulares porque “não é um homem comum”. Louvo o respeito de Zequinha pelo matinho. Agora falta respeitar as pessoinhas…
Ai, ai… Esse é o Zequinha? A propósito: aquela ilha do papai Sarney só produz literatura ruim, ou se planta alguma coisa por lá? A última contribuição indireta deste senhor à República foi um aliado seu no Maranhão, também do PV, a defender que Sarney pai tem o direito de usar um helicóptero da PM para fins particulares porque “não é um homem comum”. Louvo o respeito de Zequinha pelo matinho. Agora falta respeitar as pessoinhas…
Sarney Filho acredita que o texto não dará a segurança jurídica pretendida pelos produtores rurais. Ele cita como exemplo o fato de não estar explícito qual será o órgão responsável pelo registro e autorizações para exploração sustentável da reserva legal. O texto também não prevê a participação do Ministério Público na assinatura dos termos de ajustamento de conduta para regularização do passivo ambiental.
Ainda que seja verdade, isso não muda o mérito do texto, ora essa!
Ainda que seja verdade, isso não muda o mérito do texto, ora essa!
O ex-ministro José Carlos Carvalho, em sua fala, alertou para a necessidade de a lei prever meios para que os produtores rurais possam recompor as áreas de preservação permanente, principalmente os da agricultura familiar, “senão o problema continua e mais tarde será necessária uma nova anistia”.
Nada tenho contra que se prevejam “meios” para a recomposição. Só corrijo uma questão na fala do ex-ministro. O texto de Aldo, basta ler, não prevê anistia nenhuma! Anistia, meus caros, é perdão! Quem é perdoado está livre de qualquer peso ou obrigação. O novo código estabelece ações que devem ser cumpridas por quem desmatou. Se não forem, a multa será aplicada. A ANISTIA EXISTE HOJE! O TEXTO PÕE FIM À ANISTIA!
Nada tenho contra que se prevejam “meios” para a recomposição. Só corrijo uma questão na fala do ex-ministro. O texto de Aldo, basta ler, não prevê anistia nenhuma! Anistia, meus caros, é perdão! Quem é perdoado está livre de qualquer peso ou obrigação. O novo código estabelece ações que devem ser cumpridas por quem desmatou. Se não forem, a multa será aplicada. A ANISTIA EXISTE HOJE! O TEXTO PÕE FIM À ANISTIA!
É preciso parar de mentir. Essa modalidade particular de “sertanejo universitário” — que faz sucesso no complexo UNICAMPUCUSP — da dupla Marina & Zequinha precisa ser confrontada com os fatos e com os textos.
PS - Pô, você falou dos verdes como sucedâneos dos comunistas no triunfo da mentira e defende o texto de Aldo Rebelo, membro do PC do B. Pois é. O mundo tem dessas coisas…
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Mulheres entrarão em extinção, diz estudo da ONU
DE SÃO PAULO
Você, pobre leitora que não consegue namorado, pode comemorar, porque tempos melhores vêm por aí.
De acordo com um estudo elaborado pela ONU, as mulheres serão artigo de luxo e ficarão cada vez mais disputadas porque --pasmem-- entrarão em extinção.
O estudo, reproduzido na "Economist", diz que as mulheres não terão filhas suficientes para substitui-las, a não ser que as taxas de fertilidade mudem radicalmente nos 83 países e territórios pesquisados.
Em Hong Kong, por exemplo, um grupo de mil mulheres daria à luz 547 meninas com as taxas de fertilidade atuais. Essas 547 meninas dariam origem a apenas 299 crianças do sexo feminino e assim por diante.
Nos cálculos da "Economist", que levou em conta também a idade média em que as mulheres têm filhos em cada país, em 25 gerações a população feminina do país passará de 3,75 milhões para apenas uma, que nascerá no ano 2.798.
Pelos mesmos cálculos, países como Japão, Alemanha, Rússia, Itália e Espanha não verão o próximo milênio.
Mas, calma, dos países pesquisados, o Brasil é o que está na melhor situação.
Por aqui, a última mulher só vai nascer por volta do ano 5.000.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Homenagem - Antônio Dourado, um século de vida
Publicado no Diário Oficial do Estado (D.O.E.) em 30/09/2009.
Foi homenageado na tarde de ontem, os cem anos de vida do ex-deputado Antônio Dourado Cavalcanti. Em pronunciamento durante o Grande Expediente, o líder do Governo na Casa Joaquim Nabuco, deputado Isaltino Nascimento (PT), lembrou a trajetória do aniversariante.
Nascido em Nazaré da Mata, município situado às margens do Rio Tracunhaém, Cavalcanti escreveu, ao longo de dez décadas, uma vasta biografia. Obstetra e ginecologista, o pernambucano também jogou em times como o Sport Club do Recife e Vitória da Bahia. Foi deputado estadual por quatro legislaturas; idealizador da emancipação política da cidade de Lajedo e prefeito da mesma localidade – em 1954.
Casado com Maria da Penha Dourado Silva Cavalcanti, o político tem cinco filhos – dentre eles, o deputado estadual Marcantônio Dourado (PTB). Nascimento elogiou o passado de Cavalcanti e salientou a admiração conquistada pelo homem público em todos os setores pelos quais passou. “É um orgulho não apenas para a família, mas para todos os amigos.” O deputado Geraldo Coelho (PTB) aparteou o líder governista e observou que a política está nas veias dos Dourado. “Além de Marcantônio, o outro filho (Antônio João Dourado) é prefeito de Lajedo. Essa é uma família de tradição na gestão pública”, complementou.
O vice-líder do Governo, deputado Alberto Feitosa (PR), foi solidário a Nascimento. “Em nome de todos os que integram a Alepe, parabenizo o senhor Antônio Dourado Cavalcanti”, complementou.
Agora tudo virou lixo
Luiz Holanda
Depois que o senador Alfredo Nascimento (AM), presidente nacional do PR, afirmou que seu partido “não é lixo para ser varrido da administração pública”, tantos foram os escândalos divulgados que o governo da presidente Dilma parece ter virado uma espécie de empresa coletora. Quando se pensava que o Judiciário poderia ser o único a ser salvo dessa tragédia, eis que surge a ministra Eliana Calmon, corregedora nacional da Justiça, afirmando que após várias inspeções nos judiciários de quase todos os estados, vários tipos de problemas foram descobertos, entre os quais desvio de verbas, vendas de sentenças, nepotismo, contratos irregulares e criações de entidades para administrar as verbas do Judiciário. Os exemplos são muitos, mas alguns saltam às raias da insensatez, como o ocorrido no Espírito Santo, onde o tribunal adquiriu os serviços de degustação de café e de “análise sensorial da bebida”. Em Pernambuco e na Paraíba as mulheres dos juízes fundaram uma associação que, entre outras atribuições, exploram o estacionamento e os serviços de xerox dentro das dependências do próprio tribunal. Na Paraíba, o pagamento de jeton serve até para os membros integrantes da Junta Médica do tribunal
Esses desmandos ocorrem praticamente em todos os tribunais do país. Segundo estatística divulgada pelo Conselho Nacional de Justiça-CNJ, das 3,5 mil investigações em curso, pelo menos 630 envolvem magistrados. Entre abril de 2008 e dezembro de 2010, esse Conselho condenou vários deles, sendo que, em 21 casos, os acusados receberam a pena máxima, ou seja, uma polpuda aposentadoria com todas as vantagens. Em outras palavras, esses intocáveis receberão dos cofres públicos o prêmio pela corrupção praticada, ou seja, viver sem precisar trabalhar. Não bastasse isso, o governo da presidente Dilma parece envolto num esquema de corrupção sem precedentes na história deste país, denunciado quase que diariamente pela imprensa. Recentemente veio a público a roubalheira institucionalizada em vários ministérios, dessa vez envolvendo o Ministério do Turismo, onde a espetacularização promovida pela Polícia Federal evidenciou uma briga interna entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e a própria instituição. Hoje se sabe que a PF se nega a receber ordens emanadas do seu superior hierárquico. A novidade que na realidade não houve – foi a repetição do estardalhaço feito pela PF em todas as operações que realiza. No caso da Operação Satiagraha, por exemplo, apesar do espetáculo, não deu em nada. Quem saiu ganhando foram Daniel Dantas, hoje em liberdade, o juiz De Sanctis, promovido a desembargador, e o delegado Protógenes Queiroz, atual deputado federal graças aos votos do humorista Tiririca. Perdeu a Polícia Federal, que terminou passando por violenta e arbitrária.
Os desmandos ocorridos no governo da presidente Dilma são tantos que até a Conferência dos Bispos do Brasil, CNBB, divulgou uma nota dizendo-se indignada e perplexa diante de tanta roubalheira, sem punição para ninguém, pois o corrupto, por mais dinheiro que subtraia dos cofres públicos, apenas perde o cargo, levando consigo tudo o que roubou. E o pior é que a presidente ainda é elogiada por demitir o corrupto, que sai livre para criticar seu governo. O ocorrido no Minstério da Agricultura, que voltou à berlinda, acabou por demonstrar a fragilidade e a inação na aliança que sustenta o governo. Também evidenciou a chantagem que o PT inaugurou no sistema de governar, expondo, de maneira surpreendente, a fraqueza de nossas instituições. O altíssimo nível de corrupção que domina a máquina pública deste país impede até que as verbas destinadas a um paliativo para as calamidades sejam desviadas para os bolsos de um prefeito petista, conforme denúncias publicadas na imprensa e na internet. É louvável a presidente Dilma dizer que o seu governo “não vai abraçar a corrupção”. Mas isso não significa que ela tem força para acabar com essa praga institucionalizada em todos os setores e poderes. Afastar as pessoas envolvidas sem apurar nada significa apenas varrer o lixo para debaixo do tapete, na certa imaginando que a memória do nosso povo continua fraca como dantes, quando muitos corruptos, além de continuarem mandando, retornaram ao poder mais fortes que antes. A presidente imagina que demitir corruptos é fazer uma faxina necessária. Ora, todos os governantes têm deveres e obrigações com o seu próprio lixo, pois manter o governo limpo é mais do que um dever. O problema é que apenas demitir não significa limpeza, mas sim uma reciclagem. Todo lixo tem uma destino; só não é a rua.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Energia eólica já é mais barata que térmica a gás no Brasil
AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
O custo da energia eólica no Brasil, uma das principais fontes renováveis do mundo, já é menor do que o da energia elétrica obtida em termelétricas a gás natural.
O governo classificou essa situação como o novo paradigma do setor elétrico brasileiro. Em alguns casos, a energia eólica também tem custo inferior ao das usinas movidas a biomassa de cana.
Esse foi o principal resultado dos dois leilões realizados pelo governo entre quarta e ontem, em São Paulo.
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) organizou leilões para garantir a oferta de energia às distribuidoras a partir de 2014. Foram contratados 1.929 MW em nova capacidade, que terá de ser montada em três anos.
Hoje, dos 110 mil MW de potência instalada no Brasil, 1.000 MW são provenientes de energia eólica. O país tem contratados atualmente, em leilões públicos, 5.700 MW, que serão instalados ao longo desta década.
Os preços dessa energia surpreenderam. Os valores por MWh (megawatts/hora) oscilaram entre R$ 99,54 e R$ 99,57 (a térmica a gás, em geral, está acima de R$ 120). Em leilões anteriores, o preço da eólica estava acima de R$ 130 o MWh.
Há pouco mais de dois anos, o valor passava de R$ 200 por megawatt-hora.
AEROGERADORES
A situação do setor começou a virar neste ano. Só com a contratação de ontem, o Brasil viabilizou a montagem de mil aerogeradores.
Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), existem hoje quatro empresas produzindo aerogeradores no Brasil.
"Nos certificamos se essa demanda contratada nos dois leilões poderia ser atendida pela indústria local. E a resposta é que há capacidade para atender", diz.
As quatro fábricas têm capacidade anual para montar 2,8 mil MW em aerogeradores, ou 1.400 unidades.
Além dessas fábricas, o governo informou que outras quatro empresas discutem com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a instalação de unidades industriais.
O consumidor será beneficiado com essa redução de preço, mas o efeito ainda será residual na conta de luz.
Lula foi contra os programas de transferência de renda
O homem que editou uma MP reunindo sob o nome-fantasia “Bolsa Família” programas criados por FHC era radicalmente contrário a esse mecanismo de transferência de renda. Ele achava que não passava de “esmola” e que as pessoas que recebiam bolsas ficavam vagabundas.
Em abril de 2003, Lula ainda insistia no seu estúpido “Fome Zero”. Num discurso no dia 9 daquele mês, atacando os programas de bolsas numa solenidade na presença de Ciro Gomes, afirmou que quem recebia aquele dinheiro não plantava macaxeira:
Eu, um dia desses, Ciro [Gomes, ministro da Integração Nacional], estava em Cabedelo, na Paraíba, e tinha um encontro com os trabalhadores rurais, Manoel Serra [presidente da Contag - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura], e um deles falava assim para mim: “Lula, sabe o que está acontecendo aqui, na nossa região? O povo está acostumado a receber muita coisa de favor. Antigamente, quando chovia, o povo logo corria para plantar o seu feijão, o seu milho, a sua macaxeira, porque ele sabia que ia colher, alguns meses depois. E, agora, tem gente que já não quer mais isso porque fica esperando o ‘vale-isso’, o ‘vale-aquilo’, as coisas que o Governo criou para dar para as pessoas.” Acho que isso não contribui com as reformas estruturais que o Brasil precisa ter para que as pessoas possam viver condignamente, às custas do seu trabalho. Eu sempre disse que não há nada mais digno para um homem e para uma mulher do que levantar de manhã, trabalhar e, no final do mês ou no final da colheita, poder comer às custas do seu trabalho, às custas daquilo que produziu, às custas daquilo que plantou. Isso é o que dá dignidade. Isso é o que faz as pessoas andarem de cabeça erguida. Isso é o que faz as pessoas aprenderem a escolher melhor quem é seu candidato a vereador, a prefeito, a deputado, a senador, a governador, a presidente da República. Isso é o que motiva as pessoas a quererem aprender um pouco mais.
Pois não é que este senhor passou para a história como o criador daquilo com que ele queria acabar. Mais tarde, Lula passou a dizer que aquilo que ele próprio afirmava era coisa de “gente imbecil, de gente ignorante”. Como discordar?
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
O nome da doença que assola o Brasil é Luiz Inácio Lula da Silva
Quatro ministros caíram em menos de oito meses de governo Dilma. Se considerarmos que Luiz Sérgio deixou a coordenação política para não fazer borra nenhuma na pesca, são cinco, três deles porque não conseguiram explicar o inexplicável no terreno ético: Antônio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes) e Wagner Rossi (Agricultura). Nelson Jobim (Defesa) foi demitido porque falou demais. As demissões se deram de junho pra cá, à média, portanto, de mais de uma por mês. São os sintomas. Afinal, qual é a doença que acomete a política brasileira? Chama-se Luiz Inácio Lula da Silva, o homem que hoje atua de modo claro, desabrido e insofismável para desestabilizar o governo da presidente Dilma Rousseff, sua criatura eleitoral.
Esse modelo de governo necrosado, que recende a carniça, não chega a ser uma criação genuína de Lula. Ele não cria nada. Mas é o sistema por ele reciclado, submetido ao aggiornamento petista. Este senhor é hoje o maior reacionário da política brasileira. De fato, é o maior de todos os tempos: nunca antes na história destepaiz um líder do seu porte — e os eleitores quiseram assim; não há muito o que fazer a respeito — atuou de forma tão determinada, tão clara, tão explícita para que o Brasil andasse para trás, desse marcha a ré nas conquistas do republicanismo, voltasse ao tempo da aristocracia dos inimputáveis. Enquanto Lula for uma figura relevante da política brasileira, estaremos condenados ao atraso.
O governo herdado por Dilma é aquele que seu antecessor construiu. Aqui, é preciso fazer um pouco de história.
No modelo saído da Constituição de 1988, o presidente precisa do Congresso para governar. Se o tem nas mãos, consegue transformar banditismo em virtude, como prova o mensalão. É impressionante que Lula tenha saído incólume daquela bandalheira — e reeleito! Há diversas razões que explicam o fenômeno, muitas delas já conhecidas. O apoio do Congresso foi vital — além da sem-vergonhice docemente compartilhada por quem votou nele. Não dá para livrar os eleitores de suas responsabilidades.
Fernando Henrique Cardoso governou com boa parte das forças que acabaram migrando para o lulo-petismo — o PMDB inclusive. Surgiram, sim, denúncias de corrupção. Não foi certamente um governo só com vestais. Mas era uma gestão com alguns propósitos, boa parte deles cumprida. Era preciso consolidar as conquistas do Plano Real, promover privatizações essenciais à modernização do país, tirar o bolor da legislação que impedia investimentos, criar bases efetivas para a rede de proteção social. FHC percebeu desde logo que essa agenda não se cumpriria com um alinhamento do PSDB à esquerda. E foi buscar, então, o PFL, o que foi considerado pelos “progressistas” do Complexo Pucusp um crime de lesa moralidade. Em boa parte da imprensa, a reação não foi diferente. Falava-se da “rendição” do intelectual marxista — o que FHC nunca foi, diga-se — ao patrimonialismo. Um “patrimonialismo” que privatizava estatais… Tenha paciência!
FHC venceu eleição e reeleição no primeiro turno e implementou a sua agenda, debaixo do porrete petista. Teve, sim, de fazer, muitas vezes, o jogo disso que se chama “fisiologia”. O modelo saído da Constituição de 1988, reitero, induz esse sistema de loteamento de cargos. O estado brasileiro, infelizmente, é gigantesco. Quanto mais cargos há a ocupar, pior para a ética, a moral e os bons costumes. Mas, repito, o governo tinha um centro e uma agenda das mais complexas.
Lula surfou no bom momento da economia mundial, manteve os fundamentos herdados do seu antecessor — é faroleiro e assumidamente bravateiro, mas não é burro — e foi muito saudado por jogar no lixo o programa econômico do PT (até eu o saúdo por isso; sempre que algo do petismo vai para o lixo, é um dever moral aplaudir). Procedam a uma pesquisa: tentem encontrar um só avanço estrutural que tenha saído de sua mente divinal; tentem apontar uma só conquista de fundo, que tenha contribuído para modernizar as relações políticas no país; tentem divisar um só elemento que caracterize uma modernização institucional.
Nada!
Ao contrário. Lula fez o Brasil marchar para trás algumas décadas nos usos e costumes da política e atuou de maneira pertinaz para engordar ainda mais o balofo estado brasileiro, o que lhe facultou as condições para elevar a altitudes jamais atingidas o clientelismo, o fisiologismo, a estado-dependência. E aqui é preciso temperar a história com características da personagem,
Déficit de credibilidadeLula e seu partido chegaram ao poder em 2002 com um déficit imenso de credibilidade. Muita gente pensava que eles próprios acreditavam nas besteiras que diziam sobre economia. Daí a especulação enlouquecida na reta final da eleição e no começo de 2003. O modelo, insisto, requer uma base grande no Congresso. E Lula, por intermédio de José Dirceu, foi às compras. A relação do PT com os outros partidos passou a sere mais ou menos aquela que existe no mercado de juros: se o risco oferecido pelo tomador do empréstimo é alto, a taxa sobe; se é baixo, desce. Os petistas eram considerados elementos um tanto tóxicos. Eles haviam se esforçado durante anos para convencer disso seus adversários. Logo, os candidatos à adesão levaram o preço às alturas.
Lula aceitou lotear o governo como nenhum outro havia feito antes dele. Os ministérios eram oferecidos de porteira fechada — prática que continuou e se exacerbou no segundo mandato; nesse caso, já não era déficit de credibilidade, não. Lula, o sindicalista, que fazia discurso radical para as massas e enchia a cara de uísque com a turma da Fiesp, viu-se feliz como pinto no lixo quando passou a ser o doador das benesses oficiais. Ele se encontrou. Descobriu seu elemento. Gostava mesmo era daquilo. E não foi só com os políticos, não!
Parte importante do empresariado e do mercado financeiro viu nele o lampejo do gênio. Com ele, sim, era fácil negociar, dizia-se a pregas largas, não com aquele sociólogo metido… Com Lula, tudo podia, tudo era permitido, tudo era precificável. Políticos e empresários se surpreenderam coma a facilidade com que ele fazia concessões. Não! Nada de tentar baixar carga tributária, por exemplo. O modelo consolidado pelo PT é outro: é o dos incentivos a setores escolhidos, o dos empréstimos subsidiados a rodo, o da escolha de “vencedores”. Lula não formava a sua clientela apenas com os miseráveis do Bolsa Família (que ele não criou; só lhe seu viés politiqueiro). Os tubarões também passaram a ser clientes do lulo-petismo. Tinha bolsa pra todo mundo.
O grande gênioSurfando num momento formidável da economia mundial, Lula pôde, então, se dedicar à sua obra: revitalizar o clientelismo; profissionalizar o aparelhamento do estado; comprar apoios loteando ministérios, estatais e autarquias. Mas para fazer qual governo mesmo? Para deixar qual herança de fundo, destinada às gerações futuras? O homem transformou-se num quase mito agredindo alguns dos fundamentos do republicanismo, que foram duramente construídos ao longo dos oito anos de seu antecessor. Lula avançou contra a herança bendita de FHC para deixar uma herança maldita a seus sucessores e a várias gerações de brasileiros. Nessas horas, os petralhas sempre entram para provocar: “Ah, mas só uma minoria acha isso; o povão apóia”. E daí? “Povões” já endossaram gente até mais nefasta do que Lula história afora.
Essa gente asquerosa que se demite ou é demitida e faz esses discursos patéticos, em que sugerem que só estão deixando seus cargos porque pautados pela mais estrita decência e por uma competência inquestionável, é expressão do modo lulista de governar. Eu, pessoalmente, ainda não estou convencido de que estamos diante da evidência da incompatibilidade de Dilma com esse padrão moral. Afinal, ela era a “gerente” do governo anterior, certo? Mas estou plenamente convencido de que ela não tem a devida destreza par comandar isso que se transformou NUMA VERDADEIRA MÁQUINA CRIMINOSA de gestão do estado.
A rataiada com a qual Lula governou o país durante oito anos tinha certo receio dele, de sua popularidade — até as oposições evidenciaram esse temor mais de uma vez —, mas não reverencia Dilma. Para se associar, mais uma vez, ao PT, o PMDB, por exemplo, exigiu participar efetivamente do governo, e isso quer dizer liberdade para executar a “sua” política nos ministérios. O mesmo se diga dos demais partidos. A infraestrutura já foi à breca há muito tempo, mas o país que se dane. Os “aliados” têm de cuidar dos seus interesses porque assim combinaram com Lula.
Em 2010, o prêmio exigido para a adesão foi alto não porque o PT padecesse daquele déficit de credibilidade de 2002. A candidata é que se mostrava difícil. A costura da aliança, por isso, elevou o preço de novo. A tal “base” está revoltada porque o modelo de Lula não comporta a ingerência do poder central nos feudos dominados por partidos. Afinal, quem Dilma pensa que é? O acordo não foi feito com ela. Os patriotas se dizem, sem qualquer constrangimento, traídos. “Lula pediu para a gente apoiar essa mulher, e agora ela acha que pode se meter no nosso quintal?” Eles se consideram credores da presidente e acham que o governo os trata como devedores.
NostalgiaEles todos estão com saudade de Lula. Querem retomar a tradição. Consideram que roubar dinheiro público é uma paga natural pelo apoio, é parte das regras do jogo. Não deploram em Dilma a sua falta de projeto, de norte, de rumo. Estão inconformados é com o que a “falta de apoio” do governo contra esta maldita imprensa, que insiste em apontar irregularidades. Cadê o Apedeuta para pedir o controle dos meios de comunicação? Cadê o Franklin Martins para articular a “resistência”? Até o secretário de Imprensa do Planalto parece cobrar um “confronto” com a “mídia”. Eles querem Lula. E Lula quer de volta o lugar que acha que lhe pertence.
Encerro voltando aos tais intelectuais e àquela parte do jornalismo que ajudou a fundar o quase-mito Lula. Quando FHC fez a coligação com o PFL, falaram em crime de lesa democracia. Quando Lula se juntou à escória mais asquerosa da política, saudaram o seu pragmatismo. O pragmatismo que transformou a cleptocracia numa categoria progressista de pensamento.
Lula é o nome da doença. É para ela que precisamos de remédio.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
A conjugação do verbo "roubar" pelo PT através do tempo.
Antes de tomar o poder o PT conjugava o verbo "roubar" do seguinte modo:
Tu roubas
Ele rouba
Vós roubais
Eles roubam
Agora no poder, o verbo é conjugado assim:
Eu roubo
Tu roubas
Nós roubamos
Vós roubais
Eles roubam
Tu roubas
Ele rouba
Vós roubais
Eles roubam
Agora no poder, o verbo é conjugado assim:
Eu roubo
Tu roubas
Nós roubamos
Vós roubais
Eles roubam
Uma geração enganada e corrompida
Escrito por Fabio Blanco | 16 Agosto 2011
Media Watch - Outros
O fato é um claro caso de abuso homossexual e pedófilo. Porém, segundo os ditames do jornalismo atual, tratar-se de pedofilia é pauta para notícia, no entanto, como trata-se de uma pedofilia homossexual, a coisa fica mais complicada, como se o interesse midiático fosse anulado.
Saiu, no portal G1, essa notícia peculiar (http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/08/estou-sem-chao-diz-mae-de-garoto-que-marcou-encontro-pela-web.html): um menino, de 13 anos, após ter ‘informado’ sua mãe de que era homossexual, em uma tarde de domingo avisou-a que iria sair com umas amigas quando, na verdade, teria marcado, pela internet, um encontro com 2 homens que, após dopá-lo, teriam abusado sexualmente dele. A notícia foi veiculada discretamente e apenas no portal de notícias da Globo e em alguns sites de menor expressão.
Em tempos de jornalismo ‘copiativo’, é estranho outras fontes de notícias não terem dado essa informação tão na moda, já que trata, de alguma maneira, de um caso de pedofilia.
No entanto, o que me chama mais a atenção, considerando que os fatos sejam verdadeiros, é a naturalidade que as pessoas estão sendo induzidas a ter em considerar a homossexualidade como algo absolutamente comum, mesmo em crianças. No caso noticiado, um menino, de apenas 13 anos de idade, teria se afirmado homossexual, como se isso fosse uma questão certa, acabada e bem definida em sua mente.
Ocorre que, uma criança, nessa idade, ainda em plena puberdade, está sujeita a todo tipo de sensações e estímulos nada bem compreensíveis para ela e que não são, de maneira alguma, definidoras da sexualidade, seja no aspecto psicológico ou mesmo fisiológico. Qualquer atração homossexual, nessa idade, pode ser, muitas vezes, apenas resultado de movimentações hormonais e desenvolvimentos psíquicos que longe estão de serem definitivos na vida de qualquer pessoa.
Porém, em uma cultura bombardeada pelos meios de comunicação com a exaltação do estilo de vida homossexual, sendo mostrada nas telas por meio de atores cada vez mais jovens e bonitões, apresentando-os como pessoas bem resolvidas, amorosas e admiráveis, a sugestão fica muito forte nas cabecinhas das crianças que absorvem esse conteúdo. Então, cada vez mais meninos e meninas, ainda completamente incapazes de decidir as questões existenciais mais fundamentais, sentem-se completamente preparados para definir-se como homossexuais.
O problema é que os adultos, também absorvidos nesta cultura transviada, estão sendo doutrinados a aceitar isso como algo absolutamente normal e saudável. O que eles não percebem é que essas crianças não estão preparadas para tomarem uma decisão tão extrema e tão definitiva.
Sempre existiu, entre os jovens, o desejo de identificar-se, e isso faz parte de sua própria formação do caráter. Porém, antigamente, para transgredir, eles decidiam ser hippies, comunistas, dançarinos, surfistas, fazer tatuagem, fumar maconha e coisas do gênero. Tudo isso, numa tentativa de enxergar-se como parte de um grupo, de uma turma. Invariavelmente, independente de eventuais malefícios que essas escolhas, em tão tenra idade, possam ter trazidos a vida desses jovens, na grande maioria, com a chegada da maturidade, e a superação dessas escolhas, eles ingressaram na vida adulta sem grandes traumas. Eu mesmo, na minha adolescência, fui um metaleiro convicto, de roupas pretas e cabelo comprido, com tudo muito bem superado na minha vida adulta, sem que tenha deixado alguma marca mais traumatizante.
No entanto, no caso desses jovenzinhos, que tão cedo decidem por ser homossexuais, com a total anuência de seus pais, já que, conforme é veiculado com tanta insistência, objetar-se a isso é sinal de "homofobia", as consequências não serão tão inofensivas assim. Isso porque o homossexualismo, para servir como sinal identificador da pessoa, não pode manter-se apenas em potência, mas deve ser posto em ato. Por isso, quando um menino, como esse da notícia apresentada, se afirma homossexual, não basta para ele ter isso apenas como uma fantasia infantil, mas precisa efetivar sua escolha, pois é exatamente a prática dessa escolha que o definirá como aquilo que ele escolheu ser. Daí, usar a internet para marcar encontro com homens, é um passo.
E por quê uma notícia como essa não é tão veiculada? Simplesmente porque os tais homens são o quê? Machões homofóbicos? Pais de família? Conservadores cristãos? Padres ou pastores? Não! São eles, obviamente, homossexuais! O fato é um claro caso de abuso homossexual e pedófilo. Porém, segundo os ditames do jornalismo atual, tratar-se de pedofilia é pauta para notícia, no entanto, como trata-se de uma pedofilia homossexual, a coisa fica mais complicada, como se o interesse midiático fosse anulado.
A imprensa veicula o que quer e não o que acontece. Promover o homossexualismo lhes interessa, acusar a pedofilia dá uma aparência de seriedade, mas mostrar o quanto essas duas coisas estão intimamente ligadas é algo que decidiram, a muito tempo, esconder.
O que os órgãos de imprensa, a mídia de entretenimento e os políticos estão fazendo neste país é um crime. Estão abrindo as portas e convidando as crianças, cada vez mais crianças, a entrarem e desfrutarem de um estilo de vida destrutivo e traumatizante. E tudo isso, sob os nossos olhos, com o nosso silêncio e nossa conivência..
Quantos meninos que hoje decidem tão cedo viver uma vida de orgias homossexuais não superarão essa fase com a chegada da maturidade e decidirão ter suas famílias com suas esposas e seus filhos e terão que conviver com as marcas do trauma de terem sido ludibriados e abusados por outros homossexuais mais velhos? E quantos jamais conseguirão superar esses traumas, criando uma geração de homens inseguros e vacilantes?
São vidas indefesas, joguetes nas mãos de interesses sórdidos, condenadas a sofrerem os traumas de uma escolha induzida por quem não tem o mínimo escrúpulo: os defensores dessa maldita agenda homossexual.
Ainda bem que eles estão lá eu eu cá
Há uma turminha aí ideologizada que freqüenta alguns blogs noticiosos locais, que só envia mensagens defendendo suas posições políticas. O alvo preferencial é o prefeito e Câmara de Vereadores. Enquanto isso a Coopaf com suas maracutaias à vista de todos, passa em brancas nuvens. E no andar de cima então? A corrupção grassa como erva daninha e a presidente Dilma têm de se submeter às exigências dos ladrões para não sofrer uma oposição tenaz, e ninguém, absolutamente ninguém diz nada. A não ser esse blog. Aqui não tem Balili, ACM e quejandos para vir palpitar. Estou do lado daqueles que escreveram o livro “Manual do Perfeito Idiota latino americano”. E que dizer de Leandro Narloch que escreveu “Guia politicamente incorreto da história do Brasil”? E que dizer ainda do novo livro lançado por ele onde destrói alguns mitos da esquerda idiotizada?
Quando cheguei aqui fui o primeiro a detectar a data errada de emancipação política de Morro do Chapéu. E levantei o debate. Mostrei a Dantinhas uma ata do Conselho Municipal (Câmara de Vereadores) de 1899, onde o coronel Dias Coelho havia disputado o cargo de intendente justamente contra Pedro Celestino Barbosa e havia....perdido! Foi um espanto. Sem saber o que dizer, Dantinhas colocou lá sua versão no livro sobre Dias Coelho.
Há poucos dias fui informado que me enviaram todas as atas digitalizadas do Conselho de Vereança que vai de 1864 a 1889. Vai ser uma revolução na história de Morro do Chapéu. O ódio não constrói nada. Só a busca da verdade.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Carta ao leitor da revista Veja, em apoio a presidente Dilma Roussef
Desde junho, a presidente Dilma Rousseff vem enfrentando com determinação a série de denúncias sobre esquemas de corrupção no ministério que se viu obrigada a montar sob os auspícios de seu antecessor e aliados políticos. O primeiro a cair foi o então ministro-chefe da Casa Civil Antônio Palocci, que não soube explicar a origem da dinheirama que lhe permitiu comprar apartamentos de luxo em São Paulo — um deles revelado por esta revista. Em seguida, foi a vez do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Ele e outros 26 funcionários que comandava foram exonerados, depois que VEJA mostrou o superfaturamento em obras inacabadas e cobranças de propina na pasta.
Na semana passada, também por meio de uma reportagem desta revista, o país foi informado de lambanças promovidas no Ministério da Agricultura, atualmente sob a batuta de Wagner Rossi. No curso da apuração, o editor Rodrigo Rangel foi covardemente agredido por um meliante que se movimentava com liberdade dentro do ministério, para subornar servidores e manipular licitações. O meliante está foragido, e o número 2 na hierarquia da repartição foi demitido. Na mesma semana, a Polícia Federal estourou uma quadrilha que agia dentro do Ministério do Turismo desde a gestão anterior. Trinta e seis pessoas foram presas.
Nesta edição, VEJA traz outra reportagem envolvendo o ministro Wagner Rossi. Quando comandava a Companhia Nacional de Abastecimento, ligada à Agricultura, ele ajudou a jogar no lixo 8 toneladas de feijão, para encobrir uma fraude eleitoral. Na condição de presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo, quitou à sorrelfa dívidas previdenciárias de noventa empresas fornecedoras do Porto de Santos. Com Rossi à frente da Agricultura, de acordo com um funcionário da pasta que falou à revista, empresas conseguiram obter facilidades em licitações mediante pagamento. Evidentemente, acusações não são provas, mas, como o ministro é do PMDB, a presidente Dilma sofre chantagem explícita da chamada base aliada, para que evite tomar providências compatíveis com as graves denúncias contra Rossi. Ameaçam retirar-lhe o apoio no Congresso, entre outras demonstrações de espírito cívico.
Assim como todos os brasileiros honestos, pagadores de impostos, VEJA está ao lado da presidente. Sua popularidade subiu graças à faxina que ela vem conduzindo, a despeito dos obstáculos. Cansamos todos de ver o dinheiro público escoar para as contas bancárias dos beneficiados pelo loteamento político na Esplanada dos Ministérios, praga da qual decorrem todos os malfeitos verificados até o momento na esfera federal. Esses milhões de cidadãos têm na presidente uma referência de força e coragem. Que Duma Rousseff continue a fazer sua faxina e que seu exemplo se espalhe por todos os níveis da administração pública.
Dilma começa a liberar emendas, molas da corrupção
Após resistir por oito meses e meio, o governo Dilma Rousseff começará a liberar as célebres emendas de parlamentares. Num primeiro momento, vai migrar dos cofres de Brasília para as bases eleitorais dos congressistas a quantia de R$ 1 bilhão.
Os aliados do governo acham pouco. Em almoço com os líderes, nesta terça (16), a ministra Ideli Salvatti, gestora do balcão, negociará um cronograma. Por ironia, o dique do Planalto se rompe num instante em que a PF e a Procuradoria da República esquadrinham um escândalo cevado à base de emendas.
Os desvios do Turismo nasceram de emendas plantadas no Orçamento da União pela deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP). Não foi o primeiro caso. Não será o último. Nem toda emenda de parlamentar resulta em corrupção. Mas quase toda a corrupção de Brasília carrega as emendas no DNA.
No dizer do senador Pedro Taques (PDT-MT), ex-procurador da República, “as emendas são o pai e a mãe da corrupção.” A história dá-lhe razão. Algo como 80% dos 513 deputados e dos 81 senadores resumem os seus mandatos a duas tarefas:
A primeira é atender aos interesses dos grupos políticos e econômicos que os elegeram, A segunda, preparar a caixa da próxima reeleição. Esse par de prioridades termina por conduzir os parlamentares para o balcão de negócios com o Executivo.
Em troca de apoio congressual ao governo, exige-se a liberação das emendas e a acomodação de apadrinhados em cargos com poder para virar a chave do cofre. Os brasileiros que chegam à maioridade agora, em 2011, não sabem. Mas a conversão de emenda parlamentar em sinônimo de roubo também faz aniversário de 18 anos.
O primeiro grande escândalo, o caso dos “Anões do Orçamento”, foi pendurado nas manchetes em 1993. O país vinha do impeachment de Fernando Collor. Itamar Franco mal assumira a chefia do Executivo quando se descobriu que também o Legislativo caminhava sobre o pântano.
Deputados cobravam propinas de empreteiras e prefeituras para injetar no Orçamento da União recursos destinados a obras públicas. Criou-se uma CPI. Seis deputados tiveram os mandatos passados na lâmina. Outros quatro renunciaram. Alteraram-se as regras de elaboração do Orçamento.
Há quatro anos, em 2007, alvorecer do segundo reinado de Lula, a “Operação Navalha” demonstrou que a mudança de normas não deteve o assalto. Empurrada pelo Ministério Público e autorizada pela Justiça, a PF gravou 585 diálogos telefônicos. Conversas vadias desnudaram esquema similar ao dos anões.
A transcrição das fitas recheia um processo de 52 mil folhas. Descrevem o modo como o empreiteiro Zuleido Veras e a sua Gautama beliscavam verbas públicas. Numa ponta, compravam-se os políticos com poder para destinar verbas às obras. Noutra, subornavam-se servidores públicos responsáveis pelas liberações.
A navalha correu em quatro ministérios, seis governos de Estados nordestinos, e várias prefeituras. A vítima mais vistosa foi Silas Rondeau. Acomodado por Lula na pasta de Minas e Energia a pedido de José Sarney (PMDB-AP), Rondeau foi acusado de receber propina de R$ 100 mil.
Chefe da Casa Civil, a própria Dilma Rousseff usufruiu sem saber do patrimônio sujo de Zuleido. O governador petista da Bahia, Jaques Wagner, levou Dilma para passear numa lancha do dono da Gautama. Coisa fina: 52 pés, três suites. Depois, Wagner disse que um amigo pedira a embarcação emprestada. Alegou que desconhecia o nome do dono.
Entre os anões e a navalha, houve o caso das “Sanguessugas”. Nasceu em 2001, sob Fernando Henrique Cardoso, e explodiu em 2006, no final do primeiro reinado de Lula. Foi muito parecido com o caso atual, do Turismo. Só que envolvia a pasta da Saúde.
Na Operação Voucher, as emendas da deputada Fátima Pelaes resultaram na prisão de 36 pessoas. O inquérito envolve convênios de cursos e serviços do setor de turismo jamais realizados. Na Operação Sanguessuga, o número de presos foi maior: 47.
Na origem do malfeito, de novo, as famigeradas emendas. Os convênios da Saúde destinavam-se à compra de ambulâncias. A propina aos parlamentares era provida pela empresa Planan, que superfaturava os veículos em até 250%. Uma CPI apontou o envolvimento de 71 congressistas. Nenhum foi cassado. Mas poucos se reelegeram.
Agora, submetida a uma inusitada “greve” que paralisou a Câmara na semana passada, Dilma rende-se à lógica fisiológica que permeou as gestões dos antecessores. Vai liberar as emendas de anos anteriores, que sobrevivem na rubrica “restos a pagar.”
No Orçamento de 2012, a ser aprovado pelo Congresso até dezembro, Dilma será "intimada" a liberar mais R$ 7,7 bilhões. Cada congressista pode pendurar na peça até 25 emendas, num total de R$ 13 milhões. Muitas delas se converterão em novas roubalheiras.
Além da origem parlamentar, os escândalos têm muito em comum: produzem operações espalhafatosas da PF, dezenas de prisões e quantidade idêntica de habeas corpus. Passado o frêmito, as cadeias se esvaziam e os escaninhos do Judiciário ficam apinhados. Não há vestígio de condenação definitiva. Grassa a impunidade.
Escrito por Josias de Souza
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