domingo, 28 de agosto de 2011

Política não é para corações frágeis

São poucos os que conseguem fugir do lugar comum de esculhambar os políticos, atribuindo a eles todos os males que afligem uma nação.   O mundo está cheio de heróis impolutos, carregando em seus fraternos corações, virtudes inenarráveis onde não há espaço para a malvadez, o ódio e a mesquinhez da vida cotidiana. São anjos terrenos e se o povo lhes der chance elegendo-os para algum mandato, vão mostrar como se faz política com ética e honestidade. 
Bob Dylan, o maior artista pop do século XX, tendo sua música A like a rolling stone,  sido considerada a maior música pop de todos os tempos, leu um livro de Clausewitz (pesquisem no Google) chegando a seguinte conclusão:
“O livro de Clausewitz parecia ultrapassado, mas havia muito de real nele, e pode-se entender  muito da vida convencional e das pressões do ambiente ao lê-lo. Quando afirma que a política tomou o lugar da moralidade e que a política é força bruta, ele não está brincando. Você tem que acreditar. Você faz exatamente como mandam, seja você quem for. Submeta-se, ou você está morto. Não me venham com nada de lero-lero sobre esperança ou disparates sobre integridade. Não me venham com aquela onda de que Deus está conosco, ou de que Deus nos ampara. Vamos direto ao ponto. Não existe nenhuma ordem moral. Pode esquecer. Moralidade não tem nada em comum com política. Não está ali para transgredir. Também não é questão de alto ou baixo nível. É assim que o mundo é, e nada vai mudá-lo. É um mundo maluco e complicado, e você tem que olhar direto no olho dele”.
Prestem atenção nessas palavras: “Não existe nenhuma ordem moral. Pode esquecer. Moralidade não tem nada em comum com política. Não está ali para transgredir. Também não é questão de alto ou baixo nível. É assim que o mundo é, e nada vai mudá-lo”. É isso.
Política é força bruta e não tem nada a ver com moralidade. O ser humano é um animal que só faz as coisas em interesse próprio. Enquanto alguns que estão fora do poder, ficam lá choramingando e amaldiçoando a má gestão deste ou daquele político a qual faz oposição, outros que estão usufruindo as benesses do poder, consideram que estão vivendo no melhor dos mundos.
Há poucos dias, um amigo disse que votará sempre em Lula porque ele criou o Prouni e sua irmã foi beneficiada, entrando numa faculdade, onde após formar-se, entrou no mercado de trabalho e hoje recebe um excelente salário. Tal consideração tem alguma coisa a ver com moralidade? E esse exemplo se multiplica em todas as classes sociais. Todo político sabe que os eleitores só o procuram por algum interesse em vista. Ninguém lhe cobra ética, honestidade, integridade e outras virtudes as quais o próprio indivíduo não as tem. Política é a ciência de como manipular os eleitores. Maquiavel já deu as coordenadas há muitos séculos atrás, e todas ainda tem validade, porque os seres humanos são iguais em essência.
O eleitor não se importa com ditadura, democracia, desonestidade, ladroagem o que quer que seja, desde que seus interesses estejam sendo atendidos. Vejam a penca de políticos que hoje envergonham o país e vejam como os petistas e esquerdistas reagem ao vê-los denunciados. Notem o ódio visceral que devotam a revista Veja e ao Jornal Nacional. Eles não estão interessados em apurar os fatos, não estão incomodados com as lambanças que sua corrente política anda aprontando. Quem está à esquerda só olha o que o lado direito está fazendo de errado e vice-versa. O jogo é bruto e não há nenhuma moralidade envolvida na disputa.  Então só há duas atitudes a tomar: escolher um dos lados ou ignorar. Sempre lembrando que você só pode ignorar a política quando atingiu um patamar altíssimo, seja de riqueza, seja de sabedoria, tornando-se aquilo que todos almejam, um homem absolutamente livre e independente.