domingo, 30 de junho de 2013

Advogado Ademir Ismerim explica situação da criação de novos municípios na Bahia

Em entrevista ao Bahia Notícias, o advogado Ademir Ismerim explica a situação da criação de novos municípios na Bahia. 

Leia:
Entre a aprovação pela Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (4), do Projeto de Lei Complementar 416/08, do Senado, que regulamenta a criação de municípios, e a materialização de novas cidades baianas há ainda um longo caminho. Apesar de a Constituição do Estado da Bahia, de 1989, prever a alteração de limites territoriais e o desmembramento de municípios para a constituição de outros, a entrada em vigor da nova lei não implica o surgimento imediato das 50 cidades mencionadas na Carta Magna estadual.
“Esses municípios foram inseridos na Constituição Estadual e não quer dizer que eles passarão a existir porque foram criados com base em outros critérios”, afirmou o advogado Ademir Ismerim. Segundo ele, “a realidade era outra quando essa disposição transitória foi aprovada”. Ele cita como exemplo o fato de que “naquela época, os estados tinham autonomia para criar” e lembra que o texto aprovado pela Câmara e que segue para o Senado estabelece critérios para a fundação de novas unidades federativas. Um deles é a viabilidade de emancipação da localidade, que engloba questões financeiras, político-administrativas e sócio-ambientais.
Ismerim ressalta que o texto da nova lei “veda a criação de municípios novos quando inviabilizar os atuais” e define uma “população mínima de sete mil habitantes” para que distritos da região Nordeste possam pleitear a emancipação. “E metade desses sete mil tem que ser de eleitores”, complementa o especialista. Além disso, será necessária realização de um plebiscito, do qual participará toda a população do “município-mãe”, para aprovar o desmembramento. “Pode ser que a Assembleia verifique que todos esses municípios [citados na Constituição da Bahia] atendem a esses novos critérios, mas no meu entendimento é preciso que o processo comece do zero”, pondera Ismerim.
Segundo ele, “podem ser criados até mais do que esses 50”. De quem depende? “Com a palavra, a Assembleia Legislativa”, resume o jurista. O número de municípios brasileiros saltou de 4.491 para 5.507, entre 1991 e 1996, quando uma emenda à Constituição proibiu a criação pelas casas legislativas dos estados. Ou seja, mais de 22% das municipalidadades do País foram fundadas no curto período de cinco anos. Entre as cidades baianas que podem ser divididas estão Camaçari, Itacaré, Jaguaquara, Maragogipe, Catu, Santo Amaro, Araci, Prado, Belmonte, Camamu, Queimadas, São Desidério, Senhor do Bonfim, Ilhéus, Itapicuru e Tucano.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

O Pacto manco

REYNALDO-BH

1 ─ Responsabilidade Fiscal e Controle da Inflação. Um governo que cria uma “contabilidade heterodoxa”, baseada em artifícios contábeis que são uma afronta a qualquer lógica, tem credibilidade para propor este pacto? Quem cria 39 ministérios para atender ao guichê de pagamentos, criando novos balcões para transações criminosas, é digno desta proposição? Quem usa o dinheiro dos impostos para perdoar dívidas de ditadores africanos e bancar viagens de lobby do copresidente tem força moral para falar em responsabilidade fiscal? Ou é mais um delírio de quem perdeu o juízo, a vergonha e o sentido de realidade? E o controle do surto inflacionário será feito com o Bolsa-Sofá? Com o abandono das políticas que até então deram certo, herdadas do governo FHC? Ou acreditaremos nas falas e previsões de Guido Mantega, reforçadas por raivosos discursos de Dilma? Que pacto se propõe? O do boi a caminho do matadouro, para que não reclame do destino inevitável? Dilma quer companhia para o desastre. Ou uma desculpa para transferir a terceiros o que é somente de sua (dela) responsabilidade.
2 ─ Na Saúde, a importação de 6.000 médicos cubanos (ou de brasileiros escolhidos pelo MST mais pelos aspectos de adesão ideológica do que por formação educacional) resolverá o problema? Os médicos importados irão trazer gazes, ataduras, remédios e material de exame para os postos de saúde inexistentes? São formados em alguma especialidade que não necessita de uma estrutura mínima de atendimento? Poderão fazer diagnose sem exames? Ou internações sem leitos? Serão especialistas em leitos imaginários? A mentira aqui chega às raias do crime premeditado. Qualquer atendente de farmácia sabe que um médico sem meios de exercer sua profissão/missão é apenas o espectador de uma morte anunciada. Serão 6.000 médicos especializados em fornecer atestados de óbito?
3 ─ Na Educação, a promessa de 100% dos royalties do pré-sal (hoje reduzida a 75% pelo Congresso) significa uma GOTA de recursos frente o que já existe. E mesmo assim daqui a uns 6 anos! Até lá o apadrinhamento das Universidades federais em todo o Brasil continuará. Reitores escolhidos pela docilidade aos que mandam. Professores de escolas básicas e secundárias recebendo salários de boias-frias. Livros escolhidos pelo MEC a partir de critérios esdrúxulos. Contemplando amigos e aderentes (os modess intelectuais!) ao modelo do “nós vai” ou do “a gente pesamos!”. A Educação só é valorizada por quem entende a importância dela. Um um regime (mais que governo) onde o elogio da ignorância é fonte primária de poder e onde a mentira curricular é só a continuidade da falsidade, educação é mandar crianças à escola para não aprender. Para fazer número em estatísticas oficiais. Já temos dez anos e PROUNI e da dita democratização de acesso às Universidades. Temos uma legião de formados sem emprego, qualificação ou oportunidade de trabalho nas áreas em que foram diplomados. Para o lulopetismo vale o número. Como no jogo do bicho.
4 ─ Quanto aos transportes, o que se pode dizer do trem-bala? De borracha? Na nossa testa? Ligando duas cidades que são atendidas por pote-aérea (a única do país) e por ônibus a cada meia hora. O metro de Salvador tem trilhos e trens. Existe há dez anos. E até agora zero passageiros transportados. Em Brasília, o quilômetro construído mais caro do mundo! Cada metrô construído em BSB daria para – por exemplo – construir 150 metros em Xangai! Em Belo Horizonte, uma linha! Que liga nada a lugar algum. Que pacto? Ou o governo quer cúmplices que assumam os crimes cometidos?
5 ─ Corrupção. Só pode ser a defesa do órfão assassino! O sujeito que matou a mãe e o pai que se revolta no julgamento e afirma: “Não acredito que vocês terão coragem de condenar um pobre órfão de pai e mãe!”. A corrupção tem nome, sobrenome e endereço.
Não há necessidade de nenhum pacto. E sim de cadeia! Bastaria que parassem de roubar. Para isto é preciso um entendimento nacional, suprapartidário? Ou bastaria o Código Penal? O pacto inclui o perdão anterior? Seria esta a justificativa para que gilbertinhos e mercadantes defendam a absolvição de quadrilhas já condenadas pelo STF? Que pacto se quer, prezada ventríloqua de Lula? O que exima o copresidente de responder se o menos conhecia (biblicamente ou não!) a Rose dos lençóis? A hipocrisia desconhece limites.
A esperteza se mostrou desastrosa.
Sem exageros, é como o bandido que ao roubar alguém saí rua afora aos berros de “pega ladrão”!
O que foi proposto não é pacto!
É a saída arquitetada por marqueteiros para transformar uma VERDADE expostas nas ruas em um artifício de continuidade das mentiras, promessas e desculpas nojentamente conhecidas.
Fiquem com o pacto. Manco.
A gente fica com as ruas e com o sentimento de BASTA!

‘A reforma política deve começar cortando as mordomias da pelegagem sindical’.


ANTONIO VIEIRA

Um programa de moralização política no Brasil deveria começar com uma redução geral de todos os impostos. Os parasitas que controlam o aparelho estatal não têm quaisquer limites. Dinheiro na mão do governo é vendaval. Se houver uma redução da receita pública haverá, também, redução da margem de corrupção. Ao contrário do que possa parecer, os serviços não piorarão. Até pela singela razão de que pior do que isso que está aí não é possível ficar.
Redução tributária deveria compreender todos os tipos de impostos, de contribuições, de taxas, de emolumentos ou que nome fantasia tenha. O caso do imposto sindical é paradigmático. A pelegada vive nababescamente com o recolhimento compulsório de um dia de nossos salários: uma babilônia de dinheiro. O peleguismo patronal também não deve ser esquecido. Aliás, vale relembrar que o ponto de convergência do finado José Alencar com Lula da Silva era a prática, comum aos dois, de saquear receita dos sindicatos.
A sustentação da campanha de José Alencar ao governo de Minas Gerais, em 1994 (vencida por Hélio Garcia), se deu com a grana do sistema Federação das Indústrias-SESI-SENAI-IEL. Foram milhões gastos em propaganda visando a promoção pessoal do empresário chapa-branca que pretendia virar governador. Em 1998 já foi outra história: saiu cabalando tudo quanto é liderança do interior mineiro (pequena, média ou grande) numa volúpia tal que o próprio Hélio Garcia, e a então senadora Júnia Marise, desistiram da disputa senatorial em face da cornucópia inesgotável do pretendente. José Alencar concorreu praticamente sozinho. Mas este é assunto para outro comentário.
Voltemos aos pelegos trabalhistas. Suas atividades partidárias são financiadas com a grana dos sindicatos. Dinheiro público, portanto. É ali que eles aprendem a furtar, onde desenvolvem a tecnologia que, posteriormente, vão aplicar nos governos que conquistam. Não por acaso, o governo Lula vetou a obrigatoriedade de prestação de contas dessa gente, bem como a fiscalização dos gastos por parte dos tribunais de contas. É situação única na institucionalidade brasileira. Milhões e milhões entregues aos pelegos que, no entanto, estão dispensados de mostrar onde os aplicaram.
Nem precisa dizer que tais fundos servirão para sustentar as eleições de parlamentares, prefeitos, governadores e presidentes da república. Claro, igualmente não é preciso demonstrar que o PT e o PCdoB são os maiores profissionais neste saqueio. A gang da Força Sindical opera de maneira mais próxima da pirataria que do corso, típico da quadrilha da CUT. Pegue a relação dos corruptos mais notórios; se não todos, a maioria, vieram eles do movimento sindical. O professor Delúbio simboliza os demais. O costume está tão entranhado neles que acham normal, absolutamente inquestionável, que possam fazer o que fazem.
A pilhéria do Delúbio ─ “o mensalão, no futuro, será piada de salão” ─ foi dita na mais absoluta sinceridade e boa fé da parte dele. Seria uma simples desapropriação em prol da luta política feita, sempre, na defesa dos interesses da categoria. É por essa razão que eles não largam o osso sindical. É um aparelho valioso e rendoso, um grande negócio que se deve preservar, pensam eles. Disputas pelo controle do cofre podem acarretar a morte. Inumeráveis histórias de crimes contra a vida em alguns sindicatos são conhecidas por todos. Se as oposições pretendem, de fato, enfiar o dedo na ferida, uma das medidas moralizadoras na reforma política é acabar com o privilégio, que os sindicatos e centrais sindicais possuem, de não prestar contas do dinheiro recebido aos tribunais de contas.
Consulte a Advocacia Geral da União: qualquer entidade que receba um níquel dos cofres públicos é obrigada a prestar contas sobre sua aplicação. Se o volume do recurso público for superior a 50% da receita da entidade, ela é obrigada a se explicar até da parte oriunda de fontes próprias. Mas os sindicatos, não. Estão liberados para suas farras (dona Rose e Lula da Silva, aliás, se conheceram em alguma delas), de toda natureza. Dê uma espiada no histórico de patifarias do sindicato dos bancários de São Paulo. Este é o modelo de atuação da turma. Daí saíram Gushiken, Berzoini e outros mais. O companheiro Mercadante, em época que estava sem mandato, foi “assessor” dessa turma de velhacos. Eles se protegem e saqueiam juntos. Com o dinheiro do imposto sindical, claro.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Fernando Henrique Cardoso é eleito 'imortal' da ABL

Ele recebeu 34 votos, de 39 possíveis, para ocupar uma cadeira da Academia Brasileira de Letras. Ele havia oficializado sua candidatura em março



Disputaram a cadeira com Fernando Henrique Cardoso, Felisbelo da Silva, J.R. Guedes de Oliveira, Gildasio Santos Bezerra, Jeff Thomas, Carlos Magno de Melo, Eloi Ghio, Diego Mendes Souza, Alvaro Corrêa de Oliveira, José William Vavruk e Arlindo Vicentine. A última imortal eleita foi Rosiska Darcy de Oliveira.
Biografia -- Fernando Henrique Cardoso nasceu no Rio de Janeiro no dia 18 de junho de 1931, em uma família tradicional de militares. Mudou-se para São Paulo aos 8 anos e graduou-se em sociologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), completando seus estudos de pós-graduação na Universidade de Paris.
Após o golpe militar de 1964, Fernando Henrique se exilou no Chile e voltou para a França, onde acompanhou de perto o movimento de Maio de 1968. Voltou ao Brasil naquele mesmo ano, quando se tornou professor de ciências políticas na USP, onde teve uma frutífera carreira acadêmica e é hoje professor emérito -- ele também lecionou nas Universidades de Paris, Stanford, Berkeley e Brown, entre outras.
FHC é também autor ou coautor de 23 livros e de mais de cem artigos acadêmicos. Seu livro Dependência e Desenvolvimento, publicado originalmente em espanhol em 1969, em coautoria com Enzo Falletto, é um marco nos estudos sobre a teoria do desenvolvimento, com dezenas de edições em 16 idiomas. Seus livros mais recentes são O Presidente e o Sociólogo (1998), A Arte da Política (2006), The Accidental President of Brazil (2006), Cartas a um Jovem Político (2008) e A Soma e o Resto: Um Olhar Sobre a Vida aos 80 Anos (2011). Seu último livro é Pensadores que Inventaram o Brasil.
Popularmente conhecido como FHC, ele começou sua carreira política em 1978, quando foi eleito suplente de Franco Montoro para o Senado pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Antes de chegar à presidência, cargo que ocupou por dois mandatos (de 1995 a 2002), FHC foi Senador (de 1983 a 1992), Ministro das Relações Exteriores (1992) e Ministro da Fazenda (entre 1993 e 1994).
FHC se casou com a antropóloga Ruth Cardoso em 1953, com quem teve três filhos (Paulo Henrique, Luciana e Beatriz). Ruth morreu em 2008, em decorrência de problemas cardíacos.

Morro do Chapéu: uma terra muito perigosa



Na minha matéria anterior fiz o apanhado das terras de Morro do Chapéu, foco de discórdia e embates jurídicos. E não aprofundei o assunto porque há muitos interesses em jogo e, conforme o que dissesse, minha vida não ia valer um tostão furado. Se vocês pensam que eu estou fazendo terrorismo, tenho de dizer que não estou brincando. Já recebi um recado de que iriam mandar me dar uma surra por conta de alguns comentários que fiz a respeito de um ex-poderoso da cidade. E agora recebo outro do atual prefeito que, num telefonema para um amigo mandou um recado dizendo que ia me mandar espancar, depois mudou de ideia dizendo que ele mesmo ia fazer isso se não fizesse coisa pior. O recado está no celular do amigo à disposição da justiça, vez que estou encaminhando à promotoria proteção de vida e apontando o responsável.
Como sabemos todos, cidade pequena é uma central de fuxicos. É um disse-me-disse sem fim e sem propósito. Puxas sacos de todos os matizes infestam os locais de maior movimento com o intuito de pescar uma conversinha qualquer da qual possam tirar algum proveito. Mas quem pode oferecer essa benesse? O prefeito, é claro. Um empreguinho, um aluguel de carro para carregar alunos ou uma viagem qualquer, um dinheirinho para tomar cachaça, um box na feira, a compra de um bem encalhado, a manutenção do emprego com um reajuste salarial compensador...essas coisas comezinhas as quais os fracassados recorrem para manter suas medíocres existências. 
A maioria dos fuxicos só provocam indignação e raiva, mas há aqueles que podem gerar consequências imprevisíveis. E pior: sem um pingo de veracidade. Foi o que ocorreu no caso que ora estou descrevendo. A revolta de um pai diante de um boato que denigre a honra de um filho é, não só compreensível como aceitável qualquer atitude drástica que venha a tomar em relação ao agressor.Com honra alheia não se brinca. Ocorre que esse pai tem de buscar meios para apurar se o boato tem algum fundo de verdade. Não é sair logo prometendo surra e outras coisas piores, como se a pessoa, alvo da fúria fosse um zé ninguém que se submeta sem queixas ao espancamento gratuito. Se ele está revoltado com o boato, mais ainda estou eu pela mentira grotesca.
Como se vê, Morro do Chapéu de há muito que deixou de ser aquele paraíso encravado nas serras. Uma cidade pacífica e ordeira, uma suíça sertaneja conforme deixou de herança o poderoso coronel Francisco Dias Coelho. Paz aqui nunca existiu por consenso. Dias Coelho a mantinha a custa de muito dinheiro e aliciamento. Como o ser humano se acomoda desde que seus interesses estejam sendo atendidos, Morro do Chapéu foi levando sua vidinha modorrenta, sempre ficando a reboque do progresso e desenvolvimento. Enquanto Irecê se desenvolveu espantosamente desde que se separou em 1926, Morro do Chapéu permaneceu numa rotina de paralisia  e estagnação. Aqui a corrupção é tolerada sem uma queixa e seus políticos se elegem e reelegem, chegando ao absurdo de governar até com liminar.
Há um ginásio esportivo que só ficou no esqueleto e está lá à beira do asfalto com sua estrutura enferrujando para a apreciação dos passantes e viajantes. Há um prédio condenado onde deveria funcionar a UPA, também a beira do asfalto e que todos que passam por lá, ficam intrigados do porque aquela unidade médica ainda não está funcionando. Havia umas casas populares no Pachola cujas construções foram abandonadas e estavam desmoronando pela ação do tempo. Foi preciso a intervenção da Promotoria Pública para que as construções fossem retomadas. Há uma praça no bairro do Pelourinho cuja obra foi iniciada e depois abandonada assim que se apuraram os votos da recente eleição para prefeito. Há um hospital que foi fechado por má gestão  e outro que virou um cemitério de recém nascidos. O Fundo de Previdência do Servidor Público é administrado por uma pessoa que é funcionária da prefeitura e se recusa a dar informações sobre a movimentação financeira do órgão. Há cursos a distância no Colégio Nsa Sra da Graça que promete diploma universitário mas que na verdade é uma farsa promovida por espertalhões em busca do dinheiro fácil dos otários.
Como veem, enquanto o Brasil promove passeatas com o propósito de banir de uma vez por todas os corruptos da vida pública no país, Morro do Chapéu segue sem se manifestar. Houve uma passeata promovida pelo pessoal que mora fora e que se transformou numa alegre carreata, que é como se denomina aqui tais eventos.  A mídia local diz alguma coisa? Nada. E como pode, vez que, conforme o que for dito seu autor pode sofrer ameaças de espancamento ou coisa pior conforme está ocorrendo comigo?

quarta-feira, 26 de junho de 2013

No único Brasil x Uruguai no Mineirão, deu Palmeiras


O Palmeiras veste amarelo: 3 a 0 Brasil, em setembro de 1965
O Palmeiras veste amarelo: 3 a 0 Brasil, em setembro de 1965 (Reprodução)

Palco do clássico da tarde desta quarta-feira, o Mineirão já tem no currículo um Brasil e Uruguai, justamente na inauguração do estádio, em 7 de setembro de 1965. Apesar de amistosa, a partida ficou marcada por ter aberto um novo capítulo na história da seleção brasileira: pela primeira vez, um clube de futebol representou o escrete canarinho em jogos oficiais. A honra coube à Sociedade Esportiva Palmeiras, que cedeu não apenas todos os atletas, titulares e reservas, como também a comissão técnica inteira, incluindo roupeiros e massagistas. E a academia alviverde, com Djalma Santos, Ademir da Guia, Dudu e Julinho Botelho, entre outros craques, fez jus à fama e atropelou a Celeste por 3 a 0 diante de 80.000 torcedores – gols de Rinaldo, Tupãzinho e Germano. Naquele dia, registrou-se ainda outra primazia: o argentino Filpo Nuñez, treinador do Palmeiras, tornou-se o primeiro – e até hoje único – estrangeiro a comandar a seleção brasileira. Na semifinal desta quarta, no entanto, o Palmeiras não estará representado diretamente (ainda que o treinador Luiz Felipe Scolari e o goleiro reserva Diego Cavalieri tenham forte identificação com o clube paulista).

terça-feira, 25 de junho de 2013

‘Jogo em aberto’, de Ricardo Noblat


PUBLICADO NO BLOG D NOBLAT NESTA SEGUNDA-FEIRA

É razoável supor que Dilma enfrenta sérias dificuldades para entender o que se passa no país. Se Lula, que é um político esperto, anda pendurado no telefone a pedir, humilde, a ajuda de amigos para tentar decodificar a voz das ruas, quanto mais Dilma, que nem política é, muito menos esperta. E carece de amigos que sejam. Ou de colaboradores informais que gostem dela a ponto de aconselhá-la de graça.
Para governar bem, um presidente da República tem de se destacar como líder. Não precisa ser um excepcional gestor. Mas líder está obrigado a ser. Como governar sem exercer influência sobre o comportamento, o pensamento e a opinião dos outros — auxiliares e governados? Com seu entusiasmo, o líder contagia os que o cercam. Agindo assim, obtém a adesão deles aos seus planos.
Dilma infunde medo. O medo inibe. Para além de carismático, o líder é um grande comunicador. Dilma não é nem uma coisa nem outra. O líder é persuasivo. Dilma é um chefe mal-humorado e impositivo. O líder é um hábil negociador. Dilma não negocia — manda. E ai de quem desobedecê-la. O líder é exigente. Dilma é exigente. O líder é criativo e quebra paradigmas, se necessário. Dilma é convencional. Não foram poucos os correligionários de Lula que o desaconselharam a indicar Dilma para sucedê-lo.
Mas ele resistiu a todos os apelos. Dizia que Dilma era a melhor gestora que conhecera. A preferência de Lula por Dilma se escorava em dois principais motivos: ela seria leal a ele. E não seria obstáculo ao seu eventual retorno à Presidência da República. Lula não pensou primeiro no país quando elegeu Dilma sua candidata — pensou nele próprio. E, do seu ponto de vista, acertou. No que importa, ele continua governando.
Quando se atrapalha ou se vê em apuros, Dilma corre ao seu encontro. A viagem de um presidente custa caro pelo aparato que movimenta. Quanto custa uma viagem de Dilma entre Brasília e São Paulo para se aconselhar com Lula? Não pergunte. Ela decidiu que os custos de suas viagens permanecerão em segredo por anos a fio. É o governo da transparência, como destacou em sua fala à Nação na última sexta-feira.
Os governantes modernos não dão um passo importante sem consultar a opinião popular por meio de pesquisas. É assim com Dilma, como foi antes com Lula e Fernando Henrique Cardoso. Espanta que, munido de tantas pesquisas, o staff dela tenha sido incapaz de prever que um gigantesco tsunami estava a caminho. A verdade é que só acreditamos naquilo que não nos desagrada. Como só lemos o que reforça as nossas convicções. Com os governantes não é diferente.
De tanto repetir que o mensalão não existiu e de que nenhum governo combateu mais a corrupção do que o dele, Lula acabou acreditando em tais fantasias. Bem como os que renunciaram a pensar com independência para seguir o líder disposto a pensar por eles. A corrupção não impediu Lula de se reeleger, nem Dilma de sucedê-lo. Ora, por que haveria de produzir sérios estragos no futuro? O povo não parecia ligar.
Nos últimos 12 meses, Lula cabalou votos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para absolver mensaleiros. Não se revelou constrangido ao apertar apertar a mão de Paulo Maluf para selar o apoio dele ao candidato do PT a prefeito de São Paulo. Renan Calheiros, que já renunciou à presidência do Senado para não ser cassado, foi eleito presidente do Senado em fevereiro último. Milhares de pessoas pediram a sua renúncia. Em vão.
A um confidente, Dilma disse que não se meteria na eleição de Renan porque não poderia se meter com assuntos pertinentes ao PMDB e ao Congresso. Como se ela de fato não se metesse. Como se nunca tivesse se metido. A ex-faxineira ética, que nos seu primeiro ano de governo demitiu seis ministros por suspeitas de malfeitos, não apenas se recompôs com eles como devolveu ministérios e outros cargos que havia tomado dos seus partidos. Para se eleger a gente faz o diabo a quatro, desculpou-se Dilma. E nessas ocasiões o bicho costuma pegar. Está para ser aprovada no Congresso uma proposta que enfraquece o poder de investigação do Ministério Público. O governo não mexeu um dedinho para impedir.
O vice de Alckmin, governador do PSDB, virou ministro de Dilma sem deixar de ser vice. Por fim, o STF ganhou ministros escolhidos com base na esperança de que livrem mensaleiros da cadeia. Ainda bem que são homens honrados. Votarão de acordo com sua consciência. Resultado da influência do demônio: esgotou-se a paciência dos que acabaram saindo às ruas para protestar. A repulsa à corrupção está por trás de sua atitude, segundo pesquisa do Instituto Datafolha. Dilma foi forçada a admitir que seu governo ouve com atenção as vozes que cobram mudanças.
Mas mudanças para quê se o governo vai tão bem? Quer dizer: passou recibo de que ou muda ou ficará de fora da próxima eleição. Dilma de fora significava Lula dentro outra vez. Significava… Agora, não mais necessariamente.

domingo, 23 de junho de 2013

A primeira vítima


Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 19 de junho de 2013
          

Quaisquer que venham a ser os desenvolvimentos da onda de protestos no Brasil, sua primeira vítima está ali, caída no chão para não se levantar nunca mais, e ninguém sequer se deu conta da sua presença imóvel e fria: é a "direita" brasileira.
 
Durante décadas, desde os tempos do governo militar, os partidos e movimentos de esquerda vieram construindo sistemática e obstinadamente o seu monopólio das mobilizações de massa, enquanto o que restava da "direita" , atropelado e intimidado por acontecimentos que escapavam à sua compreensão, ia se contentando cada vez mais com uma concorrência puramente eleitoral, tentando ciscar nas urnas umas migalhas do que ia perdendo nas ruas.
 
Não sei quantas vezes tentei explicar a esses imbecis que o eleitor se pronuncia anonimamente de quatro em quatro anos, ao passo que a militância organizada se faz ouvir quantas vezes bem deseje, todos os dias se o quiser, dando o tom da política nacional e impondo sua vontade até mesmo contra um eleitorado numericamente superior.
 
Mas a ideia de formar uma militância liberal e conservadora para disputar o espaço na praça pública lhes inspirava horror. Como iriam bater de frente na hegemonia do discurso "politicamente correto", se este, àquela altura, já se havia impregnado tão fundo nos seus próprios cérebros que já não viam perspectiva senão imitá-lo e parasitá-lo, na ânsia de ludibriar o eleitor e conservar assim os seus cargos, ainda que ao preço de esvaziá-los de qualquer mensagem ideológica diferenciada e própria?
 
Era inútil tentar fazê-los ver que, com isso, se enredavam cada vez mais, voluntariamente, na "espiral do silêncio" (v. Elisabeth Noelle-Neumann, The Spiral of Silence, The University of Chicago Press, 1993), técnica de controle hegemônico em que uma das facções é levada sutilmente a abdicar da própria voz, deixando à inimiga o  privilégio de nomeá-la, defini-la e descrevê-la como bem entenda. 
 
Alguns eram até idiotas o bastante para se gabar de que faziam isso por esperteza, citando o preceito de Maquiavel: aderir ao adversário mais forte quando não se pode vencê-lo. Belo mestre escolheram. O autor doPríncipe foi um bocó em matéria de política prática, um fracassado que esteve sempre do lado perdedor.
 
Assim, foram se encolhendo, se atrofiando, se adaptando servilmente ao estado de coisas, até o ponto em que já não tinham outra esperança de sobrevivência política senão abrigar-se sob o guarda-chuva do próprio governo que nominalmente diziam combater.
 
Ao longo de todo esse tempo, ia crescendo a insatisfação popular com um partido que fomentava abertamente o banditismo assassino, cultivava a intimidade obscena com terroristas e narcotraficantes, tomava terras de produtores honestos para dá-las à militância apadrinhada e estéril, estrangulava a indústria mediante impostos, demolia a educação nacional ao ponto de fazer dela uma piada sinistra e, last not least, expandia a corrupção até consagrá-la como método usual de governo. 
 
Milhões de brasileiros frustrados, humilhados, viam claramente o abismo em que o país ia mergulhando. Essa massa de insatisfeitos, como o demonstravam as pesquisas, era acentuadamente cristã e conservadora. 
 
Em 2006 escrevi: "Com ou sem nome, a direita é 70 por cento dos brasileiros. Um programa político ostensivamente conservador teria portanto sucesso eleitoral garantido". Mas, com obstinação suicida, a "direita" se recusava a assumir sua missão de porta-voz da maioria. Apostava tudo nas virtudes alquímicas da autocastração ideológica.
 
"Um pouco mais adiante – escrevi na mesma ocasião – , ela agravou mais ainda a sua situação, quando, após a revelação dos crimes do PT, perdeu a oportunidade de denunciar toda a trama comunista do Foro de São Paulo e, por covardia e comodismo, se limitou a críticas moralistas genéricas e sem conteúdo ideológico."
 
Etanto tempo se passou, tão grande foi o vazio, que de recuo em recuo essa direita foi abrindo, que a própria esquerda acabou notando a necessidade de preenchê-lo, mesmo ao preço de sacrificar uma parte de si própria e, como sempre acontece nas revoluções, cortar as cabeças da primeira leva de revolucionários para encerrar a fase de "transição" e  saltar para as rupturas decisivas, as decisões sem retorno. Há mais de um ano o Foro de São Paulo vinha planejando esse salto, contando, para isso, com os recursos do próprio governo, somados aos da elite globalista fomentadora de "primaveras".
 
Como não poderia deixar de ser em tais circunstâncias, o clamor da massa conservadora acaba se mesclando e se confundindo com os gritos histéricos do esquerdismo mais radical e insano, tudo agora instrumentalizado e canalizado pela única liderança ativa presente no cenário. 
 
Condensando simbolicamente essa absorção, a vaia despejada sobre a presidenta Dilma Rousseff no Estádio Nacional de Brasília, autêntica manifestação popular espontânea, já não se distingue da agitação planejada e subsidiada que acabou por utilizá-la, retroativamente, em proveito próprio.
 
Não se pode dizer que a esquerda tenha "roubado a voz"  da direita, pois a recebeu de presente. A opção pelo silêncio, o hábito reiterado da autocastração expulsou a direita nacional de um campo que lhe pertencia de direito e de fato, e terminou por matá-la. Ela não se levantará nunca mais. 
 
A insatisfação conservadora transmutou-se em baderna revolucionária e já não tem nem mesmo como reconhecer de volta o seu próprio rosto. Talvez algumas cabeças esquerdistas venham a rolar no curso do processo, mas as da direita já rolaram todas.

sábado, 22 de junho de 2013

A esquizofrenia do PT

Nivaldo Cordeiro
No Brasil, a mão que comanda o Estado é a mesma que comanda a subversão em praça pública. O grande paradoxo é que o PT é, a um só tempo, a força da ordem e o seu contrário. Como isso é possível? Vou tentar analisar o fenômeno.
O PT chegou ao poder liderando uma frente de esquerda que, a grosso modo, o tornou o sucessor legítimo do Partidão. Seus líderes, sensatos, reconheceram que precisavam abandonar velhas palavras de ordem sobre a dívida externa, a dívida pública e a administração do Estado, de sorte que assinaram a famosa Carta ao Povo Brasileiro, compromisso pelo qual legitimou-se para assumir o poder.
Durante os dois mandatos de Lula foi assim. A gestão do Estado foi feita de forma profissional. Os radicais, todavia, estavam sempre à espreita, usando como meio de ação as chamadas conferências nacionais, entre elas a Confecom, que tinha o firme propósito de controlar a produção de conteúdo da mídia e a internet. Essa meta totalitária continua de pé. São esses radicais, braços operacionais da cúpula petista, que estão atiçando as massas para a rua.
Qual é a lógica do processo que convocou o povo às ruas? Em primeiro lugar, a ânsia dos radicais de fazerem valer alguma forma de democracia direta. Movimentos na ruas é seu anseio mais romântico. Mas o objetivo principal do Movimento Passe Livre é desgastar e desestabilizar o governo de Geraldo Alckmin. Sua derivação nos demais estados se deu por pura imitação, o instinto humano mais primário.
O PT conseguiu de fato desgastar a imagem do governador de São Paulo, em virtude dos seus vacilos e incoerências. O problema é que agora o movimento saiu do controle e logrou alcançar escala nacional. O que fazer com ele? Como governantes, só resta ao PT baixar a repressão e restabelecer a ordem. Mas, é importante esse ‘mas’, o plano para desestabilizar Geraldo Alckmin exige a mobilização e o atrevimento das massas nas ruas. A ideia é manter a pressão até as eleições. Como administrar o processo sem perder o controle?
É evidente que o interesse imediato de Dilma Rousseff e de Fernando Haddad é governar “tecnicamente”. Por isso Haddad não queria reduzir tarifas e Dilma Rousseff recusou-se a mais um casuísmo tributário. Certíssimos. Mas o ato de governo é operacional, tático, enquanto o movimento é estratégico, é a via dourada para o PT alcançar o poder total, dominando o Estado de São Paulo.
Todas as incoerências ficam explicadas se o analista levar isso em conta. O agravante é a deterioração da situação econômica, em face das políticas populistas levadas a cabo pelo governo da Dilma Rousseff. De longe, o problema  mais grave é a depreciação do real, que só pode ser superada mediante uma forte mudança na política econômica.
O teatro político brasileiro está bem interessante, prenhe de todos os perigos. Os dirigentes do PT têm demonstrado realismo e sangue frio desde que chegaram ao poder. Estarão agora eventualmente diante de seu teste mais decisivo. Vamos ver o que farão. Uma medida sinalizadora para estabilizar o processo é substituir Guido Mantega por um nome confiável para conduzir a política econômica. Esse será o momento da escolha de Sofia.
O PT precisará abraçar novamente a bandeira da estabilização, sob pena de perder o controle. E quer porque quer ganhar o governo de São Paulo e a reeleição. Podem ser objetivos incompatíveis, mas fato é que, sem a estabilidade, a condição de governança de Dilma Rousseff desaparecerá.
Quem viver verá!

sexta-feira, 21 de junho de 2013

A TURBA



Gustave Le Bon e seus discípulos, ao discutir a psicologia das multidões, formularam a ideia de que o individuo, quando ombro a ombro com a multidão, desce um grau ou dois intelectualmente e tende a exibir as mesmas reações mentais e emocionais de pessoas que lhe são inferiores. É assim que eles explicam a bem conhecida violência e imbecilidade das multidões. A turba, enquanto turba, chega a extremos de que seus membros, como indivíduos, nunca poderiam ser acusados. Sua inteligência média é mínima; mas é infecciosa, contagiante, quase simiesca. As multidões, bem trabalhadas por um esperto demagogo, acreditam em qualquer coisa e são capazes de tudo.
   Ouso dizer que Le Bon está parcialmente certo, mas também parcialmente errado. Sua teoria é provavelmente elogiosa demais para com o ignorante médio. Ao misturar este ignorante com o homem superior nos excessos de uma multidão, dá a entender que também o ignorante, no meio delas, faz coisas que nunca pensaria em fazer sozinho. O fato pode ser aceito, mas o raciocínio levanta uma dúvida. O ignorante se descontrola na multidão, não porque tenha sido inoculado por ela, mas com o vírus da violência, mas porque a sua própria violência tem ali a única chance de exprimir-se em segurança. Em outras palavras, o ignorante é perverso, porém covarde. Ele evita qualquer tentativa de um linchamento a capella, não porque precise de estímulo para querer linchar alguém, mas porque precisa da proteção de uma multidão para fazê-lo sentir-se corajoso o suficiente para tentar.
    O que acontece quando uma multidão se descontrola não é exatamente o que Le Bon e seus seguidores descrevem. Os poucos homens superiores dentro dela não são reduzidos imediatamente ao nível dos fanfarrões. Ao contrário, costumam manter a cabeça fria e tentam até conter a multidão. Mas os fanfarrões são maioria; a cerca é derrubada ou o negro é queimado. E por quê? Não porque os fanfarrões, normalmente virtuosos, tornam-se subitamente uns insanos criminosos. E sim porque se dão conta de repente do seu poder em número e porque ali há uma brecha para exercerem sua selvageria. Em outras palavras, o poder suíno de uma multidão já existe permanentemente na maioria de seus membros – digamos, uns 90%. Todos os estudos sobre a psicologia das multidões tropeçam nesta subestimação da selvageria. Os escalões inferiores do homem são, na realidade, incuravelmente perversos, seja individual ou coletivamente. Decência, autocontrole, senso de justiça, coragem – estas virtudes pertencem a uma pequena minoria de homens. Esta minoria raramente se descontrola. Seus traços mais distintos, aliás, é a resistência ao descontrole. O homem de terceira classe, embora possa disfarçar-se com as barbas de um homem de primeira, será sempre descoberto por sua incapacidade de manter a cabeça diante de um apelo às emoções. O mesmo grito que se dá para estimular um animal a correr põe a nu o seus disfarces.
H. L. Mencken

O castigo veio a cavalo e surpreendeu a presidente arrogante e pernóstica




ANTONIO VIEIRA

Dias atrás, dona Dilma se propôs o desafio de censurar os críticos que verberam seu desgoverno. Sacou do fundo do baú a imagem do velho do Restelo, personagem dos Lusíadas que representa, no poema, o chamado, à razão e à cautela, próprio de quem tem responsabilidade sobre suas decisões, ponderando seus impactos para os potenciais atingidos. Não é este o caso de dona Dilma, evidentemente, pelo que se depreende de seu comportamento errático e leviano, quer no plano interno quer no plano internacional. Os alertas contra os riscos e custos da aventura portuguesa na conquista das Índias foram comparados, por ela, aos justos questionamentos que vêm se acumulando contra a maneira brasileira de fazer política na última década ─ vale dizer, o famigerado modelo lulopetista ─ que incorporou ao seu núcleo dirigente todos os patifes vivos da república.
Arrogante e pernóstica, a presidente quis associar a epopeia daqueles navegadores audazes com a medíocre obra de seu desgoverno, como se os seus críticos não passassem de uma paródia grosseira de ressentidos imitadores do velho do Restelo. O castigo, no entanto, veio a cavalo. Na primeira semana da Copa das Federações, a voz rouca das ruas fez dona Dilma engolir suas palavras. Frente às vaias e protestos populares, a madame revelou na inteireza sua real estatura, muito distante da aparência construída pelas falsidades e engôdos vendidos pela propaganda oficial. Retirados as sedas e os arminhos virtuais de super-executiva que lhe enfeitavam o corpanzil, restou a indumentária que, de fato, constitui sua personalidade: a de gerente que não conseguiu administrar uma lojinha de bugigangas de R$1,99 ─ levada à falência pouco tempo após a inauguração em Porto Alegre ─ mas que tem a pretensão de governar um país.
Pois bem. Não dispondo de capacidade própria nem de interlocutores que a ajudassem a enfrentar a crise posta no seu colo (sua equipe de palacianos se presta apenas à mera bajulação), restou-lhe fugir do seu palácio, às pressas e quase anônima, para dar um pulo a São Paulo e receber as devidas ordens do verdadeiro criador do quadro que se instituiu no país: o co-presidente Lula da Silva. O triste papel de dona Dilma, no entanto, merece ─ conceda-se, em vista do precedente ─ ser lido sob a ótica camoniana. No famoso episódio Inês de Castro consta o verso imortal ─ “o fraco rei faz fraca a forte gente” ─ antecipação profética em alguns séculos da presente situação nacional. Ao sair sorrateira de Brasília, para encontro com o co-presidente numa saleta escondida nos fundos do aeroporto de Congonhas, a presidente Dilma mostrou aos brasileiros que lhe faltam as condições de liderança para arrostar as adversidades.
A paralisia e incompetência do governo da república, de fato, são perfeitamente visíveis. Qual uma biruta de aeroporto, não sabe ela nem o que fazer nem para onde ir. Fecha-se em copas, a rainha das copas, reduzindo o ato de governar à distribuição de adjutórios (estatizando a esmola, como queria o Conde de Abranhos) e, até mesmo, presenteando com gordas gratificações aos amigos afortunados, tudo bancado pelos impostos dos que efetivamente trabalham e produzem: bolsa vovô, bolsa vovó, bolsa bebê, bolsa sofá, bolsa ditadura, bolsa ditadores, bolsa sobas africanos, bolsa terrorista e outras bolsas mais de nomes impublicáveis e inimagináveis.
O governo Dilma não governa, vive de declarações de intenções: vai construir isso e aquilo; vai providenciar tais e quais medidas; vai melhorar esse ou aquele serviço público etc. Sua forma de atuar é a de sempre prometer algo, numa antecipação imaginária do futuro, vivenciado no presente como se já estivesse concretizado: pura paranoia. O governo só pensa naquilo: as próximas eleições! Ministros e outros subalternos estão mais preocupados com conchavos visando 2014 do que em resolver os problemas sob suas responsabilidades.
No bojo da presente crise que assola as grandes cidades chega ao auge do ridículo, para não dizer da loucura, os ministros pretendentes se digladiando sobre quem vai ser candidato ao governo de São Paulo, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e demais estados, certamente pela absoluta falta do que fazer de mais útil em suas respectivas pastas. Nisso, ao menos, guardam coerência e fidelidade às posturas da presidente que, também, só age movida pelo mais reles espírito eleitoreiro.
A verdade pura e simples é que grande parte da população se encheu de, entre inúmeras causas, ver tantas obras inúteis e faraônicas (em vez daquelas necessárias à sociedade, que nunca se concretizam), fontes previsíveis de futuras contribuições de empreiteiros para o custeio de campanhas governamentais. Desmandos, preguiça, burrice e corrupção em todos os setores configuram o ambiente social e político que manifestantes estão a questionar com razões mais que suficientes, numa mescla de motivações e métodos nem sempre os mais desejáveis e democráticos. Parece uma rebelião tribal gerando um efeito de massa, um fenômeno da pós-modernidade.
Vistosas e caríssimas propagandas marteladas, maciça e diuturnamente, pelos meios de comunicação não conseguiram, contudo, abafar nem a verdade nem a realidade que assola o povo brasileiro. Dona Dilma vai insistir, até o fim, nas promessas demagógicas de casa, mobília, comida, roupa lavada, passada e engomada aos desvalidos; não tem como fugir do figurino. O Brasil, entretanto, está à espera de quem tenha a coragem de, à semelhança de Churchill, estabelecer uma relação de confiança com os cidadãos, mesmo que seja prometendo sangue, suor e lágrimas para sair do buraco em que o lulopetismo nos jogou.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Não é pelos 20 centavos, claro! Ainda bem! Vejam o preço da cerveja e os smartphones…

Há fotos que realmente valem por mil palavras, como se diz por aí,  a exemplo desta, de Daniel Teixeira, na primeira página do Estadão de hoje. Vejam.
Esse é o povo (!) do “Movimento Passe Livre”. Não são mesmo a cara da pobreza? Daqui a pouco, essa gente ganha um quadro de humor no Zorra Total… Eles estavam num bar, no centro de São Paulo, assistindo ao anúncio da redução da tarifa.
Como são estudantes, pagam meia passagem. No fim do mês — e na hipótese de que andem de ônibus —, economizarão R$ 4,40. Com esse dinheiro, não conseguem comprar nenhuma das cervejas anunciadas na tabela. A mais barata custa R$ 5.
O rapaz de camiseta branca segura na mão esquerda um iPhone. A que está em primeiro plano também usa um smartphone com uma capinha descolada.
Era uma quarta-feira gorda. Pelo visto, ninguém ali pega no batente, embora todos já sejam bem maduros, não é? Vivem de quê?
Há duas formas de uma pessoa brigar por uma causa: a necessidade e a convicção. Necessidade, obviamente, eles não têm. Então são dotados de convicção. Por convictos, embora não precisem daquilo, então devemos considerar que aderiram a uma causa política, certo? E fazem, pois, política. Tratá-los como representantes do povo e legítimos representantes de usuários é, antes de mais nada, uma fraude jornalística.
Por Reinaldo Azevedo

Brincando de Revolução

Rodrigo Constantino

“A raiva e o delírio destroem em uma hora mais coisas do que a prudência, o conselho, a previsão não poderiam construir em um século.” (Edmund Burke)
Não vou sucumbir à pressão das massas. É claro que eu posso estar enganado em minha análise cética sobre as manifestações, mas se eu mudar de idéia – o que não só não ocorreu ainda, como parece mais improvável agora – será por reflexões serenas na calma de minha mente, e não pelo “linchamento” das redes sociais.
Ao contrário de muitos, eu não vejo nada de “lindo” em cem mil pessoas se aglomerando nas ruas. Tal imagem me remete aos delicados anos 60, que foram resumidos por Roberto Campos da seguinte forma: “É sumamente melancólico – porém não irrealista – admitir-se que no albor dos anos 60 este grande país não tinha senão duas miseráveis opções: ‘anos de chumbo’ ou ‘rios de sangue’…”
Eu confesso aos leitores: tenho medo da turba! Eu tenho medo de qualquer movimento de massas, pois massas perdem facilmente o controle. Em clima de revolta difusa, sem demandas específicas (ao contrário de “Fora Collor” ou “Diretas Já”), o ambiente é fértil para aventureiros de plantão. Um Mussolini – ou um juiz de toga preta salvador da Pátria – pode surgir para ser coroado imperador pelas massas.
Alguns celebram a ausência de liderança, se é mesmo esse o caso. Cuidado com aquilo que desejam: sem lideranças, há um vácuo que logo será preenchido. As massas vão como bóias à deriva. E sem rumo definido, não chegaremos a lugar algum desejado. Disse Gustave Le Bon sobre a psicologia das massas:
Uma massa é como um selvagem; não está preparada para admitir que algo possa ficar entre seu desejo e a realização deste desejo. Ela forma um único ser e fica sujeita à lei de unidade mental das massas. No caso de tudo pertencer ao campo dos sentimentos, o mais eminente dos homens dificilmente supera o padrão dos indivíduos mais ordinários. Eles não podem nunca realizar atos que demandem elevado grau de inteligência. Em massas, é a estupidez, não a inteligência, que é acumulada. O sentimento de responsabilidade que sempre controla os indivíduos desaparece completamente. Todo sentimento e ato são contagiosos. O homem desce diversos degraus na escada da civilização. Isoladamente, ele pode ser um indivíduo; na massa, ele é um bárbaro, isto é, uma criatura agindo por instinto.
Muito me comove a esperança de alguns liberais que pensam que o povo despertou e que será possível guiá-lo na direção do liberalismo. Não vejo isso nos protestos, nas declarações, nos gritos de revolta. Vejo uma gente indignada – e cheia de razão para tanto – mas sem compreender as causas disso, sem saber os remédios para nossos males. Que tipo de proposta decente e viável pode resultar disso?
Estamos lidando aqui com a especialidade número um das esquerdas radicais, que é incitar as massas. Assim como a década de 60 no Brasil, tivemos o famoso e lamentável Maio de 68 na França, quando apenas Raymond Aron e mais meia dúzia de seres pensantes temiam os efeitos daquela febre juvenil. A Revolução Francesa, a Revolução Bolchevique, é muito raro sair algo bom desse tipo de movimento de massas. Os instintos mais primitivos tomam conta da festa. Por isso acho importante resgatar alguns alertas de Edmund Burke em suas Reflexões sobre a Revolução em França, a precursora desses movimentos descontrolados.
Não ignoro nem os erros, nem os defeitos do governo que foi deposto na França e nem a minha natureza nem a política me levam a fazer um inventário daquilo que é um objeto natural e justo de censura. [...] Será verdadeiro, entretanto, que o governo da França estava em uma situação que não era possível fazer-se nenhuma reforma, a tal ponto que se tornou necessário destruir imediatamente todo o edifício e fazer tábua rasa do passado, pondo no seu lugar uma construção teórica nunca antes experimentada?
Não se curaria o mal se fosse decidido que não haveria mais nem monarcas, nem ministros de Estado, nem sacerdotes, nem intérpretes da lei, nem oficiais-generais, nem assembléias gerais. Os nomes podem ser mudados, mas a essência ficará sob uma forma ou outra. Não importa em que mãos ela esteja ou sob qual forma ela é denominada, mas haverá sempre na sociedade uma certa proporção de autoridade. Os homens sábios aplicarão seus remédios aos vícios e não aos nomes, às causas permanentes do mal e não aos organismos efêmeros por meios dos quais elas agem ou às formas passageiras que adotam.
Se chegam à conclusão de que os velhos governos estão falidos, usados e sem recursos e que não têm mais vigor para desempenhar seus desígnios, eles procuram aqueles que têm mais energia, e essa energia não virá de recursos novos, mas do desprezo pela justiça. As revoluções são favoráveis aos confiscos, e é impossível saber sob que nomes odiosos os próximos confiscos serão autorizados.
A sabedoria não é o censor mais severo da loucura. São as loucuras rivais que fazem as mais terríveis guerras e retiram das suas vantagens as conseqüências mais cruéis todas as vezes que elas conseguem levar o vulgar sem moderação a tomar partido nas suas brigas.
São importantes alertas feitos pelo “pai” do conservadorismo. Ele estava certo quanto aos rumos daquela revolução, que foi alimentada pela revolta difusa, pela inveja, pelo ódio. Oportunistas ou fanáticos messiânicos se apropriaram do movimento e começaram a degolar todo mundo em volta. Se a revolução é contra “tudo que está aí”, então quem é contra ela é a favor de “tudo que está aí”. Cria-se um clima de vingança, revanchismo, que é sempre muito perigoso. As partes íntimas da rainha morta foram espalhadas pelos locais públicos, eis a imagem que fica de uma turba ensandecida.
O PT tem alimentado há décadas um racha na sociedade brasileira. Desde os tempos de oposição, e depois enquanto governo (mas sempre no palanque dos demagogos e agitadores das massas), a esquerda soube apenas espalhar ódio entre diferentes grupos, segregar indivíduos com base em abstrações coletivistas, jogar uns contra os outros. Temos agora uma sociedade indignada, mas sem saber direito para onde apontar suas armas. Cansada da política, dos partidos, do Congresso, dos abusos do poder, as pessoas saem às ruas com a sensação de que é preciso “fazer algo”, mas não sabe ao certo o que ou como fazer.
E isso porque o cenário econômico começou a piorar. Imagina quando a bolha de crédito fomentada pelo governo estourar, ou se a China embicar de vez. Imagina se nossa taxa de desemprego começar a subir aceleradamente. É um cenário assustador. Alguns pensam que nada pode ser pior do que o PT, e eu quase concordo. Mas pode sim! Pode ter um PSOL messiânico, um personalismo de algum salvador da Pátria, uma junta militar tendo que reagir e assumir o poder para controlar a situação. Não desejamos nada disso! Temos que retirar o PT do poder pelas vias legais, pelas urnas, respeitando-se a ordem social e o estado de direito.
O desafio homérico de todos que não deixaram as emoções tomarem conta da razão é justamente canalizar essa revolta para algo construtivo. Mas como? Como dialogar com argumentos quando cem mil tomam as ruas e sofrem o contágio da psicologia das massas? Alguém já tentou conversar com uma torcida revoltada em um estádio de futebol? Boa sorte!
Por ser cético quanto a essa possibilidade, eu tenho mantido minha cautela e afastamento dessas manifestações. Muita gente acha que o Brasil, terra do pacato cidadão que só quer saber de carnaval, novela e futebol, precisa até mesmo de uma guerra civil para acordar. Temo que não gostem nada do gigante que vai despertar. Ele pode fazer com que essa gente morra de saudades do “homem cordial”. Não se brinca impunemente de revolução. Pensem nisso, enquanto há tempo.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Denúncia: Abate clandestino de animais em M. do Chapéu!

Pedaços de boi espalhados aqui e acolá, restos de pele, crinas cortadas, manchas de sangue e fezes ainda frescas sobre as folhas de palmeiras, odor de carniça se apodera do ambiente e só dá trégua quando o vento sopra forte. Mãos habilidosas manuseiam os animais despedaçando-os aos poucos, este é o cenário de um curral próximo ao povoado de Santa Úrsula: você está diante de um dos pontos de abate clandestino de animais para o consumo humano existentes em Morro do Chapéu.

Chegamos até o local após receber denúncia de moradores preocupados com a saúde. Segundo os relatos destes, dos cerca de 30 bovinos abatidos e vendidos semanalmente no Mercado Público e em estabelecimentos espalhados pela cidade, todos de forma mais rústicas possíveis. É preciso definir urgentemente a construção do matadouro, estamos correndo sérios riscos de contrair doenças tais como: tuberculose, brucelose, cisticercose, verminoses entre muitas outras, a população é a maior prejudicada, pois come uma carne que não sabe a procedência.
A contaminação da carne bovina pode ocorrer quando o animal ainda está vivo, devido ao alto grau de contaminantes encontrados nos meios externo e interno, causada pela invasão de microrganismos, por não ser adotado as práticas de higiene adequadas antes e depois do abate. É se necessário que a vigilância sanitária e ADAB realize um estudo de campo, onde se observe as instalações, as condições higiênico-sanitária, ferramentas e utensílios usados, características dos desinfetantes, qual a frequência e como são usados e as condições de higiene dos manipuladores. De acordo com os resultados indicar medidas, para minimizar o problema ferramentas e utensílios para o abate de animais e para o consumo humano, precisam ser adequados de acordo com o decreto de nº 2.244 de 4 de julho de 1997, bem como as Boas Práticas de Manipulação.

O número é crescente e a gravidade de doenças transmitidas por alimentos em todo mundo é grande, têm aumentado consideravelmente o interesse do público em relação à segurança alimentar, por exemplo, em relação a divulgação de incidentes em se tratando de encefalite bovina (BSE) e E. coli (O157:H7) (FORSYTHE, 2002, p. 11). As enfermidades de origem alimentar ocorrem quando uma pessoa contrai uma doença devido à ingestão de alimentos contaminados com microrganismos ou toxinas indesejáveis. Essa condição é, frequentemente relatada, denominada de toxinfecção. Por outro lado muitos casos de enfermidades causadas por alimentos não são notificados aqui em Morro do Chapéu, pois seus sintomas são geralmente parecidos com os da gripe e aparentemente logo desaparecem. Dentre os sintomas mais comuns relacionados a doenças de origem alimentar incluem dor de estômago, náuseas, vômitos diarreia e febre (FORSYTHE, 2002, p. 65). Sabe-se que apenas um pequeno número de casos de enfermidades causadas por alimentos é notificado aos órgãos de inspeção de alimentos, (vigilância sanitária) e às agências de saúde. Isso se deve, em parte, ao fato de que muitos microrganismos patogênicos presentes em alimentos causam sintomas brandos, e as vítimas não buscam o auxílio médico mas embora os problemas sejam brandos as consequências são terríveis podendo levar até a morte.


O matadouro público da cidade ficou só na promessa, ainda não saiu do papel, porém alguns argumentam que não há orçamento suficiente e portanto as empresas não interessam em participar da licitação, o que em parte é verdade existe deputados pra todo lado aqui em Morro do Chapéu dizendo que traz qualquer coisa que o povo precisar porém a comunidade está se omitindo a falar deste grande problema de saúde pública.
A Vigilância Sanitária de alimentos tem como principal atribuição à fiscalização de locais que produzem, transportem e comercializam alimentos com vistas a promover a boa prática na produção e manipulação de alimentos que possibilitem minimizar ou eliminar os potenciais riscos que a contaminação ou a manipulação inadequada desses produtos e serviços que podem causar ao consumidor.
O poder público municipal deve implantar medidas junto vigilância sanitária e a empresa de controle de animais no estado ADAB para minimizar as condições inadequadas do abatimento de animais no município. A omissão das autoridades a partir de então caracterizará em responsabilidade de por crime contra a saúde pública.
Pedro Honorato CMS Morro do Chapéu, Ba