quarta-feira, 12 de junho de 2013

Nossa pobre mídia e os três macaquinhos



Já se disse e se repete sempre: Morro do Chapéu está deitado em berço esplêndido e dorme o sono dos anjos. Talvez por isso o pessimismo continua firme e forte na mente dos morrenses que não veem qualquer futuro para o município, apesar dos investimentos feitos em uvas para vinho, em energia eólica, em tomates telados, em morangos e outras culturas mais. Todos esses investimentos estão sendo feitos por gente de fora, já que o morrense não crê em nada que possa gerar lucros para essa terra. Há uma descrença generalizada quanto à justiça, à prefeitura, à polícia e os governos estaduais e federais. E a nossa mídia escrita, falada e eletrônica não colabora em nada para que a credibilidade volte (se é que existiu um dia) a embalar os corações e mentes dos morrenses. São como aqueles três macaquinhos: não veem, não escutam e não falam.
Na semana passada ficamos sabendo que o Instituto Brasileiro de Educação e Saúde - IBES, fez uma parceria com o CEAP - Centro de Apoio Pedagógico para oferecer cursos de grau universitário no colégio Nossa Senhora da Graça. Ocorre que há denúncias do Ministério Público do Pará contra a IBES, proibindo essa empresa de fazer parcerias com entidades educacionais para oferecimento de cursos, vez que não é credenciada pelo MEC. É uma denúncia grave e de amplo interesse da população. Quem não quer receber um diploma universitário?  Ocorre que nenhum veículo de comunicação de Morro do Chapéu noticiou alguma coisa. Nem nas rádios, nem no jornal, e nem nos sites informativos. E o que mais espanta é que todos foram informados da irregularidade.
Quando o prefeito Cleová Barreto apresentou sua prestação de contas da campanha, a juíza de direito, que responde também pela fiscalização do pleito, detectou flagrantes irregularidades na mesma. Imediatamente procedeu-se a uma investigação rigorosa onde foram confirmadas algumas irregularidades que poderiam levar à perda do mandato do prefeito e vice. O boato se espalhou pelas ruas e soube-se que a audiência com o prefeito fora marcada para o dia 11 do mês em curso. Muito se especulou quanto as consequências dessa audiência. Tinha-se como certo que o prefeito seria condenado e todos aguardaram com muita ansiedade a chegada do dia fatídico. Os pessimistas de sempre diziam que aquilo não ia dar em nada. E foi o que ocorreu. Pelo menos temporariamente. Sim porque a juíza alegando doença suspendeu a audiência e ninguém sabe quando haverá outra. A mídia? Calada ficou e calada continua.
Diante desses fatos, chega-se a conclusão que o morrense tem ampla razão no seu pessimismo.  Aqui nada vai para a frente. A justiça não funciona, a não ser para tirar barraqueiros da rua, proibir a venda de produtos da roça e outras miudezas. Aqui já teve prefeito que governou através de uma liminar concedida pelo juiz local à época, contrariando toda a jurisprudência sobre o assunto. Agora instalaram o esgotamento sanitário, a tal “obra do século” e que não tem mais padrinho, que está cobrando 80% a mais na conta de água por conta da taxa de esgoto. Diante do exposto cabe a pergunta: será que já chegamos ao fundo do poço e tem mais espaço ainda para a queda?