segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Cubanos reforçam apelo por intervenção de Dilma

Segunda, 30 de Janeiro de 2012 11:32

A advogada Barbara Estrabao tem no passaporte um visto dos Estados Unidos. Em Cuba, a página com o símbolo americano e a permissão para entrar no país dos sonhos da maioria dos cubanos equivale a um troféu. Ela o obteve em 26 de agosto de 2011 e, teoricamente, poderia ir a Miami visitar sua família — mãe, duas irmãs e cinco sobrinhos. Mas, o documento tem apenas seis meses de validade. O prazo se encerra no mês que vem. E não há nenhuma esperança de que Barbara consiga viajar para estar com seus parentes por um período.

Mesmo se tivesse meios econômicos, a burocracia foi quase intransponível: mais de dois anos de espera para obter o sonhado visto. A papelada incluiu uma carta assegurando que Barbara não trabalha para o governo cubano — coisa rara na ilha — agendamento de entrevista, carta dos parentes convidando-a a visitá-los, informações sobre quem pagaria pela passagem e estadia. Além disso, teve de pagar 150 pesos conversíveis, cerca de US$ 180, o que é muito para uma população cujo salário médio é de apenas US$ 20 por mês. Outros US$ 200 foram para o governo processar seu pedido de viagem. O sim das autoridades cubanas é a parte mais difícil de todo o processo, sobretudo para ela, uma opositora ao regime.

— Não quero ir embora definitivamente. Aqui é o meu país. Mas quero ter o direito de sair para visitar minha família e poder voltar tranquilamente — afirmou. Barbara lembra de um caso famoso: o filho de Ilda Molina, um médico, foi para a Argentina e de lá não regressou. Resultado: a mãe esteve presa por dez anos. Só foi solta graças à intervenção da presidente Cristina Kirchner. Agora, Ilda vive na Argentina, com o filho.

É uma intervenção dessa que Barbara espera da presidente Dilma Rousseff:— Não é uma questão política, mas um problema de família. É muito triste você não poder sair do país para visitar sua família. A presidente Dilma poderia falar com o presidente Raúl Castro para amenizar a situação — disse ela. Informações são do O Globo.