Lula já confessou que dormiu lendo Chico Buarque. A esperança de que fique acordado lendo o pai de Chico, Sérgio Buarque de Holanda, um intelectual respeitável, é inferior a zero. Está tudo lá, insisto, em “Raízes do Brasil”. Lula é o emblema do “homem cordial”, do homem incapaz de separar as questões públicas das privadas.
E é,
também, emotivo, naquela particular maneira de que trata Sérgio… Não
pensem que ele concedeu passaporte diplomático apenas à sua família,
como posso chamar?, nuclear, não! Eis aí um homem inclusivo, que põe o
coração e as emoções acima da razão e não reconhece como legítimos os
limites do estado burocrático e impessoal. Também Rosemary Nóvoa Noronha
tinha o seu passaporte vermelho, como informam Matheus Leitão e Rubens
Valente na Folha de
hoje. Não por acaso. A apenas chefe do escritório da Presidência em São
Paulo acompanhou Lula a 30 compromissos no exterior, totalizando 23
países. Sabem como é… A equipe de Lula em Brasília era pequena, carente
de mão de obra especializada. Segue trecho da reportagem.
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A Presidência da República concedeu um passaporte que prevê tratamento especial a Rosemary Nóvoa de Noronha em viagens internacionais para acompanhar Luiz Inácio Lula da Silva, então titular do Palácio do Planalto. Entre 2007 e 2010, ela viajou com o então presidente para 23 países, em virtude de pelo menos 30 eventos -de posses de presidentes a encontros de chefes de Estado. Rose, como é conhecida, ex-chefe do escritório regional da Presidência em São Paulo, foi indiciada na semana passada na Operação Porto Seguro da Polícia Federal.
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A Presidência da República concedeu um passaporte que prevê tratamento especial a Rosemary Nóvoa de Noronha em viagens internacionais para acompanhar Luiz Inácio Lula da Silva, então titular do Palácio do Planalto. Entre 2007 e 2010, ela viajou com o então presidente para 23 países, em virtude de pelo menos 30 eventos -de posses de presidentes a encontros de chefes de Estado. Rose, como é conhecida, ex-chefe do escritório regional da Presidência em São Paulo, foi indiciada na semana passada na Operação Porto Seguro da Polícia Federal.
Ela é
acusada de fazer parte de uma organização infiltrada no governo para
obtenção de pareceres técnicos fraudulentos. No sábado, Rose foi
exonerada do cargo de confiança que ocupava. Em janeiro de 2007, a
pedido da Presidência, o Ministério das Relações Exteriores concedeu a
ela um passaporte diplomático, conhecido como “superpassaporte”.
Caracterizado pela capa vermelha, ele é destinado a poucas autoridades. O
documento, emitido sem custo para o titular, permite acesso a fila de
entrada separada nos aeroportos e torna dispensável o visto nos países
que o exigem. O tratamento tende a ser menos rígido.
O
passaporte de Rose esteve válido até 31 de dezembro de 2010, véspera da
posse da presidente Dilma Rousseff. Em 2011, o documento não foi
renovado. Não há registro de viagens internacionais de Rose a serviço do
governo desde então.
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