segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Eleita “a executiva mais poderosa do ranking global”, presidente da Petrobras luta para consertar estragos do antecessor, Sergio Gabrielli. Como prêmio, Gabrielli quer ser governador da Bahia

 

A presidenta da Petrobras, Graça Foster, diz que para se chegar onde se quer é preciso esforço e estudo (Foto: Petrobras)
A presidente da Petrobras, Graça Foster, diz que para se chegar onde se quer é preciso esforço e estudo (Foto: Petrobras)

A gerência de imprensa da Petrobras distribuiu na semana passada nota que reproduzo em parte.
Vejam só:
“Pelo segundo ano consecutivo, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, foi apontada pela revista americana Fortune como a executiva mais poderosa do ranking global, concorrendo com mulheres de negócios de diversos setores e países. Tanto em 2012 como em 2013, Graça Foster ficou em primeiro lugar na lista de executivas que atuam fora dos Estados Unidos.
Para elaboração do ranking global das Mulheres mais Poderosas, a Fortune selecionou um grupo de 50 candidatas de diversos países, como Inglaterra, Austrália, Suécia, Turquia, entre outros. A classificação foi baseada em quatro critérios: a importância e o tamanho do negócio liderado pela executiva na economia global; o sucesso e a condução dos negócios; a trajetória de carreira da executiva; e sua influência social e cultural.

Maria das Graças Silva Foster é engenheira química e a primeira mulher a comandar a Petrobras. Assumiu a presidência em fevereiro de 2012. Antes foi diretora de Gás e Energia da Petrobras e presidente da Petrobras Distribuidora, entrou outros cargos executivos. Está há 32 anos no quadro de profissionais de carreira da companhia.
Para ver a lista Global 2013 das 50 Mulheres de Negócios Mais Poderosas da Fortune clique aqui: http://money.cnn.com/magazines/fortune/most-powerful-women/2013/global/ “
Pois muito bem.
Se eu fosse maldoso, diria: “agora, só falta Graça Foster consertar a Petrobras”.
Mas, procurando ser justo, diria que mesmo os críticos do governo reconhecem que Graça Foster, que assumiu a presidência em fevereiro do ano passado, tem feito o possível para recuperar a empresa do estrago que foi a gestão do ex-presidente José Sergio Gabrielli — a mais longa gestão de um presidente da Petrobras (2005-2012) desde a criação da empresa, em 1953.
Gabrielli: depois de gestão ruim na Petrobras, quer como prêmio candidatar-se ao governo da Bahia pelo PT (Foto: diariodepernambuco.com.br)
Gabrielli: depois de gestão ruim na Petrobras, quer como prêmio candidatar-se ao governo da Bahia pelo PT (Foto: diariodepernambuco.com.br)
Gabrielli é o atual secretário do Planejamento da Bahia.

Como prêmio por uma gestão que atrasou a exploração do pré-sal, não conseguiu resolver a pendenga com a Venezuela sobre a construção da refinaria Abreu Lima, em Pernambuco (o chavismo deu um calote no sócio brasileiro e ficou por isto mesmo), fez recuar a apregoada auto-suficiência do país em relação ao petróleo (só até julho deste ano, o país importou o equivalente a 25,8 bilhões de dólares de óleo e derivados), desestimulou a meritocracia na empresa e levou-a a uma brutal desvalorização nas bolsas de valores (em junho passado, a Petrobras havia encolhido, em 12 meses, de um valor de 250,5 bilhões de reais para 198,9 bilhões), Gabrielli, agora, quer ser candidato do PT ao governo da Bahia.

Ricardo Setti