terça-feira, 8 de outubro de 2013


Prefeitos despreparados tem levado a falência da educação no Brasil

Um novo estudo do Fórum Econômico Mundial mostra que o estado lastimável da educação talvez seja o mais grave entre todos os entraves ao pleno desenvolvimento profissional e pessoal dos brasileiros.
O Fórum mediu pela primeira vez o chamado "capital humano" de 122 países. A expressão resume a capacidade, os talentos e o conhecimento dos trabalhadores para gerar valor.
Quando o tema é educação, o Brasil despenca para a 88.ª colocação. Entre os latino-americanos, perde até mesmo da Venezuela (75.º) e da Bolívia (86.º), países que, no ranking geral, aparecem entre os últimos - os venezuelanos em 101.º e os bolivianos em 99.º.
Tal resultado desastroso não surpreende. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2012 mostrou que o analfabetismo no Brasil voltou a crescer, após apresentar constante queda desde 1998. Segundo o IBGE, ainda há 27,8 milhões de brasileiros acima de 15 anos de idade, ou 18,3% do total, que têm menos de quatro anos de estudo. Além disso, 11,9% da população com mais de 25 anos tem menos de um ano de estudo ou nenhuma instrução.
Esse quadro atesta o fracasso da educação brasileira ante o desafio de preparar o País para os tempos ultracompetitivos que se avizinham. Essa vergonhosa situação não passou despercebida pelos pesquisadores do Fórum Econômico Mundial.
Ao abordar esse pilar, o estudo sobre capital humano mostra o Brasil em 105.º lugar quando se mede a qualidade de todo o sistema educacional. A colocação é igualmente constrangedora no que diz respeito à qualidade das escolas primárias (109.º) e do ensino de matemática e ciências (112.º).
Parte da responsabilidade por esse estado calamitoso da nossa educação é de responsabilidade dos prefeitos, que após vencerem as eleições, promovem um festival de demissões e remanejamento de pessoal sem atentar para os direitos fundamentais desses funcionários, colocando pessoal desqualificado para lecionar atendendo a interesses eleitoreiros.
É o que está ocorrendo, por exemplo, no município de Ibititá, na região de Irecê-Ba. Naquele pequeno município a Educação está vivenciando um dos seus piores períodos. No dia 8 de agosto os professores decidiram paralisar suas atividades, para cobrar seus direitos que lhes foi retirado violentamente. O prefeito Cafu Barreto se nega a pagar a gratificação por deslocamento para professores que ensinam na Zona Rural, ou locais de difícil acesso; e também, a gratificação por certificação, que nada mais é que, uma gratificação que é conquistada pelos professores por ter estudado, e se aperfeiçoado, para poder trabalhar. Além do retroativo referente ao salário de janeiro, e o terço de férias, garantindo a todos os trabalhadores brasileiros.
E também, a redução de carga horária de professores enquadrados em regime de 40 horas, direito garantido na Lei do Estatuto do Magistério, distribuindo algumas dessas aulas a pessoas que não fazem parte do quadro efetivo, e até mesmo sem formação para lecionar.
O prefeito, com a plena aquiescência de sua Secretária de Educação  também tem promovido a transferência de professores de forma desnecessária, indevida, injustificada, e ilegal, contrariando a Lei do Estatuto do Magistério. Essa rotatividade de professores tem causado danos a qualidade da educação, e ao desenvolvimento da aprendizagens dos alunos.
Eis aí resumidamente, um dos problemas enfrentados  hoje pelo Ministério da Educação para implementar sua política educacional, de molde a elevar o país a um patamar condizente com sua situação de país emergente no cenário mundial. Um sistema educacional que dependa dos humores de um prefeito de uma cidadezinha encravada no Polígono das Secas, não tem muito futuro. Notadamente quando a Câmara de Vereadores não fiscaliza nada, e permite ao prefeito praticar sua política coronelista, que achava-se extinta ainda em meados do século XX.