Com o juramento do Procurador Geral da Republica, Rodrigo Janot, de lutar "sem descanso" até que “os corruptos e corruptores” resposáveis “pelo incêndio de grandes porporções que consome a Petrobras e convulsiona um país que não tolera mais a desfaçatez de alguns agentes públicos e maus empresários que precisam conhecer o cárcere” porque “a corrupção também sangra e mata”, seguida da ordem expressa de Dilma Rousseff ao seu constrangido ministro da Justiça, Jose Eduardo Cardoso, que ouvira praticamente calado o repto do mais alto representante do Ministério Público, para que convocasse toda a imprensa nacional e voltasse a público para desafia-lo, está oficialmente aberto o confronto final entre a lei e a ordem e a liberação geral do vale-tudo em que estamos embarcados e do qual, se confirmado, não haverá retorno.
Janot entende perfeitamente com o que está lidando e qual a importância desta batalha:
“A resposta aos que assaltaram a Petrobrás será firme dentro e fora do País, e caberá aos procuradores que atuam na primeira instância do Judiciário propor ações penais e de improbidade contra todos aqueles que roubaram o orgulho dos brasileiros pela sua companhia. Aqui e alhures (EUA, Holanda...), a decisão é de ir fundo na responsabilização penal e civil daqueles que engendraram esse esquema. Não haverá descanso. A Procuradoria Geral da República age e o Ministério Público Federal fará com que todos os criminosos envolvidos no esquema respondam perante o Judiciário”.
Pois Dilma Rousseff fez questão de responder-lhe com um desafio direto, sustentando a diretoria conivente com o assalto à Petrobras pessoalmente nomeada por ela cuja demissão ele acabara de exigir.
Rodrigo Janot foi responsável pela criação do grupo de procuradores que investigam o caso a partir da Justiça Federal do Parana e é quem tem a competência para pedir ao Supremo Tribunal Federal a abertura de ação penal nos casos em que há envolvimento de políticos e outras "autoridades" com foro privilegiado.
Dilma Rousseff é conhecida pela permanente confusão que faz entre a sua pessoa e a institucionalidade do cargo que ocupa mas, a esta altura, isto não pode mais ser tido apenas como acidente. É exatamente essa a natureza do desafio do PT lança contra a “democracia burguesa” cujos rituais e valores o partido não tem nenhuma noção do que sejam e tem raiva de quem tenha, seja ele um cidadão comum, seja o mais alto representante da defensoria pública.
A promessa de justiça do procurador Janot, para se consubstanciar, precisará, entretanto, materializar-se em ações de um processo cujo relator é Teori Zsavaski, o ministro da Suprema Corte onde deverão ser julgados os mandantes do assalto à Petrobras e à Nação. E todas as suas manifestações sobre o caso, até o momento, foram claramente enviesadas.
Alinha-se nesse mesmo exército a banda podre do Congresso Nacional onde, entretanto, uma oposição que parecia morta nos últimos 12 anos se tem mostrado mais aguerrida do que nunca. Foi lá que, agora ha pouco, sofreu a primeira baixa o exército do Brasil bandalho com a cassação de André Vargas, o eterno comparsa de Alberto Yousseff, por 349 votos contra 1 e 6 abstenções.
Quem decidirá esta guerra é o brasileiro das ruas. O Ministério Público só poderá derrotar o Brasil bandalho, que está solidamente plantado em todas as encruzilhadas do sistema que lhe podem garantir a impunidade, se todos nós formos às ruas tantas vezes quantas for necessário para ecoar a exigência de Justiça que Rodrigo Janot colocou nos termos exatos que esta calamidade pede.
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