Como todos sabem, há um
processo no TRE acusando o prefeito de Morro do Chapéu por fraude na prestação
de contas da campanha a prefeito em 2012. O processo obteve uma liminar que foi
muito comemorada pelo deputado José Carlos Araujo suspeito de participação no
propinoduto da Petrobras. Temos a informação que o processo deveria ter sido
julgado na última quinta feira. Deveria porque um dos advogados do prefeito
entrou com um recurso jurídico adiando mais uma vez seu julgamento. É para isso
que eles são pagos; procrastinar o mais possível os processos passíveis de
punir os réus os quais defendem. É possível que o prefeito seja cassado? Dá para
acreditar num país em que até a presidente Dilma é acusada de irregularidades
na prestação de contas a presidente? Vejamos.
Uma
empresa chamada Focal Confecção e Comunicação Visual recebeu a bolada de R$ 24
milhões da campanha. A Focal fica em São Bernardo, e um dos seus donos, no
papel ao menos, é Elias Silva de Mattos, um rapaz que é motorista e que, até o
ano passado, recebia R$ 2 mil por mês. Ele se tornou sócio em novembro do ano
passado, com participação de R$ 3 mil na composição da empresa. A outra sócia é
Carla Regina Cortegoso, com cota de R$ 27 mil.
Quando foi a reação do
motorista ao ser confrontado com essa estranha “sociedade”? Esta, prestem
atenção:
“Eu sabia que ia virar transtorno na minha vida. Eu não posso dar entrevista, não estou preparado para falar. Eu não sou nada, vai lá conversar com eles”.
“Eu sabia que ia virar transtorno na minha vida. Eu não posso dar entrevista, não estou preparado para falar. Eu não sou nada, vai lá conversar com eles”.
Agora
vejam uma das irregularidades apontadas na prestação de contas do prefeito de
Morro do Chapéu.
Os
representados inicialmente informaram à Justiça Eleitoral que a Transportadora
MF Ltda cedeu 05 (cinco) veículos modelo GOL Geração IV, ano 2012, placas OKM
0161, OKM 5370, OKL 6431, OKL 5271 e OKL 8837, todavia, verificou-se que os
três últimos automóveis estavam licenciados em nome da empresária unipessoal
Jerlane Bezerra Coelho Costa Ltda, inscrito no CNPJ sob o no
09.097.918/0001-75.
Ao esbarrarem
na exigência de que os bens cedidos devem integrar o patrimônio do doador,
resolveram retificar as declarações anteriormente prestadas, e passaram a
sustentar que os veículos haviam sido cedidos por Jerlane Bezerra Coelho Costa
Ltda.
Não
satisfeitos, ao perceberam que a cessão dos veículos era completamente estranha
ao ramo de atividade econômica de Jerlane Bezerra Coelho Costa Ltda;”comércio
varejista de artigos de vestuários e acessórios”, alteraram novamente a versão
apresentada, nesta última, a Transportadora foi outra vez apontada como
doadora, não obstante o disposto no artigo 23, parágrafo único da Resolução no
23.376/2012, in verbis:
“Os bens e/ou serviço estimáveis em
dinheiro doados por pessoas físicas e candidatos, devem constituir produto de
seu próprio serviço, de suas atividades econômicas e, no caso dos bens
permanentes, deverão integrar o patrimônio do doador.”
Ocorre que a
Trasportadora MF Ltda não tem CNPJ, não possui nenhum veículo e nem endereço
onde se poderia localizar a empresa. Sabemos até quem é seu “proprietário”.
Quer dizer,
não há como justificar essa cessão, doação ou locação de veículos e é nisso que
o prefeito está encalacrado. E é justamente por isso que o processo vai se
arrastando no TRE até que se ache um desembargador que tope arquivar o processo
em troca de uma gorda propina como já se tornou costume nesses tempos de
petismo.
O exemplo
deveria vir de cima. Mas se lá em cima a bandalheira corre solta e nada
acontece, o que esperar aqui em baixo? É por isso que os prefeitos estão cada
vez mais ousados na roubalheira. O TCM reprova as contas e a Câmara de Vereadores
aprova. Há propina nesse caso? Como duvidar se depois da aprovação das contas
do prefeito alguns vereadores aparecem com carros novos na praça? Essa é a
triste situação dos municípios desse sertão sofrido e mais do que nunca, currais
eleitorais dos novos coronéis encastelados no poder.