segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

A perseguição implacável aos Dourados


 Confirmando o que já era previsto, o prefeito Cleová Barreto escapou de mais uma condenação que poderia cassar-lhe o mandato por gastos irregulares de campanha, dois anos após a realização das eleições a prefeito. E assim Morro do Chapéu segue em sua existência plácida, devagar quase parando como é de sua natureza. Todavia essa morosidade ameaça tornar-se paralisia total, dada a situação vexaminosa que ora vive o município. As obras estão paradas, demissões em massa foram feitas, os servidores tiveram seus salários diminuídos e suspensas as gratificações e horas extras, os Agentes Comunitários de Saúde deflagraram mais uma greve, os índices de criminalidade aumentam a cada mês, a prostituição infantil é escancarada, enquanto os comerciantes vivem uma via crucis para receber seus pagamentos. Em suma, o município está falido.
Enquanto isso as emissoras de rádio locais, o jornal, os sites e blogs informativos, apresentam um quadro róseo da administração municipal como se vivêssemos no melhor dos mundos. Não se fala mais em uvas viníferas, não se fala mais em energia eólica alavancando o progresso da cidade, não se fala mais em creche de padrão nacional, não se fala mais em abatedouro. O que se fala nas ruas e que as rádios não repercutem é de um hotel em nome de laranja, em desvios de verba do PRONAF, em vereador favorecido no transporte de alunos para a região de Beira do Rio, em aparelhamento da Secretaria da Saúde empregando a sogra e a cunhada do prefeito, na filha da secretária, na sogra do proprietário de uma clínica que é favorecida com as consultas direcionadas a ela, em prioridade nas demandas do Grupão, enfim, um descalabro total.
Em se falando de Grupão é preciso dar uma explicação em que consiste esse ajuntamento de prefeito e ex-prefeitos. Em sua história política, pela primeira vez Morro do Chapéu viu a união dos Ferraz, dos Gomes, dos Cunegundes, dos Rochas e dos Barretos. Há até um Batista correndo por fora. E dando cobertura caso haja algum problema com a justiça, o deputado federal que aqui estacionou e não quer mais sair. Tudo isso com o propósito de isolar e aniquilar os Dourados. Contando ainda com a cobertura das emissoras de rádio locais, sites e blogs mais o jornal, era para a família já ter buscado outras atividades fora da política.  E, no entanto essa união regada a muito dinheiro e que parecia imbatível começa a apresentar algumas rachaduras desde que venceram o Dourados com apenas 20 votos de frente. E isso porque faltou dinheiro para seus adversários se não a derrota era favas contadas. Como pode ter isso ocorrido se o campo de atuação dos Dourados foi sendo destruído implacavelmente?
Comecemos pelo Hospital Maternidade São Francisco de Assis. Esse hospital foi criado com o objetivo de propiciar aos Dourados um centro de atendimento aos pacientes vez que no outro hospital o acesso sempre fora negado. O objetivo foi alcançado graças ao prestígio de Dr. Edgar Dourado Lima que sempre gozou da inteira confiança da população local. Os funcionários dessa casa de saúde eram fiéis à chefia comandada pelo médico. E isso passou a incomodar aos prefeitos adversários. Inúmeras tentativas foram feitas para fechá-lo, todas sem êxito. Até que se implantou a municipalização da saúde com a prefeitura sendo responsável pelos repasses do dinheiro aos hospitais. Isso possibilitou montar uma estratégia para acabar de vez com o São Francisco. Colocou-se lá uma pessoa de confiança no comando do hospital com o propósito de ter acesso aos documentos da contabilidade. De posse dos mesmos, eles foram entregues á prefeitura que os encaminhou à Promotoria Pública. Abriu-se um processo e o hospital finalmente foi fechado eliminando assim um baluarte dos Dourados. Passou-se então a bloquear as possibilidades de permanência no Derba e de algum outro órgão público que favorecesse a família. E para coroar a obra, compraram-se todos os chefes políticos. Todavia restou Francisca Neide a seu irmão Dr. Cláudio mais o Erico Sampaio. Essa pequena brecha quase destruiu as pretensões políticas do Grupão, como se viu. E agora, nas eleições a deputado, governadores e presidente, os Dourados deram uma excelente votação para seus candidatos a deputado, prenunciando uma eleição a prefeito tão acirrada como foi a última. Vejam que enquanto o Grupão persegue os Dourados, o município mergulha cada vez mais fundo na falência irremissível. A quem apelar?