
Uma das principais características que diferenciam o maior estado nordestino dos demais, em especial os vizinhos de região, é que os melhores ventos para a geração de energia não são registrados no litoral, mas sim, na área mais pobre do território, o semi-árido. A região tem como vantagem a frequência dos ventos, que se tornam mais fortes em épocas de seca, período este que dura entre oito e dez meses por ano. Por conta disso, a produção da energia eólica no estado ganhou o apelido de “pré-sal do sertão” entre os mais entusiasmados. Inicialmente, o principal obstáculo para a disseminação da tecnologia pela Bahia era o custo de produção desse tipo de energia, porém, com o aumento no volume de contratos e a oferta cada vez maior de componentes para torres eólicas derrubaram os custos, fazendo com que o cenário melhorasse e tornasse a alternativa uma das mais baratas.
Entre 2009 e 2011, o governo federal realizou três leilões para a exploração de áreas. Desse total, 52 estão localizadas na Bahia, que concentra 20% do total de potencial energético comercializado no país, chegando a 1,4 mil megawatts (MW) dos 7 mil MW envolvidos nos leilões. O montante equivale a mais de 10% do total de energia produzida nas hidrelétricas e termelétricas no estado hoje, cerca de 11 mil MW. Ao todo, os investimentos confirmados pelas empresas na Bahia chegam a R$ 6 bilhões, porém a projeção é que alcance dez vezes esse montante nos próximos anos, tornando o estado o principal produtor desse tipo de energia no Brasil. Ao se considerar o potencial energético do tipo de tecnologia disponível, com o uso de torres de 100 m de altura no lugar das de 60 m, as mais comuns atualmente, por exemplo, chega a 29 mil MW. Isso equivale a mais de duas usinas de Itaipu, operando na capacidade máxima, ou 20% do potencial total de produção de energia eólica do país. Com informações do Estadão.