O Diário do Comércio
precisou de apenas oito palavras e dois parênteses para produzir nesta
sexta-feira uma manchete irretocável, proporcionar uma aula de
jornalismo independente e desmoralizar o tedioso desfile de enfemismos
promovido pelos concorrentes para mascarar os fatos. Criativa,
refinadamente irônica e, sobretudo, verdadeira, a manchete da publicação
dirigida por Moisés Rabinovici escancarou as tapeações que têm povoado o
alto das primeiras páginas da grande imprensa. Segundo o noticiário de
quase todos os jornais, a Venezuela é uma democracia às voltas com
complicações constitucionais passageiras. O Diário do Comércio acaba de avisar que, depois da sagração de Hugo I, nasceu um reino governado por um moribundo. Simples assim.
É sempre animador constatar que ainda há vida inteligente nas redações do Brasil.