Investimentos para os próximos três anos já somam 10 bilhões de dólares
Ferro, níquel, ouro, bauxita e até o raríssimo tálio, hoje explorado comercialmente em apenas dois pontos do mundo (China e Casaquistão), entre outros 30 minerais, fazem da Bahia o local mais procurado do Brasil pelas mineradoras. Os investimentos já assegurados em novas minas para os próximos três anos chegam a 10 bilhões de reais, mas podem alcançar o dobro, com a conclusão de estudos de viabilidade que estão sendo realizados.
Nos últimos quatro anos (2007-2010), o número de requerimentos de área para pesquisa mineral no Estado, feitos ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), chegaram a 14,5 mil, desbancando Minas Gerais, com 13.200. No mesmo período, a produção mineral comercializada pela Bahia dobrou, passando de 850 milhões de reais para 1,7 bilhão de reais por ano.
Investimentos - A Bahia Mineração (Bamin), responsável pelo maior investimento individual já confirmado no Estado (2,3 bilhões de dólares nos próximos três anos), prepara-se para extrair minério de ferro da região conhecida como Pedra de Ferro, do município de Caetité, a 757 quilômetros de Salvador.
Em 2008, a mina foi assumida pela Eurasian Natural Resources Corporation (ENRC), empresa com sede em Londres e origem no Cazaquistão, controladora da Bamin. As primeiras análises apontaram um potencial produtivo de 398 milhões de toneladas de minério de ferro, mas já há indícios de que pode ser 50% maior. A estimativa inicial do Projeto Pedra de Ferro é produzir 19,5 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.
As obras civis da mina, porém, ainda não começaram. Segundo o vice-presidente executivo da Bamin, Clóvis Torres, só serão iniciadas depois que começar a construção do controverso Porto Sul, nos arredores de Ilhéus. "A garantia de escoamento da produção é fundamental", diz. A previsão é que o início das operações ocorra em 2014.
Se o maior investimento em mineração no estado ainda está na fase de projeto, o segundo maior, de 800 milhões de dólares, feito pela Mirabela Mineração do Brasil, subsidiária do grupo australiano Mirabela Nickel, já está em funcionamento. A empresa opera, desde 2009, em Itagibá, a 370 quilômetros da capital, a Mina Santa Rita, a segunda maior de níquel a céu aberto do mundo. A Mirabela anunciou recentemente que as reservas são maiores do que as estimadas, devendo chegar a 159 milhões de toneladas (570.000 toneladas de níquel contido).
Toda a produção até 2014 já está vendida, metade para o mercado nacional (Votorantim Metais), metade para a finlandesa Norislk Nickel. Por processo semelhante de arrendamento, a canadense Yamana Gold vai explorar sua primeira mina de ouro a céu aberto no estado, no município de Santa Luz, no centro-norte baiano. A empresa já opera duas minas em Jacobina e Barrocas, na mesma região. A construção da mina, que tem previsão de produção de 100 mil onças anuais de ouro, começou em 2009 e a exploração deve ser iniciada no ano que vem. O investimento é estimado em 70 milhões de dólares.
(Com Agência Estado