quinta-feira, 7 de julho de 2011

Aquele “Decreto”

Como disse na entrevista dada na rádio Diamantina, trabalhei no jornal Cultura & Realidade de Irecê corrigindo e melhorando os textos. Mas minha especialidade que o povo de Morro do Chapéu não sabe é as crônicas satíricas. Publiquei-as regularmente no C & R durante o tempo que trabalhei ali. Satirizava os costumes, mas gostava principalmente de satirizar os políticos. Por isso, peço por favor àqueles que me criticaram, para ir ao meu blog morroonline.blogspot.com onde faço um retrato humorístico de Irecê daquele tempo.
Estou dizendo tudo isso porque, em toda minha vida jornalística, nunca vi um texto provocar tanta celeuma como aquela “portaria” escrita por mim, onde eu respondia as críticas na forma de um decreto, onde no final, depois  do “aquele abraço” e ‘fui”,  eu dizia que revogam-se as disposições em contrário. Era uma forma satírica e bem humorada  de dar uma resposta àqueles críticos de sempre. Naturalmente que estavam excluídos deste rol, Balili e o vereador Toinho que fizeram ressalvas ao poder executivo, acusando supostos desvios administrativos.   Mas levaram a sério tudo aquilo. Tão a sério que se fossem publicar tudo o que dizem, eu já tinha me mudado daqui.
Em toda a minha vida eu sempre fui independente e jamais tolerei injustiças. Afinal saí da Polícia Militar porque um tenente resolveu me punir só porque me viu dando uma olhada num jornal enquanto eu fazia a vigília da entrada do Presídio Tiradentes em  São Paulo. E muitos outros empregos eu perdi por não tolerar ser admoestado por quem quer que seja. Até que vim parar aqui na Bahia e resolvi ficar. Mas viver em cidade pequena é duro, não há privacidade, não há segredo que não seja escarafunchado. Você vive num inferno de fofocas e disse-me-disse. Há não ser que você faça cara feia e não dê bola para ninguém. Quem melhor soube disso foi o prefeito Vicente Grassi que exerceu a função em Morro do Chapéu de 1927 a 1930. Depois vou publicar em meu blog a despedida dele que está no Correio  do Sertão.  
Só um rematado imbecil publicaria uma “portaria” como aquela se arvorando como porta voz de um governo, há não ser que estivesse fazendo uma piada. Há muitas formas de se fazer sátira. A que encontrei foi inédita e devia ter sido melhor apreciada. Certa vez publiquei um texto no C & R cujo título era: “Deixem seu Luis em paz”. O “seu Luis” era o Luis Sobral, famoso por suas gafes. Aparentemente eu estava puxando o saco dele quando na verdade fazia uma sátira feroz ao mesmo. Seu Luis não gostou nada daquilo.
Meus satiristas preferidos são Stanislaw Ponte Preta, Groucho Marx,  Jonathan Swif e Tom Wolfe. O que tenho a dizer é que sátira agora, só no meu blog. Fui (êpa).