A revista Época desta semana traz uma reportagem de duas páginas sobre uma cartilha que está sendo distribuída nos Estados Unidos aos americanos que pretendem viajar para o Brasil. Em resumo, a cartilha adverte que nosso país é “extremamente violento” e “desorganizado”.
Não me causa surpresa, muito menos qualquer reação patriótica de repulsa à atitude do Tio Sam. Na verdade, se fôssemos um pouquinho mais honestos, nós mesmos já deveríamos ter feito este tipo de aviso. Vejamos uma lista de coisas que turista (nem brasileiro) não pode mais fazer neste país.
1. Hospedar-se em hotéis de luxo. Ano passado, foi o Intercontinental no Rio, e, agora, um cinco estrelas no bairro de Santa Tereza, na mesma cidade. Invadidos por bandidos que levaram tudo.
2. É cada vez menor o número de caixas eletrônicos, pois são isca para ladrões que explodem tudo.
3. Andar tranquilo pelo Pelourinho, em Salvador? Também não pode.
4. Carregar máquinas fotográficas e/ou filmadoras? Nem pensar.
5. Passear tranquilo pelas ruas do Rio? Naninha! Se o bandido não pegar, corre-se o risco de ir pelos ares com a explosão de bueiros.
6. Frequentar restaurantes em São Paulo? Desista. Só este ano, já ocorreram 20 arrastões nesses estabelecimentos, inclusive de alto luxo.
7. Finalizando: e se o turista ficar doente ou ferido, nem pensar em procurar hospitais públicos. É morte certa.
Quem ganha com isso (I)
Há um setor que vive sorrindo para as paredes com a incompetência (será mesmo incompetência?) na condução das políticas de segurança pública no Brasil. São as empresas que oferecem segunraça privada. Faturam bilhões.
Quem ganha com isso (II)
Nas grandes cidades, incluindo Salvador, empresas menores do setor de segurança privada chantageiam moradores para obriga-los a entrar nos pacotes de vigilância de bairros inteiros. Quem não tiver o selo da dita empresa na porta pode ficar certo que será assaltado. Mistério...
Quem ganha com isso (III)
Em São Paulo, maior metrópole brasileira, há cerca de seis mil vigias, que chegam a ganhar R$ 200 mensais por cada casa ou prédio que fiscalizam, ao longo de ruas inteiras.
Agora a Polícia Civil está cadastrando essas pessoas, pois descobriu-se que havia até foragidos da Justiça fazendo “segurança”. É ou não é o caos?