quarta-feira, 4 de maio de 2011

Os objetivos por trás da propaganda da energia eólica em nosso município.

A reunião efetuada pela Câmara de Vereadores de Morro do Chapéu no Clube Municipal no último dia 2, onde se pretendia convencer a população dos benefícios da energia eólica, já foi amplamente divulgada pelas emissoras de rádio e pelos blogs locais. Uma multidão de eminências pardas foram chamadas para compor a mesa. Pode-se perguntar qual o objetivo de tal reunião posto que ninguém em Morro do Chapéu é contra a energia eólica. Muito pelo contrário; todos não vêem a hora de se montar logo essas torres e todo mundo passar a ganhar dinheiro, muito dinheiro. Eis uma questão que não foi colocada, mas foi o que levou as pessoas para assistir a explanação do “papa” da energia eólica: quanto se vai ganhar por cada torre montada numa fazenda? A partir de quando esse parque eólico vai passar a funcionar? Quantos empregos vão ser gerados? Esse parque eólico vai se localizar aonde?
Perguntas que não foram feitas, mas que todo mundo queria saber. Para não passar por gananciosos e insensíveis, algumas pessoas fizeram perguntas óbvias e inócuas. Todavia, bastava direcionar os olhos para as paredes e ler as faixas ali colocadas; todas saudavam o decreto 12.744. O prefeito inclusive parabenizou o governador por tão meritório decreto. E o que diz esse decreto para despertar tanta euforia? Simplesmente a extinção da Área de Preservação Ambiental, ou APP de Morro do Chapéu. Mas por que essa medida poderia deixar alguém feliz? Porque é ali que se pretende implantar um parque eólico de grande porte. Mas a área é de proteção ambiental, o que significa dizer que é proibido construir qualquer coisa no local.
A reunião efetuada pela Câmara de Vereadores tinha como objetivo mostrar a todos as maravilhas da energia eólica, convencendo-os de que as torres tem de ser montadas de qualquer jeito, inclusive na área de preservação ambiental. Mas enquanto área de preservação, nada se pode fazer. A não ser que se elimine esse obstáculo. E foi o que se fez quando o vice-governador Otto Alencar assinou o decreto 12.744 que tanta felicidade trouxe a todos.
Mas essa felicidade durou pouco; o governador Jaques Wagner simplesmente tornou sem efeito o decreto 12.744. E agora? Agora nada! O governador determinou que se fizesse um estudo técnico para se implantar as novas poligonais da Área de Preservação Ambiental. Exatamente o que se dizia no decreto 12.744, à exceção do item que extinguia a APP.
Resta a pergunta: será que essas novas poligonais irão favorecer a montagem das torres eólicas na área? É esperar para ver.

Lauro Adolfo